Juneteenth: comemoração da emancipação nos EUA reforça luta negra por liberdade

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Juneteenth: comemoração da emancipação nos EUA reforça luta negra por liberdade
Imagem: MJ

O Juneteenth, também conhecido como o Dia da Emancipação, é um feriado nacional celebrado nos Estados Unidos em 19 de junho. Ele marca um momento significativo na história do país: a emancipação dos afro-americanos escravizados. Embora a Proclamação de Emancipação de Abraham Lincoln tenha sido emitida em 1º de janeiro de 1863, e tenha declarado a libertação de pessoas escravizadas, essa mensagem demorou a chegar a todas as partes do país.

Foi somente em 19 de junho de 1865 que a notícia da emancipação finalmente chegou ao estado do Texas, o último a receber a mensagem oficial da abolição da escravidão. Nesse dia, o General Gordon Granger chegou a Galveston, Texas, e proclamou a liberdade dos escravos, efetivamente colocando fim à escravidão nos Estados Unidos.

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As celebrações envolvem diversas atividades, como desfiles, festivais, palestras, performances artísticas e eventos comunitários. É uma oportunidade para honrar a história, a cultura e as contribuições dos afro-americanos para a sociedade americana.

Nos últimos anos, o Juneteenth tem ganhado ainda mais destaque e importância. É um momento de reafirmação da luta pelos direitos civis, igualdade racial e justiça social. A data é uma oportunidade para promover a conscientização sobre a história dos afro-americanos, destacar os desafios enfrentados e continuar a busca por igualdade e inclusão.

Opal Lee / Foto: Reprodução

No ano de 2021, a professora Opal Lee tinha 89 anos quando começou a caminhar de sua cidade natal, Fort Worth, Texas para Washington para ganhar apoio do governo federal com o objetivo de que o Juneteenth pudesse se tornar um feriado nacional e ela foi vitoriosa em sua empreitada ao conseguir que Joe Biden sancionasse a lei que tornou 19 de junho um feriado americano. Agora com 96 anos, Lee ainda continua o seu trabalho de ativismo.

Atualmente, ela é considerada a ‘avó do Juneteenth. Na manhã de hoje, ela acompanhou a Opal’s Walk for Freedom, uma caminhada realizada que celebra a data e homenageia Opal Lee. A senhora de 96 anos esteve presente na caminhada desta manhã, segundo a Fox 4

A celebração do Juneteenth também tem servido como uma oportunidade para reflexão sobre as questões atuais de injustiça racial e a necessidade contínua de progresso. A data nos lembra que a luta por igualdade não terminou, e que é fundamental continuar trabalhando em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva.

Nas redes sociais, personalidades norte-americanas como Michelle Obama celebraram a data. “Juneteenth é uma celebração da liberdade – uma chance de homenagear inúmeros defensores, ativistas e agentes de mudança e o trabalho que eles fizeram para construir uma União mais perfeita.”

Já o ex-presidente americano Barack Obama afirmou que hoje, o país comemora o “aniversário da notícia atrasada”. “No Juneteenth, comemoramos o aniversário da notícia atrasada, mas bem-vinda, de liberdade chegando aos negros escravizados em Galveston, Texas. É um lembrete de que, mesmo nas horas mais sombrias, há motivo para esperança – e um motivo para continuar construindo um país que vive de acordo com seus ideais mais elevados.”

Em comemoração à data, a cantora Lizzo anunciou que durante esta semana  vai doar 50 mil dólares por dia para empreendimentos liderados por pessoas negras e que deve dar destaque à comunidade trans. “É a temporada de doações do Juneteenth da Lizzo! Fique atento, porque estou doando 50.000 DÓLARES TODOS OS DIAS para empresas e organizações lideradas por negros. Este ano, estamos destacando nossa família Trans – porque não somos livres até que todos sejamos livres”, escreveu ela na legenda.

Beyoncé também celebrou a emancipação de pessoas negras escravizadas nos EUA ao usar durante seu show do último sábado, 18, em Amsterdã, figurinos desenhados por estilistas negros dos EUA.

Mesmo com a declaração oficial de emancipação, o trabalho forçado e sem remuneração, além da “comercialização” de pessoas negras continuou a acontecer. Segundo o perfil African & Black History, “Em 1866, um ano após a ratificação da emenda, Alabama, Texas, Louisiana, Arkansas, Geórgia, Mississippi, Flórida, Tennessee e Carolina do Sul começaram a alugar condenados para trabalho.”.

De acordo com a página, “Isso tornou o negócio de prender negros muito lucrativo, de modo que centenas de homens brancos foram contratados por esses estados como policiais. Sua principal responsabilidade é procurar e prender pessoas negras que violaram os ‘Códigos Negros’”, afirma.

“Acredita-se que após a aprovação da 13ª Emenda, mais de 800.000 negros fizeram parte desse sistema de reescravização por meio do sistema prisional”.

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