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Roberta Rodrigues vence ação contra Globo por racismo e assédio moral nos bastidores de novela

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Foto: Divulgação/TV Globo

A Globo foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 500 mil à atriz Roberta Rodrigues por racismo institucional e assédio moral durante as gravações da novela “Nos Tempos do Imperador”. A empresa ainda pode recorrer da decisão.

O processo tramita em segredo de Justiça, mas a coluna da Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo teve acesso ao documento. A sentença foi proferida pela juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que reconheceu que o ambiente de trabalho durante a produção da novela foi marcado por práticas de assédio moral e racismo institucional.

Exibida entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022, a novela teria contribuído para o adoecimento da atriz, que recebeu diagnóstico de burnout e precisou se afastar das atividades profissionais por cerca de três meses.

A Globo nega as acusações e argumenta que não houve discriminação ou segregação racial nos bastidores da produção. A emissora sustenta ainda que, mesmo após o fim das gravações, Roberta continuou trabalhando em outros projetos da casa e que a empresa adota políticas de inclusão. Procurada pela imprensa, a Globo afirmou que não comenta processos em andamento.

A atriz afirma que ela e outros atores negros receberam tratamento distinto do elenco branco. O caso ganhou repercussão em fevereiro de 2022, quando veio a público que o setor de compliance da Globo havia recebido uma denúncia de racismo nos bastidores da novela. As atrizes Dani Ornellas e Cinara Leal também haviam denunciado o racismo junto com a Roberta Rodrigues.

No mês seguinte, o então diretor artístico da trama, Vinicius Coimbra, foi desligado da emissora após ser acusado de assédio moral. Em entrevista concedida à Folha um ano depois, Coimbra admitiu falhas estruturais, mas afirmou combater a segregação.

O processo também menciona um áudio, revelado pela coluna da Mônica, de uma reunião entre Coimbra e atores negros da novela em setembro de 2021. Na ocasião, a produção enfrentava críticas por uma cena que sugeria “racismo reverso”. A autora da novela se desculpou publicamente após a repercussão negativa.

Na gravação, o diretor alertava sobre possíveis retaliações e mencionava figuras públicas ligadas ao movimento negro. “Assim como você tem a tropa de choque do movimento negro, a Djamila [Ribeiro], o AD Junior, você também tem a tropa de choque do movimento branco, entendeu? Que também vão, a qualquer deslize de vocês, vão deslegitimar as reivindicações, os discursos”, disse Coimbra.

Desde sua estreia, “Nos Tempos do Imperador” foi criticada por “romantizar a escravidão” e apresentar imprecisões históricas. A Globo chegou a contratar uma revisora para avaliar o conteúdo da trama.

Os advogados de Roberta Rodrigues, Carlos Nicodemos e Cinthia Carvalho, não comentaram o caso devido ao sigilo judicial. A atriz pleiteava uma indenização de R$ 10 milhões, mas a juíza fixou o valor em meio milhão de reais.

Luciana Barreto denuncia ataques racistas após comentar fala de presidente da Conmebol

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Foto: Divulgação/TV Brasil

A jornalista Luciana Barreto relatou que está sendo alvo de comentários racistas em uma rede social, após a TV Brasil publicar um vídeo em que ela comenta a fala de Alejandro Domíngues, presidente da Conmebol, que comparou os brasileiros a Chita, um chimpanzé do filme Tarzan

“Muitos desses comentários estão em espanhol, significa que tem muita gente se ancorando na possibilidade de estar fora do país e cometer crime de racismo. Agora, tem muitos brasileiros também cometendo crimes contra mim”, disse a âncora do Repórter Brasil Tarde no Instagram, nesta quarta-feira (19). 

A autora do livro “Discursos de ódio contra negros nas redes sociais” afirmou que vai denunciar os ataques sofridos. “Já estamos tomando as providências legais e o mais importante, ninguém vai me silenciar, não. A gente vai denunciar o racismo até o fim. Lugar de racista é na cadeia”.

Em resposta, a emissora  também se pronunciou contra os comentários racistas: “Nós da TV Brasil repudiamos todo e qualquer ato racista. Premiada, Luciana Barreto, nossa âncora e editora-chefe do Repórter Brasil Tarde, tem um trabalho reconhecido na luta antirracista. A tentativa de intimidação e silenciamento não irá funcionar. Todo nosso carinho e respeito por você, Lu”.

