Com mais de 40 anos registrando e mantendo viva a história e cultura da comunidade negra brasileira, a Cultne pode ser reconhecida como Patrimônio Nacional, Cultural e Imaterial do Brasil e da Humanidade.
A deputada federal Benedita da Silva (PT) apresentou no início do mês, o projeto de lei 742/2023 reconhecendo a importância da Cultne. O PL continua em tramitação na Câmara dos Deputados.
Responsável pelo maior acervo digital de cultura negra da América Latina, a Cultne trabalha desde 1980 e hoje atua com a TV, o Instituto, a Rede de Educação, a Editora, a Produtora Audiovisual e a parceria com o Google Arts and Culture.
“A realização da Cultne foi direcionada ancestralmente. Nos últimos 500 anos, ninguém havia se preocupado, enquanto comunidade, a contar a nossa história sem que fosse pela questão oral. A Cultne passa a ser quilombo digital, um griô que utiliza da tecnologia, não totalmente acessível a nós, a formar a tecnologia preta”, disseDom Filó,produtor cultural e CEO da Cultne, em entrevista ao ECOA Uol, em dezembro do ano passado.
Para homenagear os 90 anos da atriz Léa Garcia, considerada “A dama do teatro negro brasileiro”, no próximo fim de semana, o Canal Brasil vai exibir dois longas-metragens protagonizados pela atriz. O longa “Um Dia com Jerusa” (2020), dirigido pela cineasta Viviane Ferreira, será exibido no sábado, às 14h, e “Filhas do Vento” (2005), de Joel Zito Araújo, passará na sequência, às 15h15.
Em “Um Dia com Jerusa”, Léa Garcia interpreta Jerusa, uma senhora de 77 anos que recebe a jovem Silvia (Débora Marçal) em sua casa, no bairro do Bixiga, região central de São Paulo. Durante o encontro, Jerusa compartilha com Silvia suas experiências e lembranças vividas no bairro que é um lugar recheado de memórias ancestrais. “Um Dia Com Jerusa” é o terceiro longa-metragem de ficção realizado por uma cineasta negra no Brasil. O longa foi exibido na 44ª Mostra de Cinema de São Paulo e indicado ao AMAA – African Movie Academy Awards como melhor filme realizado em diáspora.
Léa Garcia levou o prêmio de “Melhor Atriz” no Festival de Gramado por seu trabalho no filme “Filhas do Vento”. A trama acompanha a relação de duas irmãs, Ju, interpretada por Thalma de Freitas na juventude e por Léa Garcia quando mais velha, e Cida, personagem vivida por Taís Araújo na fase jovem e por Ruth de Souza na maturidade. As duas se separaram ainda jovens e se reencontram 45 anos depois, no enterro do pai (Mílton Gonçalves), com vidas totalmente diferentes. O longa, dirigido por Joel Zito Araújo, é o primeiro filme de ficção do diretor e foi vencedor de oito kikitos no Festival, incluindo o de melhor filme pelo júri da crítica. Na Mostra de Tiradentes, o “Filhas do Vento” foi escolhido o melhor filme pelo júri popular e no Paratycine, venceu a categoria de melhor roteiro.
Com uma carreira extensa, Léa possui trabalhos marcantes no teatro, na TV e no cinema. A atriz estreou nos palcos em 1952, na peça “Rapsódia Negra”, de Abdias do Nascimento. Quatro anos depois, fez parte do elenco da montagem de “Orfeu da Conceição”, espetáculo que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenários de Oscar Niemeyer. A partir da peça, foi feito o filme “Orfeu Negro” (1959), de Marcel Camus, que marcou a estreia de Léa no cinema. O longa venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pela França, e a Palma de Ouro no Festival de Cannes. A atriz também foi indicada ao prêmio de melhor atriz no festival francês. Na TV, participou de sucessos como “Selva de Pedra” e “Escrava Isaura”, obra em que viveu a marcante vilã Rosa.
No final do ano passado, Léa Garciaestreou a peça “Mãe Baiana”, no Rio de Janeiro, ao lado da atriz Luana Xavier.
“Eu não sou uma mulher?” – essa famosa frase da abolicionista afro-americana Sojourner Truth, realizada em um discurso potente na Convenção de Mulheres em Akron, Ohio, em 1851, em defesa das mulheres negras, marca a grande estreia do especial ‘Falas‘, exibida na noite desta segunda-feira (06), na TV Globo.
