O longa brasileiro independente “Não sei qual cidade se passa aos olhos dele” tem como um de seus diretores e protagonista, João Mendonça, uma criança negra de 9 anos. O primeiro filme da Cia Banquete Cultural como produtora e da Xique Xique Neon como pós-produtora, estreia na 18ª edição da Mostra do Filme Livre, maior mostra de cinema independente brasileiro, que acontece nos Centros Culturais Banco do Brasil (CCBB) e já passou por São Paulo e os próximos destinos são Distrito Federal e Rio de Janeiro, de março a junho, com entrada gratuita.
Feito de forma totalmente independente, o longa conta a história de um pai quer fazer um filme com seu filho João que, por sua vez, deseja mesmo é fazer seu próprio filme. Dessa forma, entram em uma fronteira invisível, e sempre deslocada, entre quem filma e quem é filmado, entre uma geração e outra. João recusa uma linha divisória entre esses dois mundos e fabrica suas próprias imagens, no celular.
Notícias Relacionadas
Cissy Houston, vencedora do Grammy e mãe de Whitney Houston, morre aos 91 anos
Flip 2024 acontece entre 9 e 13 de outubro com destaque para programação afro-brasileira na Casa Poéticas Negras
De acordo com o coprodutor e diretor de elenco, Jean Mendonça, o filme surgiu de uma peça de teatro da Cia Banquete Cultural, “Áurea, a lei da Velha Senhora“, escrita e dirigida por ele, ganhadora do prêmio Funarte Myriam Muniz, em 2015. Negrinho era uma personagem da peça que só aparecia em vídeo, mas que dialogava com os atores no palco.
Dirigido por João Bernardo Mendonça e Thaís Inácio, o longa conta com a participação dos atores Marcus Liberato e Cláudia Barbot, que também atuaram na peça que deu origem ao filme, expandindo a narrativa do teatro. Através de uma estética híbrida, entre documentário e ficção, o filme trabalha a presença de diversos moradores das cidades em situações performáticas, em uma troca que se propõe a reinventar seus próprios cotidianos, assim como o ponto de partida na criação. Entre eles, o menino Felipe Passos e a Dona Ilídia, uma senhora dos seus “cento e poucos” anos, que faz a avó no enredo. Evandro Passos, dançarino, diretor e professor, faz a produção local do longa, Jean Mendonça é coprodutor e diretor de elenco, e Sérgio Pererê, ator e músico, conduz o canto da procissão.
“João Mendonça, performer principal, tinha 5 anos na época da gravação do curta. Sua figura desafiadora no set reservou ao filme espaços que não existiriam, caso fosse um ator mirim profissional. Suas recusas à atuação contribuíram para uma experiência que se recriou em escuta às suas intervenções, e por isso, ainda que com apenas 9 anos, eu o provoquei para o gesto de integrar simbolicamente a equipe de direção“, conta a diretora, Thaís Inácio.
Em São Paulo, o longa foi exibido no dia 14 de abril. Já no Distrito Federal, a exibição acontece no dia 4 de maio, às 17h, no CCBB (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, lote 22). Os moradores da cidade do Rio de Janeiro contam com duas oportunidades, a primeira no dia 11 de maio, às 18h e a outra no dia 25 de maio, às 19h15, no CCBB (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro). Mais informações No site https://www.xxneon.com/__narrativas-visuais/naosei.
Notícias Recentes
Segunda criança envenenada na Zona Norte do Rio morre após comer bombom
As ações afirmativas à brasileira são uma revolução silenciosa