Um rapaz negro, de 26 anos, está acusando um shopping de Fortaleza, no Ceará, de racismo após ter sido expulso por seguranças do local na noite do último sábado (13). O estabelecimento alega que a expulsão foi realizada por suspeita de importunação sexual.
Familiares e amigos que acompanhavam Tomas Michael da Silva Adewoye filmaram a ação dos seguranças do shopping Benfica, que imobilizaram o rapaz pelas costas e levaram à força para fora do shopping enquanto outros seguranças afastavam as pessoas do local. Tomas registrou boletim de ocorrência no 34ª DP na manhã do último domingo, 14.
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O shopping emitiu uma nota alegando que vai apurar as imagens e que chamou o jovem para ouvir sua versão, mas afirmou que um dos seguranças acusou Tomas de gravar mulheres em seu celular.
O comunicado dizia que a ação “Foi necessária a reação para controlar agressões, a fim de preservar a integridade de todos: envolvidos e os demais que não tinham participação no fato ocorrido”.
Tomas, que é de São Paulo, nega as acusações e diz que foi xingado durante a ação dos seguranças. Ele conta que teve hematomas no pescoço após ser imobilizado com um mata-leão.
O rapaz havia ido ao shopping com amigos e familiares para fazer compras. “Eu fui pro shopping para passar a tarde com dois amigos. Minha mãe e as esposas deles estavam também, só que no andar debaixo fazendo compras. Desde que a gente chegou no shopping nós três [ele e os amigos], os seguranças estavam atrás de nós, acompanhando até o banheiro, praça de alimentação. Eu gravei tudo”, explicou em entrevista para o portal g1.
“Parei para beber uma cerveja e fiz vídeos de mim mesmo para câmera, não filmei ninguém. Já tinha percebido que estava sendo vigiado por três seguranças. Não fiz nada e quase fui para a delegacia por importunação sexual”, contou o jovem.
Segundo a Polícia Militar, ao chegar no local após ser chamada para atender uma ocorrência de desordem, os agentes foram informados que um indivíduo havia cometido importunação sexual contra uma mulher. Segundo a PM, a suposta mulher que havia feito a acusação não estava mais no shopping quando os policiais chegaram no local.
Tomas conta que durante a discussão com os seguranças do shopping, uma mulher teria se apresentado e dito que não gostou da forma como ele teria olhado para as filhas dela. Ele nega que tenha tido contato com a mulher e suas filhas. “Tentaram colocar como importunação para justificar os atos. Eu estava com amigos, minha mãe, família, não olhei nem falei com ninguém a não ser meus amigos”, disse.
O rapaz foi quem acionou a Polícia Militar e disse que mesmo assim, os policiais não deram tanta atenção. Um boletim de ocorrência foi registrado.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, um boletim de ocorrência registrado no 34º Distrito Policial, foi transferido para a Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrin), unidade que dará prosseguimento às investigações.
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