Escrito por três cineastas negras: Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, o especial “Falas Femininas – Histórias (Im)possíveis“, lançado na semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, traz uma narrativa de ficção sobre a Mayara (Luellem de Castro) e Laura (Isabel Teixeira), em uma relação de empregada doméstica negra com a patroa branca.
A história intitulada “Mancha“, mostra Mayara em seu último dia de trabalho, pronta para seguir os seus sonhos ao passar no vestibular e deixar a vida de empregada doméstica, que já vinha de gerações. Sua avó trabalhava para esta mesma família. Mas Laura, tenta se convencer de que não é uma mulher branca como as outras, afinal, ela acredita que é uma mãe solo dedicada, que valoriza a cultura negra com esculturas africanas pela casa, retrato de crianças pretas retintas e deixa uma boneca negra no berço da sua filha.
Foto:Manoella Mello/ Globo
Mas ao longo do dia, assim como qualquer outra patroa branca, ela pede para que a Mayara desista dos seus sonhos para continuar cuidando da sua filha e se incomoda com a comemoração da jovem junto com as colegas do trabalho, por romper um ciclo familiar de desigualdade e serventia.
Os minutos passam, e Laura passa de um olhar meigo e acolhedor, para um olhar obsessivo, agonizante e de revolta. Ao invés de deixar que Mayara saia um pouco mais cedo do trabalho depois de finalizar as tarefas, ela pede para que a jovem limpe uma “mancha” na janela da sala, colocando em risco a vida dela.
No início do episódio, Laura precisa da ajuda de Mayara para segurar a escada, pois ela queria limpar o lustre, da mesma forma que fazia a avó. Horas depois, essa mesma mulher pede à empregada doméstica que suba a escada para limpar uma mancha do lado de fora da janela do apartamento, sem nenhuma proteção. Mas ao se apavorar com o choro da bebê, Laura solta a escada e a empregada doméstica cai da sacada, mudando o destino das duas.
No final, fica a dúvida para parte do público se Mayara morreu, mas talvez caiba a cada um essa interpretação. Para mim, Laura ficou surtando o tempo inteiro sozinha dentro de casa após a tragédia, refletindo o que a empregada diria à ela se tivesse chance de voltar viva. Ela reconhece os privilégios que manteve da sua família e a queda do lustre pode representar o rompimento desse pacto da branquitude na sua mente.
Amanhã, 8 de março, muitas mulheres brancas, progressistas, de classe média ou alta, tentarão se convencer de que, sofrem as mesmas dificuldades que as mulheres negras. Mas as mulheres negras ainda são maioria nos trabalhos domésticos, com baixa escolaridade e salários menores. E destas, a maioria também já tem mais de 40 anos e não possuem carteira registrada.
Além das diferentes humilhações diárias, como ocorreu com uma diarista na semana passada, impedida de esquentar a marmita em uma casa no Rio de Janeiro, que teve sua história viralizada na web. Será que essas mulheres brancas também nos enxergam como mulheres? Vale a reflexão de ambos os lados.
Os demais episódios do especial “Falas” serão exibidos ao longo do ano em datas que remetam às causas e lutas sociais abordadas na obra: Dia dos Povos Indígenas, Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, Dia Nacional das Pessoas Idosas e Dia da Consciência Negra.
Após nove anos do famoso restaurante ‘Altar Cozinha Ancestral‘ em Recife, Pernambuco, a chef Carmem Virginia anunciou em seu Instagram, a nova unidade ‘Altar São Paulo’, na Vila Madalena, com previsão de abertura em abril deste ano.
“Por mais que o Altar SP tenha uma estrutura dos sonhos, tenha todo o aparato pra ser muito mais incrível que o daqui de Recife. Não podemos esquecer que se não fosse os sonhos de um Altar que começou recebendo pessoas numa casa simples de bairro, com mesa na garagem eu não estaria aqui podendo comemorar”, inicia o texto.
“Levaremos aquilo que mais amamos do nosso Altar Cozinha Ancestral. A Salinha dos amigos, os Santos, Orixás, a árvore de Náiade Lins, o grafite de Mainha, os pratos mais incríveis do Altar Recife e claro a presença constante dos meus dois queridos amigos que estão conosco desde sempre figurando na porta dos banheiros!”, diz a chef se referindo ao casal Lázaro Ramos e Taís Araújo.
Aberta a diversidade, dona Carmem também já divulgou como serão as regras para o uso dos banheiros. “Serão pra quem se identificar tá? Nada disso de mulher e homem! E ainda teremos o banheiro acessível com fraudário ❤️ Altar SP já é realidade!!”, comemora.