Entenda o caso

Após os recentes casos de racismo, durante uma entrevista na terça-feira (18), o presidente da Conmebol, Alejandro Domíngues foi questionado se ele imaginaria a Copa Libertadores sem os times brasileiros, e ele respondeu que seria como Tarzan sem a Chita.

Em repúdio à fala racista, Luciana Barreto comentou o caso durante sua apresentação na TV Brasil. “Claro que a frase, em um contexto em que os jogadores brasileiros são desumanizados, constantemente chamados de macacos, foi um tiro no pé. Mostra que todo mundo precisa melhorar muito para de fato implementar medidas antirracistas que vão além do discurso. A sugestão, aliás, é estudar o tema. Quem sabe um treinamento antirracista ajude, melhorem. 

As marcas brasileiras estão matando os nossos sonhos

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Foto: Reprodução/Freepik

A notícia do adiamento da Feira Preta para 2026 foi mais que um banho de água fria para qualquer empresário que trabalha com a comunidade negra, incluindo esta pessoa que escreve este texto. Foi uma prova concreta de como projetos afrocentrados foram usados pela publicidade durante a pandemia, na era pós-morte de George Floyd, e de como agora as marcas não se importam mais com a gente.

A edição de 2024 da Feira foi a maior e melhor de todas, ocupando uma área expressiva do Parque do Ibirapuera, um dos espaços mais bonitos da cidade mais rica da América Latina e movimentando cerca de R$14 milhões. Havia público, ativações, atividades culturais, uma área de empreendedorismo pulsante e uma cadeia incontável de pessoas beneficiadas financeiramente com o evento. Seria inimaginável que a Feira Preta não encontrasse apoio de marcas para a edição deste ano em São Paulo. E foi exatamente isso que aconteceu. A Feira será realizada apenas em Salvador, em novembro.

Quando olhamos o recuo da diversidade e inclusão nos EUA, devemos levar em conta que, apesar de péssimo, a população negra lá é minoria. Nada justifica o retrocesso, mas, em termos numéricos, o Brasil tem mais da metade da população formada por pretos e pardos. Ou seja, o corte de investimentos e o enxugamento de áreas de diversidade dentro das empresas impactam a maior parte dos brasileiros.

Se, no final dos anos 90, a falta de investimento se dava por não sabermos o quanto somos, agora, em 2025, ela ocorre pela desimportância de pessoas negras em projetos estratégicos dentro das grandes agências de publicidade. O “They don’t care about us”, do clipe de Michael Jackson em Salvador, se faz presente novamente. Fomos usados para atender às tendências midiáticas globais durante a pandemia, quando a violência contra um homem negro americano se traduziu em uma curta primavera negra, com investimentos nunca antes vistos em projetos para a comunidade negra. Meta, Google e outras empresas criaram e apoiaram vários projetos de empoderamento negro em suas plataformas. O letramento racial era tema frequente em reuniões e eventos corporativos. Agora, essas instituições nem retornam os e-mails das mesmas pessoas que apoiaram antes. Uma violência simbólica que nos faz sentir usados e descartados.

E qual a solução para esse problema? Nos EUA, após o anúncio da redução dos programas de DEI, a Target, famosa rede de varejo, experimentou uma queda notável no tráfego de clientes. Em um período de quatro semanas encerrado em 9 de fevereiro, a empresa registrou uma diminuição de quase 5 milhões de visitas, de acordo com a Insider, enquanto a Costco, que manteve suas iniciativas de DEI, viu um aumento de aproximadamente 7,7 milhões de visitas no mesmo período. Esse movimento foi especialmente evidente entre famílias negras e hispânicas/latinas, que decidiram boicotar uma marca que não reconhece a importância de estratégias de diversidade em seus negócios.

Nosso país é tão irônico nesse sentido que os produtos voltados ao nosso público continuam em ascensão. As marcas de beleza só aumentam a gama de produtos para nossa pele e cabelo, ou seja, elas querem nosso dinheiro. Mas esse aporte financeiro, vindo das nossas compras, não retorna em ações de publicidade para mídias e influenciadores negros. Seus departamentos de DEI continuam sendo reduzidos e o adiamento da Feira Preta em São Paulo é uma das vítimas desse novo momento.

