Texto – Divulgação
Por ocasião do #JulhoDasPretas – período de mobilização do movimento de mulheres negras em decorrência do 25 de Julho, Dia da Mulher Afro-latino-americana, Afro-caribenha e da Diáspora –, a ONU Mulheres Brasil nomeou Taís Araújo como defensora dos Direitos das Mulheres Negras. A partir desta segunda-feira (3/7), a atriz passa a apoiar a visibilidade das mulheres negras como um dos grupos prioritários do Plano de Trabalho da ONU Brasil para a Década Internacional de Afrodescendentes, alinhado com o princípio de não deixar ninguém para trás, focando nos grupos em situação de maior vulnerabilidade, preconizado na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ressaltado no Marco de Parceria para o Desenvolvimento Sustentável 2017-2021. Estes princípios estão aglutinados na estratégia de comunicação da ONU Mulheres Brasil Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030.
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A estratégia já conta com o apoio de Kenia Maria, defensora dos Direitos das Mulheres Negras, em plena atuação pública desde a sua nomeação, ocorrida no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, em março deste ano.
“É com imensa alegria que a ONU Mulheres Brasil recebe o voluntariado de Taís Araújo, pela sua defesa fervorosa em favor dos direitos das mulheres. Taís tem sido uma das pessoas emblemáticas no enfrentamento ao racismo e ao sexismo no Brasil por sua postura política e artística, colaborando para a construção da representação positiva de negras e negros na dramaturgia brasileira. A voz de Taís agregará aos debates sobre os direitos das mulheres negras durante a Década Internacional de Afrodescendentes e nos esforços para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, considera Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
Há um ano, Taís Araújo vem colaborando com o mandato da ONU Mulheres, especialmente na visibilidade das mulheres negras. Em julho de 2016, respondeu ao desafio “Que mulher negra é um exemplo para você?”, mobilizando seguidoras e seguidores de suas redes sociais, para a ação de comunicação desenvolvida pela ONU Mulheres e pela Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB). Em fevereiro de 2017, apoiou a campanha de mobilização de recursos do Instituto Maria da Penha. E, em março passado, participou da ciranda virtual Planeta 50-50, ação digital da ONU Mulheres para o reconhecimento do trabalho de ativistas brasileiras em defesa do empoderamento das mulheres e da igualdade de gênero no Dia Internacional da Mulher – #8M.
Na sua primeira declaração como defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil, Taís Araújo, disse: “Estou muito emocionada e honrada com esse convite. Quero usar a minha voz e falar de forma abrangente para que eu possa agregar as mulheres negras, as mulheres brancas e também as indígenas. Apenas com a união de todas as mulheres e, importantíssimo dizer, dos homens, poderemos caminhar por uma sociedade igualitária”.
Ao se referir ao marco de transformação da Agenda 2030, Taís frisou a importância de mobilizar a sociedade civil para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “A transofmração é um objetivo na minha vida. E se a gente tem uma data, até 2030, eu já me agarro a uma data concreta. Isso faz com que eu tenha, cada vez mais, empenho. Uma organização como a ONU Mulheres me deixa muito confortável em saber que não estou sozinha, que tem uma série de pessoas, não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro que estão pensando o que estou pensando”, apontou.
Taís Araújo compreende o sentido da urgência em acelerar os esforços políticos e sociais para promover a igualdade de gênero e raça. “Daqui para 2030, são 13 anos. De fato, é urgente e é possível, se a gente conseguir, nesses 13 anos, elucidar as pessoas, fazer com que as mulheres negras saibam a potência que são. Eu acho que realmente o que falta é a consciência de que o poder econômico é importante e que podemos usar de maneira inteligente para os passos que a humanidade precisa dar. Esse país é feito por nós. Esse mundo é feito por nós”, considerou a defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil.
Planeta 50-50 – As mulheres negras no Brasil são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, 58,2% da renda das mulheres brancas, de acordo com os dados de 2015 extraídos do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. Em cada três mulheres presas, duas são negras num total de 37, 8 mil detentas – quantidade que se elevou em 545%, entre 2000 e 2015, de acordo o Infopen Mulher. E entre 2003 a 2013, houve um aumento de 54% no número de assassinatos de mulheres enquanto houve redução em 10% na quantidade de assassinatos de mulheres brancas. No quadro diretivo das maiores empresas no Brasil, as negras são apenas 0,4% das executivas – apenas duas num total de 548 executivos e executivas.
Em 2015, a ONU Mulheres apoiou a realização da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver. Na ocasião, a subsecretária geral da ONU e diretora executiva da ONU Mulheres, a sul-africana Phumzile Mlambo-Ngcuka, presente à manifestação de 2015, declarou: “No meu país, na África do Sul, as mulheres são fortes e poderosas. E vejo que aqui no Brasil mulheres negras poderosas e fortes. Na África do Sul, as mulheres estavam à frente na luta contra o apartheid. E aqui no Brasil, as mulheres negras estão à frente da luta contra o racismo”.
Mulheres públicas pela igualdade de gênero – Taís Araújo, defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil, se soma ao grupo de mulheres públicas em favor da igualdade de gênero no Brasil, composto por Camila Pitanga, embaixadora da ONU Mulheres Brasil; Kenia Maria, defensora dos Direitos das Mulheres Negras; e Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
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