O ator Lázaro Ramos comentou a publicação da chef com muita emoção. “Meu Deus. Chorei 😢 te amo❤️”. Muito querida pelos artistas, outros também já demonstraram interesse na abertura do restaurante em São Paulo nos comentários, como a advogada Carol Novaes, de “Casamento às Cegas“, e a bailarina Ingrid Silva. “Tô tão ansiosa”, escreveu Carol.
“Se você é mãe solteira, tire a capa. Na verdade, solte suas asas de anjo, porque não sei de que outra forma você fez isso”, disse a atriz Keke Palmer, 29, no último sábado (29), em seu Instagram. A estrela deu à luz ao seu primeiro filho, Leodis, com o namorado Darius Jackson, no dia 25 de fevereiro e desejou muito apoio às mães e pais solteiros que cuidam dos filhos sozinhos.
A estrela do filme “Não! Não Olhe!” acrescenta que não deseja que sua mensagem pareça insensível. “Eu sei que há um milhão e uma razões pelas quais alguém quer se tornar um pai solteiro ou se tornou um pai solteiro”. E exemplifica: “Talvez eles tenham perdido alguém. Talvez eles não queiram lidar com alguém. Talvez seja uma escolha”.
https://www.instagram.com/p/CpVtDlpg40m/?next=%2F
“Mas quando se trata de criar um filho, já aprendi nestes poucos dias que é preciso uma aldeia. E às vezes isso é um privilégio. E eu só quero que qualquer pessoa que seja mãe solteira esteja fazendo isso… isso pode trazer lágrimas aos meus olhos. Estou verdadeiramente, profundamente impressionada”, conta Palmer.
Na última segunda-feira (5), Palmer publicou uma série de fotos e vídeos da família com o bebê. “Nascida durante o Mês da História Negra, com um nome que combina”, escreveu ela. “LEODIS ANDRELLTON JACKSON, bem-vindo ao mundo, bebê Leo”.
Foto: Reprodução / Redes Sociais ; Daniel Clemente.
A cantora MC Carol, 29, utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira (6) para comentar suas experiências pessoais enquanto mulher negra no mercado do funk. A artista relata que não foi fácil começar a carreira num mercado marcado pelo machismo. “Comecei cantar putaria aos 15/16 anos, numa época em que na favela a gente só tinha internet na lan house. Resumindo: a gente era atacado ao vivo na rua! Quando eu subia minha favela de manhã, voltando dos shows, a galera descendo para trabalhar me olhava com nojo, com desdém”, publicou Carol. “Começaram a falar que eu estava usando drogas, que eu estava metida com bandidos”.
Num mercado atual cada vez mais popular entre as massas, Carol relata que essa não era a realidade quando ela começou a cantar funk, com letras intensas e com a alcunha de ‘proibidão’. “Eu tinha que sair na mão para conseguir sair de casa para trabalhar e na volta era outro inferno. As vezes tinha que dormir na casa da minha vizinha para evitar confusão”, publicou a artista, que em seguida destacou as poucas opções em sua vida.
Comecei cantar putaria aos 15/16 anos, numa época que na favela a gente só tinha net na lan house. resumindo: a gente era atacado ao vivo na rua! Quando eu subia minha favela de manhã, voltando dos shows, a galera descendo p trabalhar me olhava com NOJO, com desdém! https://t.co/LN3jbLhKKq
“Eu entendi o que eu ia passar/sofrer assim que decidi continuar cantando putaria, num mundo machista pra caralh-, que se diz religioso ainda. Eu tinha duas escolhas na época: continuar colocando currículo de menor aprendiz ou subir favela para cantar putaria. E, eu fiz minha escolha! Eu não deveria passar pelo o que eu passei, porque homens não passam por metade“, destacou Carol. “Quem sofreu foi Tati, Cacau, Os bonde femininos, Deise Tigrona, que ganhava merreca, às vezes nem o da passagem. Fazia a parada por amor”.
Luísa Sonsa, pipokinha chorando, não sei pq eu não choro tbm! Meu cachê não é de 30k, gravadora já segurou minha autorias de eu chegar a querer fazer na mão, fui plagiada, música BDSM q foi uma luta pra gravadora libera, amanhã eu acordo às 6h da manhã.