Não falta letramento racial. Inclusive, eu particularmente acho que a falta de conhecimento sobre racismo nunca foi o fator real para a ausência de investimentos em nossos projetos. Os letrados estão aí, ignorando nossa existência, matando empresas que investiram em recursos físicos e humanos, acreditando que a mudança viria para ficar. E o estrago tem como consequência o impacto na geração de empregos, pois sabemos que pequenos e médios empreendedores são os que mais contratam no Brasil.

Nosso consumo tem que ser consciente. Comprar dos nossos é de extrema importância. Entender se a marca que você consome regularmente tem ações de diversidade também precisa ser uma prática na hora de gastar seu dinheiro.

Abra sua geladeira e veja quais são as marcas que estão lá. Quais delas têm ações com enfoque racial dentro da sua agenda de ESG? Essas informações estão disponíveis na maioria dos sites de empresas, na parte institucional.

Quem não pensa em mim e na minha comunidade não merece meu dinheiro. Está na hora de expor e boicotar as marcas que estão matando os nossos sonhos.

Ícone do neo-soul, Erykah Badu anuncia novo álbum de estúdio após 15 anos

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Foto: Jai Lennard/BillBoard

Erykah Badu, eleita a Ícone das Mulheres na Música pela Billboard, revelou em uma recente entrevista à revista que está trabalhando duro em seu primeiro álbum de estúdio em 15 anos. Apesar de dizer que ela não está tão antenada na música quanto costumava ser, seu novo projeto musical está sendo produzido por The Alchemist, um dos nomes mais respeitados do hip-hop atual. 

Seu último álbum de estúdio lançado foi o ‘New Amerykah Part Two (Return of the Ankh)’, e a diva do neo-soul ainda chegou a lançar o mixtape ‘But You Caint Use My Phone’, em 2015.

Ela conta que gosta mais de performar do que de gravar. “Eu faço turnês oito meses por ano nos últimos 25 anos”, diz. “É isso que eu faço. Eu sou uma artista performática. Eu não sou uma artista de gravação. Eu venho do teatro. É a reação imediata entre você e o público e o sentimento imediato. O ponto onde você se torna um organismo vivo e respirando com as pessoas. É para isso que eu vivo. É a minha terapia. E a deles também. Estamos nisso juntos. E eu gosto da ideia de que isso acontece apenas uma vez”, conta. 

No ano passado, a cantora realizou show em dois festivais no Brasil: o Afropunk Brasil, em Salvador, e o Rock The Mountain, em Itaipava (RJ), além de uma apresentação no Espaço Unimed, em São Paulo.

O álbum tem consumido a maior parte do tempo de Badu. Além dos momentos dedicados à família e a outros interesses fora da música — como sua colaboração com a marca Cookies, chamada That Badu.

“Quando eu estava construindo minha casa, eu estava me certificando de que estava construindo rampas para quando eu fosse idosa e não pudesse andar sozinha. Quando eu faço meus exercícios, eu faço exercícios que são propícios para pegar mantimentos e netos e coisas assim”, diz a cantora, hoje com 54 anos, focada em manter seu equilíbrio mental, emocional e físico, garantindo que esteja preparada para o que está por vir.

Novo livro de Midiã Noelle ensina como a comunicação pode ser uma ferramenta poderosa no enfrentamento ao racismo

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Foto: Reprodução/Instagram

A jornalista e mestra em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Midiã Noelle, estreia no mercado editorial com o livro “Comunicação Antirracista”, publicado pela Editora Planeta. A obra, que chega às livrarias como um guia prático, reúne ferramentas para aprimorar práticas discursivas e comportamentais que contribuem para a promoção de uma comunicação que não reforça estereótipos, preconceitos e desigualdades raciais.

Com 16 anos de carreira e atualmente redatora do Plano pela Igualdade Racial do Governo Federal, Midiã Noelle defende que a comunicação é fundamental para garantir dignidade às vidas das pessoas. Em seu livro, ela explora como o enfrentamento ao racismo deve ser baseado no respeito à historiografia africana e afrodiaspórica, utilizando elementos da estética, semiótica e outras linguagens para desconstruir percepções negativas sobre pessoas negras.

“Comunicação Antirracista” não se propõe a ser uma receita pronta, mas sim um instrumento para a articulação de práticas comunicacionais libertadoras. A obra é voltada para um público diverso — brancos, negros, indígenas, amarelos — que compartilham o interesse em ser antirracista. Segundo Midiã, o conceito de comunicação antirracista contempla diversas áreas da comunicação, visando fortalecer o reconhecimento da condição humana e promover uma interlocução mais justa e igualitária.

