“Já me considero falida, mas estou trabalhando para pagar salários”, dona de restaurante dá exemplo em meio à crise

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 “Já me considero falida, mas estou trabalhando para pagar salários”, dona de restaurante dá exemplo em meio à crise
Cristiane Guterres : Crédito (Reprodução Instagram)

“Aqui é inadmissível demitir nesse momento, é inadmissível deixar sem salário”. Cristiane Guterres é dona do Atrium Restaurante na  região da Avenida Paulista, em São Paulo. Ela é uma entre os milhões de empreendedores brasileiros que foram pegos de surpresa com uma crise econômica inesperada, sem precedentes ou previsão de acabar por conta do surto do novo Coronavírus.

Do dia para noite, Cristiane deixou de ter um faturamento suficiente para pagar sua equipe. Fechar as portas significaria demissão imediata, o que para ela não foi uma opção. “Eu poderia ter feito como muitos empresários, mandando para casa ou demitindo, ou deixando os funcionários à própria sorte”, explicou a empresária em seu Instagram. “As pequenas e médias empresas não têm condição de arcar com as dívidas trabalhistas, sem faturamento e sem um governo que apresente medidas que realmente nos suporte”, detalha Cristiane.

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“Eu estou trabalhando. Minha cozinha está aberta e funcionando para eu poder pagar os salários. Eu já me considero uma empresária falida, mesmo que a gente descubra daqui há 30 dias que dá para retornar rapidamente, eu já era, eu fali, eu perdi esse jogo. Eu não tenho mais como continuar, só que ainda estou vendendo comida para poder pagar o salário dos meus funcionários” ressalta.

A maior parte da equipe de Cristiane é de mulheres, grupo que ela acredita ter alto impacto social. “Eu acredito nas mulheres, eu contrato, desenvolvo, empodero, dou informação e pagamento pelo trabalho que elas me oferecem”.

O restaurante está fazendo delivery mas não consegue a mesma agilidade de antes, por ser fiel as normas recomendadas pela OMS, como a distância entre funcionários, por exemplo.

“Não posso ter muita gente na casa, não tenho máscara para todo mundo por mais de 30 dias e sem elas a gente não poderá trabalhar. Eu vou lutar, eu luto pela minha empresa e pela minha equipe. Eu acredito na minha equipe”, finaliza a empresária.

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