Em outra postagem, Deizi Tigrona, famosa por sucessos consagrados do funk como ‘Injeção’ e Sadomasoquista’, foi direta, ao relatar o difícil caminho do funk enquanto mulher negra. “Meu cachê não é de 30 mil, a gravadora já segurou minhas [músicas] autorias, a ponto de eu chegar a querer fazer na mão, fui plagiada, tive música que foi uma luta para a gravadora liberar. Amanhã eu acordo às 6h da manhã“, disse ela ao citar ainda atuais cantoras brancas que estão em destaque no funk nacional. “Luísa Sonsa, Pipokinha chorando, não sei porque eu não choro também’.
A atriz Halle Bailey, 22, utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira (6) para compartilhar as primeiras imagens da nova boneca negra Ariel, símbolo do filme ‘A Pequena Sereia’. “Estou realmente chocada porque isso significa muito para mim. E ter uma boneca que se parece comigo, da minha personagem favorita da Disney, é muito surreal”, afirmou Bailey. “Eu tenho minha própria boneca Ariel de ‘A Pequena Sereia’. Eu não posso acreditar o quanto ela captura minha versão dessa personagem icônica. Eu vou chorar”.
O filme ‘A Pequena Sereia’ estreia no Brasil dia 26 de maio. Até o momento, não há informações sobre a data de lançamento da nova boneca Ariel. “Estou tão animada, ela tem até minha pintinha”, continuou Halle, destacando a personagem em mãos. “Ainda não sei bem o que fazer com ela, mas vou levá-la para casa e escondê-la para sempre”.
Numa enorme mudança de imagem, Halle será a primeira Ariel negra nos cinemas. Expectativa é de que a icônica personagem da Disney ganhe formatos em brinquedos, animações e desenhos sob a nova representação, com tranças e características negras. “Como mulher negra, o cabelo é espiritual, especialmente os dreads. Foi muito legal fazer de Ariel uma versão minha com meus dreads. Eu sinto que o cabelo de uma sereia seria dessa forma de qualquer maneira”, disse Bailey em entrevista à revista The Face.
“Conteúdo negro é falar de racismo?”, fica o questionamento do último artigo publicado no LinkedIn pelo Alê Garcia, co-Fundador da Casablack e considerado um dos 20 Creators Negros Mais Inovadores do País pela revista Forbes. No início da reflexão, ele aponta a importância de um jornalismo que não sirva apenas para denúncias. “Há um excesso de abordagens da cultura negra sob o viés da dor e do racismo. E poucas abordagens sob o viés da excelência”, diz.
“Em 2018, quando me dei conta da perpetuação deste fato, amparado pela ideia de ter chegado a algum espaço de poder — eu era um diretor de criação em uma agência no Rio Grande do Sul, com mais de 15 anos de carreira, palestrando sobre criação, conteúdo e diversidade nas universidade gaúchas, e podendo decidir por casting negro nas campanhas e contratando pessoas negras para a área de criação —, a minha reação foi usar meu conhecimento e redes de contato para mudar com a potência que eu poderia: criando o podcast Negro da Semana“, lembra o publicitário.
Alê Garcia conta que sempre se interessou nas diversas possibilidades de comunicação e artes para transmitir a sua realidade como afrodescendente e a paixão pela cultura negra. “Isto me possibilitou ter uma carreira como escritor e roteirista, publicitário, criador de conteúdo, palestrante, mentor e consultor criativo”.
Desta forma, o escritor do livro ‘Negros Gigantes‘, percebeu o quão atrasado está o Brasil em relação aos outros países. “Quanto mais me aprofundava em me conectar com empresas, práticas e entendia os bastidores do mercado no Brasil, mais me dava conta da existência de uma lacuna profunda na naturalização das nossas narrativas”.
Essa foi uma das razões que levou o Alê Garcia, junto com a publicitária e economista Gilvana Viana Cruz, a fundar a Casablack, um hub de cultura negra. “É para mostrar aos negros, aos não-negros, às marcas, ao mundo, que a cultura negra é excelente nas mais diversas áreas; seja moda, gastronomia, tecnologia, arte, empreendedorismo, beleza, e tantas outras”, afirma.
E destaca: “é para propor as formas mais incríveis de transformar isso em conteúdo relevante, em experiências on e off muito potentes, nos conectando com empresas que queiram realmente dialogar com a cultura negra de maneira correta e envolvente”, conta.
Foto: SAG Awards/ Foto: Filme "Tina" - COLEÇÃO EVERETT
Como a Rainha Ramonda em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, Angela Bassett recebeu a primeira indicação de uma atriz da Marvel ao Oscar. Em 2023, ela concorre na categoria “Melhor Atriz Coadjuvante”. Mas essa não é a primeira vez que Bassett é indicada. No papel de Tina Turner, em 1993, ela concorreu na categoria de “Melhor Atriz” no filme que contou a história da cantora e foi derrotada por Holly Hunter como Jane Campion, The Piano.