O lançamento do livro ocorre em um momento de crescente discussão sobre racismo estrutural e a necessidade de práticas antirracistas em diferentes setores da sociedade. Com uma abordagem teórica e prática, Midiã Noelle oferece um material basilar para quem deseja entender e combater o racismo por meio da comunicação.

“Comunicação Antirracista” já está disponível nas principais livrarias do país e em plataformas online.

Jonathan Majors e Meagan Good se casam em cerimônia íntima, diz site

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Os atores Jonathan Majors e Meagan Good oficializaram sua união em um casamento discreto realizado no último dia 18 de março. A cerimônia, descrita como íntima, contou apenas com a presença das mães do casal, que desempenharam papéis centrais no evento. A mãe de Majors, pastora, oficiou o matrimônio, enquanto a mãe de Good atuou como testemunha, de acordo com informações publicadas pela revista Essence.

O noivado do casal havia sido anunciado em novembro de 2024, durante o EBONY Power 100 Gala, evento que coincidentemente marcou também o início de seu relacionamento. Os dois se conheceram em outubro de 2022, no mesmo evento, e, segundo Good, houve uma “conexão instantânea” entre eles. “Não tínhamos ideia de que dois anos depois estaríamos noivos”, declarou a atriz em entrevista à revista Ebony em janeiro de 2024. “Mas tudo mudou naquele dia.”

Os rumores sobre o romance começaram a circular em maio de 2023, quando Majors e Good foram vistos juntos em um cinema em Los Angeles, nos Estados Unidos. Na época, fontes próximas ao casal afirmaram que eles já eram amigos há algum tempo, mas que o relacionamento havia evoluído para algo mais sério.

O início do namoro, no entanto, foi marcado por desafios. Em junho de 2023, Majors enfrentou uma acusação de agressão e assédio movida por sua ex-namorada, Grace Jabbari. Good esteve ao lado do ator durante as audiências, sendo fotografada de mãos dadas com ele em várias ocasiões. O apoio público da atriz ao então namorado chamou a atenção da mídia e dos fãs.

Apesar das turbulências iniciais, o casal seguiu firme e passou a aparecer juntos em eventos públicos, incluindo tapetes vermelhos. Em março de 2024, Majors e Good compareceram ao 7º almoço anual do African-American Film Critics Association (AAFCA) Special Achievement Awards, onde demonstraram sintonia e afeto. Questionado sobre como estava, Majors respondeu: “Apaixonados… Estamos bem, obrigado por perguntar.” Good complementou: “Estamos ótimos. Deus é bom.”

Majors, conhecido por seus papéis em filmes da Marvel e em Creed III, já havia expressado publicamente sua admiração por Good, comparando-a a Coretta Scott King, esposa do ativista Martin Luther King Jr. “Ela é um anjo. Ela me segurou como… uma Coretta”, disse o ator em entrevista ao Good Morning America em janeiro de 2024. “Sou tão abençoado por tê-la. Acho que a encontrei.”

Good, por sua vez, também não esconde sua admiração pelo marido. Em entrevista ao programa Today, em julho de 2024, ela destacou o apoio mútuo e o respeito como pilares do relacionamento. “Tem sido realmente maravilhoso”, afirmou.

Mais recentemente, o casal foi visto no 55º NAACP Image Awards, realizado em 16 de março. Em conversa com a People, Good falou sobre este novo capítulo de sua vida. “Estou apaixonada, estou em transição, estou me curando, estou crescendo [e] estou ficando animada com o que vem a seguir”, disse. “Estou mais feliz do que nunca em muito tempo.”

Governo Trump elimina cláusula que proibia instalações segregadas em contratos federais

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Foto: Na estação de ônibus em Durham, Carolina do Norte", maio de 1940. Foto de Jack Delano.

O presidente dos EUA, Donald Trump, revogou uma ordem executiva assinada em 1965 por Lyndon B. Johnson que exigia que contratados federais aplicassem regras contra a segregação racial em seus locais de trabalho. A medida, que havia sido implementada para combater a discriminação, foi substituída por um memorando da Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês), divulgado no mês passado, mas que veio à tona apenas nesta terça-feira (18) após reportagem da NPR.

O memorando orienta as agências federais a não exigirem mais que empresas contratadas com dinheiro público garantam a não existência de instalações segregadas, como áreas de alimentação separadas para funcionários negros e brancos. Apesar da revogação, leis estaduais e federais continuam a proibir a segregação em todas as empresas, incluindo as que prestam serviços ao governo.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) condenou a medida, afirmando que a ordem executiva de Trump “não apenas desfaz décadas de política federal antidiscriminação, mas também mobiliza agências federais para intimidar entidades privadas e governamentais a abandonar esforços legais para promover a equidade e remediar a discriminação sistêmica”. A organização acrescentou que a ação “prejudica obrigações que remontam ao governo Johnson”, responsabilizando empresas que recebem dinheiro público pelos mais altos padrões de combate ao preconceito.

A professora de direito constitucional da Universidade de Nova York, Melissa Murray, afirmou à NPR que a decisão de Trump é “simbólica, mas incrivelmente significativa em seu simbolismo”. Ela destacou que a medida entra em conflito com as leis de integração racial estabelecidas nas décadas de 1950 e 1960. “O fato de que agora eles estão excluindo essas disposições dos requisitos para contratantes federais diz muito”, disse Murray.

A cláusula 52.222-21 do Regulamento Federal de Aquisições, que exigia a manutenção de locais de trabalho integrados, foi explicitamente removida dos contratos federais. A norma determinava que as empresas não poderiam manter instalações segregadas, como áreas de trabalho, bebedouros, transporte, moradia e restaurantes, com base em “raça, cor, religião, sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou origem nacional”.

Departamentos como o de Comércio, Segurança Interna e os Institutos Nacionais de Saúde já notificaram suas equipes sobre a necessidade de implementar as mudanças descritas na ordem executiva de Trump. Um aviso recente dos Institutos Nacionais de Saúde afirmou que as cláusulas sobre a “Proibição de Instalações Segregadas” e “Igualdade de Oportunidades” não serão mais consideradas na concessão de contratos.

Apesar da revogação, todas as empresas nos EUA continuam sujeitas à Lei dos Direitos Civis de 1964, que proíbe a segregação racial. No entanto, a ordem de Trump entra em conflito direto com essa legislação, o que pode levar a disputas judiciais.

Diarista procura delegacia para denunciar agressão do marido e é presa em Petrópolis

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Foto: Reprodução/TV Globo

Uma diarista de 42 anos, Debora Cristina da Silva Damasceno, foi presa por engano no último domingo (16) após comparecer a uma delegacia de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, para denunciar o marido por agressão e solicitar medidas protetivas. Ela passou três dias detida e foi liberada apenas na terça-feira (18), após a Justiça reconhecer o erro.

Debora foi confundida com uma mulher procurada por tráfico de drogas e associação criminosa. A mulher procurada, cujo nome é Debora Cristina Damasceno, é oito anos mais jovem, não possui o sobrenome “da Silva” e é natural de Belo Horizonte (MG), cidade onde o mandado de prisão foi expedido. A diarista, que nunca viajou para Minas Gerais, foi detida mesmo após a família apontar as discrepâncias nos dados.

O registro de ocorrência indica que Debora chegou à delegacia com marcas de agressão, mas, mesmo assim, recebeu voz de prisão. “Ninguém espera que vai na delegacia dar uma queixa e sai algemada”, afirmou a diarista, emocionada. “Meu chão caiu. Passei um perrengue que não era para mim. Quero minha casa, quero ver minha mãe, minha vó que está com 82 anos desesperada. Foi apavorante”, desabafou.

O filho de Debora, Fabrício Damasceno, falou sobre sua indignação com o ocorrido. “Tô sentindo uma tristeza forte, uma saudade da minha mãe, e muito indignado com a Justiça”, disse ele, na porta do presídio onde a mãe estava detida.

Na audiência de custódia, o juiz Alex Quaresma Ravache identificou o equívoco e determinou a soltura de Debora. Ele destacou que o mandado de prisão havia sido expedido pela comarca de Belo Horizonte e encaminhou documentos que comprovavam a confusão. A Justiça de Minas Gerais emitiu uma certidão confirmando o erro no sobrenome e ordenou a libertação da diarista.

No entanto, devido à burocracia, Debora só deixou a cadeia por volta das 18h de terça-feira. “Saber que você é inocente e está passando por algo que não é para você… Quando falaram o lugar, BH, eu não sei nem como faz para chegar lá”, lamentou.

Procurados, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) afirmou que houve um equívoco no mandado de prisão, enquanto a Polícia Civil do Rio de Janeiro disse ter cumprido o mandado que constava no sistema. Sobre a denúncia de agressão feita por Debora, a polícia informou que a investigação está em andamento e que medidas protetivas foram solicitadas para a vítima.

Ye ataca filhos gêmeos de Beyoncé e Jay-Z em série de posts ofensivos no ‘X’

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O rapper Ye usou suas redes sociais para disparar críticas contra Jay-Z e os filhos gêmeos de Beyoncé, Rumi e Sir Carter, de sete anos, fazendo comentários ofensivos sobre as crianças no X (antigo Twitter), na última terça-feira (19).

Também conhecido como Ye, o rapper publicou um post em que sugeriu que os gêmeos teriam sido concebidos por fertilização in vitro e fez comentários ofensivos sobre suas capacidades intelectuais. “Espera aí, alguém já viu os filhos mais novos de Jay-Z e Beyoncé? Eles são re****”, escreveu. “Não, literalmente, e é por isso que a inseminação artificial é uma bênção. Ter filhos r*** é uma escolha.” A postagem foi removida e republicada na manhã de quarta-feira, ele ainda afirmou: “Se o Twitter derrubar minha me**a, que assim seja, mas eu preciso que vocês saibam que Jay-Z ou ninguém tem poder sobre mim”.

Depois de apagar a publicação, Ye justificou que retirou o tweet do ar: “porque havia a possibilidade de meu Twitter ser cancelado, não porque eu sou uma boa pessoa”. E ainda ironizou: “Eu o retirei como se fosse uma Síndrome de Down”.

Ye e Jay-Z já haviam tido desentendimentos públicos anteriormente, como em 2014, quando Jay-Z e Beyoncé não compareceram ao casamento de Ye com Kim Kardashian. Em 2018, West chegou a afirmar que Jay-Z não o apoiou após o assalto sofrido por Kardashian em Paris, em 2016, episódio que culminou na hospitalização do rapper por estresse e exaustão.

Festival Feira Preta adia edição de 2025 em São Paulo após diminuição de patrocínios

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Foto: Reprodução/Feira Preta

O Festival Feira Preta, considerado o maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, anunciou na manhã desta quarta-feira (19) o adiamento da edição de 2025 em São Paulo para 2026 devido à diminuição de patrocínios. No comunicado oficial publicado no Instagram do evento, o texto explica que “a decisão reflete um cenário de retração de investimentos em eventos voltados para a diversidade, com a burocracia das grandes empresas dificultando a liberação de recursos”. Uma edição do festival será realizada em Salvador, em novembro deste ano.

“O adiamento do evento em São Paulo representa uma perda significativa para pequenos empreendedores, artistas e profissionais da economia criativa negra, que encontram no festival um espaço fundamental para visibilidade e desenvolvimento econômico”, afirmu Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, no comunicado. Na última edição, realizada em São Paulo, o festival movimentou cerca de R$ 14 milhões, beneficiando diretamente 170 empreendedores negros e gerando 600 empregos temporários.

Negociada desde o ano passado, a edição que ocorrerá na cidade de Salvador, em novembro deste ano permanece, levando para a Bahia investimentos já aportados pelo festival. O adiamento da edição paulista, no entanto, representa um desafio para pequenos empreendedores, artistas e profissionais da economia criativa negra, que encontram no festival um espaço fundamental para visibilidade e desenvolvimento econômico.

Estratégias para 2024
Enquanto a edição de São Paulo é adiada, os empreendedores já inscritos seguem em processo de curadoria para possível participação no evento em Salvador. A organização também negocia a realização de eventos ao longo do ano para criar novas oportunidades de negócios. Em junho, o festival estará presente no Women Music Event, com uma feira de produtos e serviços de empreendedores negros.

Para quem já comprou ingressos para a edição de São Paulo, a organização entrará em contato para realizar o estorno dos valores.

“Seguimos firmes no compromisso de criar espaços de potência e visibilidade para o empreendedorismo negro, buscando novos modelos de financiamento e parcerias para garantir a continuidade do festival em sua plenitude, garantindo sua perenidade como uma das mais importantes plataformas de fortalecimento da economia negra”, reforça Adriana Barbosa.

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