Em entrevista para a CBS, a atriz relembrou o ocorrido. Durante a entrevista, Angela Bassett foi questionada se sentiu que teve o prêmio roubado. “Claro, no momento você está esperando, orando e desejando”, disse. “Mas nunca saio pensando: ‘Fui roubado’.”
Apesar disso, a atriz reforçou que é “uma emoção muito negativa”: “Essa é uma emoção muito negativa para carregar comigo pelo resto da minha vida. Escolho acreditar que houve uma razão para isso não ter acontecido.”
Recentemente, a atriz falou sobre o processo de filmagem doo filme biográfico. De acordo com o portal IndieWire, Bassett contou que o diretor Brian Gibson fazia gravações das cenas diversas vezes. “Nós fazíamos cenas repetidas vezes. Aquelas cenas de concerto, literalmente você sente como se tivesse um suéter na garganta depois de se apresentar, e nós faríamos isso [novamente] de cima para baixo”.
“Ele [Gibson] dizia: ‘OK, vamos fazer isso de novo’. Eu pensava: ‘Um ator pode ter um descanso?’ Apenas 60 segundos, um minuto, por favor, apenas para recuperar o fôlego”.
A atriz é uma das favoritas para receber o prêmio de “Melhor Atriz Coadjuvante” no próximo domingo, quando será realizada a cerimônia do Oscar 2023, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Par romântico em Creed, Tessa Thompson e Michael B. Jordan fizeram terapia de casal para viver seus personagens no terceiro filme da franquia dirigida por B. Jordan. Os atores sentaram no divã como Adonis Creed e Bianca “Direi que foi uma experiência inicial em terapia de casal para nós dois [pessoalmente], mas foi como esses personagens, o que é muito estranho”, revelou Thompson em entrevista para o Refinery 29.
“Às vezes a linha entre o personagem e nós fica borrada porque trazemos muito do que estamos explorando pessoalmente para os personagens em geral”, explicou ela.
Há nove anos, Tessa Thompson e Michael B. Jordan interpretam o casal Bianca e Adonis no filme que narra a história do boxeador e, de acordo com a atriz, isso tornou a terapia mais pessoal: “Estávamos em terapia, sim, como Bianca e Adonis, mas também estávamos refletindo sobre nossos próprios relacionamentos. Desde que fazemos esses filmes há oito, nove anos, nos vimos em vários estágios de nossas próprias coisas românticas. Então, sabemos coisas sobre a vida um do outro. Nós compartilhamos e conversamos sobre isso. Então a terapia acabou começando no trabalho e ficando mais pessoal”, contou.
Na ficção, Bianca e Adonis são pais de Amara, interpretada por Mila Davis-Kent, e também levaram o assunto para a terapia: “foi uma chance para nós realmente conversarmos com um terapeuta de casais e entender quais são algumas das coisas que os pais jovens estão tentando equilibrar, seus próprios sonhos e aspirações. Quais são os temas que você vê? Quais são as coisas que eles podem enfrentar? Quais podem ser seus impedimentos para a felicidade ou sucesso como casal? Foi realmente fascinante também ouvir dela e trazer isso”, conta a atriz.
Tessa Thompson relembrou o momento em que se deu conta de que a franquia já havia completado nove anos. “Eu ficava dizendo oito [anos]; e então, como no outro dia, Mike disse, ‘Não, são nove.’ Eu não podia acreditar!”, disse. “Lembro-me de quando estávamos desenvolvendo o Creed III, olhando fotos antigas do primeiro, e ambos concordamos que éramos bebês nisso. Obviamente, não estávamos apenas falando sobre como parecemos bebês. Percebemos o quanto nós crescemos ao fazer esses filmes”, refletiu.
“Acho que muito do nosso crescimento também é paralelo ao crescimento dos personagens… em termos do tipo de conversa que estamos tendo juntos e separadamente sobre o legado”, disse.
“Creed III” já ultrapassou a marca de U$S 100 milhões de bilheteria global no final de semana de estreia. Foram US$ 58,6 milhões dos Estados Unidos e US$ 41,8 milhões do exterior. Esse é o maior lançamento da franquia, além de ser a maior arrecadação de estreia de um filme sobre esportes. Com orçamento de US$ 75 milhões, “Creed III” também é o filme mais caro da trilogia. Os anteriores custaram US$ 35 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente.