Sem o estereótipo do patriotismo, o filme de guerra “Herói de Sangue“, estrelado por Omar Sy (“Lupin”), estreia hoje, 13 de julho, nos cinemas brasileiros. O drama retrata uma história na Primeira Guerra Mundial, de um pai senegalês que se alista no exército da França para salvar o filho de 17 anos, recrutado à força para defender o país europeu.
Histórias como essas não são contadas pelos franceses, livros ou em outros filmes. Homens de diferentes países da África que estiveram no front de uma guerra que não era deles, perdendo suas vidas ou se arriscando, com a esperança de um dia voltarem para suas casas. Homens africanos brigando entre si, devido às condições precárias em que viviam.
O longa foge das romantizações heróicas de guerra para mostrar todo esse sofrimento, porém, focado no drama familiar vivido pelo pai Bakary (Omar Sy) e o filho Thierno (Alassane Diong), que tentam sobreviver à guerra. O ator envolve o público ao interpretar um pai protetor, que mantém os valores religiosos, mesmo estando na linha de frente do confronto e se esforçando para voltar à aldeia da família, em Senegal.
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Impossível não se envolver com essa angústia que Omar Sy transmite, pois, como público, estamos acostumados a ver apenas um confronto entre os soldados, onde um ganha e o outro perde. Mas Bakary sabia que nesta guerra, ele e o filho estavam condenados a perder, independente de qual país vencesse.
Por ter estudado em uma escola de colonizadores, Thierno é o único que sabe falar francês e enxerga ali uma oportunidade de sair do front e proteger o pai, se aproximando cada vez mais do alto comando, entretanto, isso também pode significar um embate familiar, pelo medo do pai de perder o filho para a ilusão vendida pelos brancos em garantir benefícios aos povos africanos que sobrevivessem à guerra.
“Leve um recado pros meus amigos Vinícius de Moraes, Fernando Lobo e Reinaldo Dias Leme. Diga a eles que é pra não chorar, porque eu tenho um encontro marcado com Pixinguinha, Stanislaw Ponte Preta e Benedito Lacerda. Eu não bebo há dois anos e agora vou tomar o maior pileque da minha vida”. Disse Cyro Monteiro depois de ficar internado 10 dias, em 1973, ano de sua morte.
Cyro Monteiro nasceu em dia 28 de maio de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Nasceu no subúrbio carioca do Rocha, em uma família de nove irmãos, todos com nomes começados com “C”. Seu pai era dentista, capitão do exército e funcionário público. Sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto, conhecido como o “Chopin do samba”), também primo de Cauby Peixoto, de Araken Peixoto, de Andyara Peixoto e do pianista Moacyr Peixoto.
Cantor e compositor marcou gerações e deixou um grande legado segundo o músico, filósofo e historiador Nei Lopes que deu o seguinte depoimento a respeito do cantor, em reportagem do jornal O Globo: “É o sincopado, o deslocamento das tônicas, do tempo forte. Apesar de não ter sido o primeiro nessa linha, ele foi fundamental. E além de ser um excelente intérprete em termos rítmicos, associou a isso uma enorme simpatia, um charme no canto, vindo de uma pessoa bem-humorada, de bem com a vida”.
Muito querido no mundo musical, esquecido pelas novas gerações, segundo Vinicius de Moraes que escreveu na contracapa do LP “Senhor samba”, lançado pela Columbia em 1961: “Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho improvável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade.”
Seu samba era sincopado e acompanhado por uma caixa de fósforos, e graças à internet podemos recuperar gravações magistrais. O poeta e compositor Vinicius de Moraes o considerava “o maior cantor popular brasileiro de todos os tempos”. Era chamado de “Formigão” pelos amigos (recebeu o apelido do compositor Frazão) e de “O cantor das mil e uma fãs” por todos os seus admiradores. Era torcedor do Flamengo. Por ocasião do nascimento da primeira filha do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, enviou-lhe uma camisa do Flamengo. Chico que é fluminense aceitou a brincadeira e compôs uma canção: “Ilmo. Sr. Cyro Monteiro ou Receita para virar casaca de neném”.
Nos anos da década de 1960, quando do surgimento do movimento da jovem Guarda, Cyro deu uma entrevista em que disse. “Quando apareceu a televisão, ela tomou conta de tudo. E eu procurei me adaptar (…) Eu até hoje tento. Só falta cantar o iê-iê-iê. Mas, se for preciso, cantarei, eu adoro iê-iê-iê. Eu adoro a mocidade, essa rapaziada sadia, a rapaziada que tem e está na sua época. Muita gente mete o pau, mas eu não. Eu também já fui jovem, usei a moda da minha época, que era calça larga de flanela, sapato branco, paletó curtinho de mescla…”. Em 2015, essa entrevista foi publicada pelo jornal O Globo. Cyro gravou uma música de Roberto Carlos e Erasmo: Dela.
Cyro Monteiro fez diversos sucessos ao longo da carreira de cantor, tais como “Falsa baiana”, de Geraldo Pereira, “Beija-me”, de Roberto Martins e Mário Rossi, e “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues. Suas gravações no programa “Bossaudade”, da TV Record, apresentado pela cantora Elizeth Cardoso são antológicas.
O compositor, instrumentista e cantor Wilson das Neves compôs “Um samba pro Cyro”. Com versos que sintetizam a beleza e maravilha que foi Cyro Monteiro:
“Você tá falando do Ciro O cantor que eu prefiro E mais gosto de escutar O Formigão canta manso Mas tem um balanço Que tem que apreciar Fora o vibrante sorriso O elegante improviso Que faz ao batucar Quem trata o samba direito Tem que ter respeito e lhe homenagear Por isso é que na galeria do samba eu diria Sem medo de errar Eu vou me lembrar, companheiro Do Ciro Monteiro em primeiro lugar”
Em 2019, o jornalista Gilberto Porcidonio, fez um tweet com a seguinte pergunta: “Se o racismo acabasse hoje, o que você faria?”. Um ano depois, em 2020, ele retornou a essa pergunta e expôs algumas impressões que teve desde então:
“Essa pergunta me revelou dois brasis: o que se sentiu “familiarizado” com as coisas que estavam sendo ditas já que nunca havia precisado pensar nisso antes. Cada brasil deste, com b minúsculo mesmo, tem uma cor diferente. Porém, à parte desses dois mundos, o que me chocou de verdade mesmo foi o completo analfabetismo social de muita gente que resolveu questionar o que estava sendo dito.
Falar de racismo é cansativo, mas o que a gente faria caso ele desaparecesse HOJE, AGORA? A gente moraria onde mora? Teria o mesmo emprego? As mesmas relações? Falaríamos do quê? E a dor pelo que se sofreu antes, passaria?
O Brasil não merece o negro e cada um que existe neste país eugenista por natureza é um milagre. Por isso, pensar no fim do racismo é algo maior que qualquer resposta. É pensar se o Brasil, de fato, existe para a maioria da população.
E o seu país, existe?”.
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Estou lhe dizendo agora que a pergunta de como se vive dentro de um corpo negro, dentro de um país perdido no Sonho, é a pergunta da minha vida, e a busca pela reposta a essa pergunta, é a final, a resposta em si.
– “Entre o Mundo e Eu” / Coates, 2015.
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Se o racismo acabasse hoje, muitas pessoas perderiam suas fontes de renda no mercado de comunicação, e isso não se restringe apenas aos indivíduos brancos. É fundamental não nos iludirmos.
O racismo tem sido capitalizado há bastante tempo no Brasil. Se ele, de fato, acabasse hoje, muitos influenciadores e profissionais da área da publicidade, oportunistas, que lucram explorando a violência cotidiana contra corpos negros, começariam a entregar currículos e buscar empregos formais.
Em setembro de 2016, adentrei o mundo do mercado publicitário com a experiência de um jovem ansioso para mudar o mundo. Fui recebido por Gustavo Otto, na época vice-presidente nacional de planejamento da NBS. Naquele momento, eu tinha apenas minha história de vida e uma série de verdades cruéis sobre um mundo desconhecido, o subúrbio carioca, pronto para confrontar meus colegas de equipe que, em grande parte, desconheciam a existência de uma realidade além da Central do Brasil.
Gosto de lembrar de 2016 como um marco da diversidade para as agências, um período que moldou as mudanças de discurso que ainda hoje vemos em luta para acontecer na prática em relação à diversidade dentro das empresas. Naquele período, todas as agências aspiravam ter em seu quadro de funcionários pessoas negras e LGBTQIAPN+, muitas vezes por pressão dos clientes, buscando uma imagem positiva para estampar na capa do Meio & Mensagem.
A demanda por diversidade e representatividade foi tão intensa naquele ano que permitiu que pessoas negras que já ocupavam posições-chave nas empresas se destacassem, assim como aqueles que recém-chegavam e compreendiam as complexidades do jogo que é o mercado publicitário. No entanto, nem todos conseguiam sobreviver, e aí entra o obstáculo deste game.
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É difícil jogar quando as regras servem para decretar o meu fim.
Arrastam minha cara no asfalto abusam,
Humilham, tiram a gente de louco.
Me matam todo dia mais um pouco.
– “Afrontamento” / Tássia Reis, 2015
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O grande problema é que essas pessoas, assim com eu, ingressavam nas agências na base da pirâmide como estagiários e não eram devidamente preparadas para dar os próximos passos dentro desses espaços. Acabavam restritos ao setor VDM (vai dar merda) e destinados a participar de comitês de diversidade que, infelizmente, não eram e ainda não são efetivos. Esses pregam a diversidade com uma abordagem negativa baseada em cotas, aproveitando de nossas imagens para proclamar ao mercado: “Já temos diversidade, cumprimos nosso papel!” É como se estivessem usando a nossa representatividade para atender a um requisito superficial, sem abordar as profundas disparidades econômicas, sociais e educacionais entre diferentes grupos étnico-raciais.
É de extrema importância que a discussão sobre o racismo esteja nas mãos de pessoas negras, mas é preciso tomar cuidado para que nem todos os assuntos permeiem apenas a negritude nos esvaziando quanto indivíduos plurais e nos reduzindo a este tema. Poder ter escolha falar sobre afeto, outras perspectivas e poder ter outros problemas é, também, um ato político.
Sempre reflito sobre o que aconteceria se o racismo fosse completamente erradicado hoje, e, lamentavelmente, chego sempre à mesma resposta: as pessoas negras no mercado publicitário e os influenciadores digitais seriam mais uma vez relegados à invisibilidade. É angustiante considerar esse argumento. No entanto, em um mundo onde essas pessoas não recebem e também não buscam o devido preparo e orientação para se destacarem e alcançarem o sucesso, muitas vezes elas se contentam em ocupar apenas um espaço designado para uma única pessoa negra, satisfazendo-se com a sensação de “ter chegado lá” simplesmente por estarem trabalhando em um setor que ainda é predominantemente liderado por pessoas brancas, com total interesse em perpetuar essa realidade enquanto for lucrativo nos manter em combate por espaço.
Quando colocamos uma lupa nas empresas e encontramos pessoas negras ocupando posições de destaque, nos deparemos com o fenômeno da “síndrome do negro único”, que se resume em ter apenas uma pessoa negra desempenhando o papel de representatividade nesses espaços, buscando provar aos brancos sua importância e indispensabilidade, em vez de reconhecer que são os brancos que dominam numericamente esses espaços e desejam apenas uma representação mínima da negritude. É fundamental compreender que essa dinâmica é equivocada, uma vez que a representatividade genuína não deve se restringir a apenas um indivíduo de um grupo racial, mas sim assegurar a presença e a voz de diversas pessoas negras em todas as esferas da sociedade.
Outra questão com a qual nos deparamos ao examinar as empresas é a síndrome do “só por sermos negros”, na qual os negros se agrupam com base apenas por serem negros, mas acabam se esquecendo do principal motivo pelo qual estão ali: entregar e ter um bom desempenho profissional.
Qual é o seu motivo para estar aí?
Dentro deste universo perigoso, há um grupo de profissionais negros que conquistaram posições de destaque e estão prosperando financeiramente por meio de carreiras que se baseiam na temática racial. Constantemente, esses indivíduos se aproveitam da causa, colocando-a como o foco principal, mas, na realidade, não estão comprometidos em dedicar-se plenamente ao seu trabalho. É a prática do que chamamos de tokenismo, fazer um esforço superficial ou simbólico para membros de minorias.
Além disso, eles demonstram incômodo quando um colega negro não compartilha de suas opiniões. Respeitar as individualidades e a pluralidade também é importante. Não podemos banalizar a militância. Existem aspectos de personalidade que podem gerar tanto aliados quanto inimigos. Nem todas as pessoas negras estarão alinhadas em todas as situações, e essa mentalidade precisa ser constantemente discutida.
No contexto do mercado publicitário, é de extrema importância adotar uma postura profissional exemplar, que transcenda o envolvimento exclusivo com questões relacionadas à negritude, e que esteja focada no trabalho e na obtenção de resultados. É crucial compreender que a luta não se resume mais apenas a conquistar um lugar, mas também a manter e ocupar posições que tenham poder de influenciar as decisões. Respondendo à pergunta levantada lá no início por Gilberto Porcidonio: Eu seguiria sendo um bom publicitário especialista em estratégia de comunicação. Assim como o motorista do ônibus continuará sendo um bom motorista, a caixa do supermercado continuará sendo uma boa caixa e o médico sendo um excelente profissional. E você, se o racismo acabasse hoje, o que faria?
O cantor Jason Derulo, 33, que estreou no cenário musical em 2009 com seu primeiro single “Whatcha Say”, compartilhou detalhes sobre sua carreira e empreendimentos em uma entrevista para o programa Forbes Talks, no YouTube. Ao longo de 14 anos, ele construiu uma trajetória de sucesso que abriu diversas oportunidades para ganhar dinheiro em diferentes áreas.
Durante a entrevista, Derulo discutiu seu livro de autoajuda intitulado “Sing Your Name Out Loud: 15 Rules for Living Your Dream” ou “Cante Seu Nome em Alto e Bom Som: 15 Regras para Viver Seu Sonho”, em tradução livre. Nessa obra, ele destaca 15 regras que o auxiliaram em seus empreendimentos como empresário.
“Eu tive muitos negócios falidos, mas também tive negócios que prosperaram”, disse Derulo durante a entrevista. “E os negócios que acabam prosperando superam todos os fracassos.”
Dos 13 empreendimentos de Derulo, ele revelou que o mais lucrativo é o lava-rápido Rocket. Trata-se de uma inovadora empresa de lavagem de carros que está transformando a forma como as pessoas cuidam de seus veículos. Derulo comparou o modelo de negócio do Rocket Carwash ao Spotify e à Netflix, que revolucionaram as indústrias da música e do entretenimento, respectivamente.
“Você entra, paga uma assinatura e pode lavar seu carro a qualquer momento”, disse. “É um negócio nada sexy, mas é um monstro. É como o modelo Spotify, e o fato de poder lavar meu carro a qualquer momento por um preço baixo supera qualquer outro lava-rápido”, explicou.
A empresa de Jason Derulo possui unidades em Nebraska, Iowa, Pensilvânia, Texas, Utah, Califórnia e Flórida, e está avaliada em impressionantes US$ 2 bilhões, de acordo com o cantor.
No entanto, os investimentos de Derulo não se limitam apenas à Rocket Carwash. O cantor também adquiriu participações em outros empreendimentos, como um novo time de vôlei feminino em Omaha, Nebraska, e investimentos em Rumble Boxing, Catch LA e Project Icon no Reino Unido.
“Normalmente, eu me descreveria como um artista, mas sinto que isso mudou”, disse Derulo em um podcast da BBC. “Acho que não posso mais dizer apenas artista. Hoje em dia é negócio.”
Derulo enfatizou que investe em negócios nos quais possui conhecimento e familiaridade.
Sua carreira musical, impulsionada por cinco álbuns de sucesso, incluindo “Jason Derulo” (2010), “Future History” (2011), “Tattoos” (2013), “Talk Dirty” (2014) e “Everything is 4” (2015), abriu portas para que ele explorasse seu espírito empreendedor e diversificasse suas fontes de renda.
Durante a entrevista, o cantor ainda falou sobre ter dito em seu livro que escolheu ser um artista “pop” ao invés de classificar o gênero de música que faz como “R&B”. “Debati se eu queria colocar isso no livro porque não é coisa de músico dizer isso. Escolhi por causa dos números, mas é o negócio da música e”, disse. “Eu queria fazer a música que eu senti que me daria o maior alcance internacional para que eu pudesse compartilhar música com todo mundo”, completou.
Na quarta-feira (12), a Academia do Emmy anunciou os indicados para a 75ª edição do prêmio, e a aclamada série da HBO, ‘The Last Of Us’, se destacou ao receber um total de 24 indicações. Entre os nomeados está Lamar Johson, responsável por interpretar o personagem Henry na produção pós apocalíptica. Em uma entrevista concedida ao MUNDO NEGRO em fevereiro deste ano, o ator compartilhou detalhes sobre sua preparação para o papel.
A trama de ‘The Last Of Us’ se passa em um futuro próximo, onde a civilização foi devastada por uma pandemia que transforma as pessoas em seres violentos e infectados, conhecidos como “Infectados” ou “Cordyceps”. A doença se espalha rapidamente e a sociedade colapsa, deixando sobreviventes isolados, desesperados e lutando pela própria vida.
Lamar Johson. Foto: HBO / Reprodução.
Lamar concorre ao Emmy 2023 de ‘Melhor Ator Convidado em Série’ por sua atuação no episódio 5 da primeira temporada, ‘Endure and Survive’. Ele nos contou que precisou aprender a língua de sinais. “O centro da minha preparação foi estabelecer uma conexão com Sam, porque essa é a história. Eu queria me certificar que nosso relacionamento e nossa conexão não apenas no set, mas fora dele, fosse forte desde o primeiro dia“, contou Lamar, destacando sua relação com o jovem Keivonn Woodard, que interpretou Sam, irmão caçula de Henry, que é surdo e tem apenas 9 anos. “Fiquei muito feliz, feliz com o personagem que ele [Keivonn] é. Ele é tão talentoso. Isso foi o número 1. E em número 2 está minha aproximação com a língua de sinais. Eu não sabia língua de sinais antes de fazer esse papel, então tive que aprender para me comunicar com ele e também para o papel. Tive muita preparação com isso, mas quando começamos a gravar tudo aconteceu de forma muito orgânica”.
Ainda para o MUNDO NEGRO, Lamar Johson também expressou sua opinião sobre narrativas com protagonismo negro. “Acho que agora se contarmos novas histórias, teremos homens negros, atores negros, mulheres negras, pessoas negras no geral em espaços mais familiares e onde realmente existem“, disse ele. “Existem pessoas negras em todos os espaços e em diferentes situações no nosso dia a dia. Então, acho que seria interessante ser apto a ver isso e nos ver representados na tela em diferentes maneiras”.
Na última terça-feira (11), o cantor The Weeknd alcançou um marco impressionante. Sua turnê ‘After Hours Til Dawn Tour’ gerou uma arrecadação de R$ 350 milhões, abrangendo 64 shows pela América do Norte, Europa e com planos para apresentações na América do Sul. Esse número estabelece The Weeknd como o artista negro que mais arrecadou em uma turnê na história, superando o recorde que pertencia a Beyoncé e sua grandiosa ‘Formation Tour’, de 2016, que registrou R$ 322 milhões em 49 apresentações – número corrigido com a inflação atual.
Beyoncé. Foto: Reprodução.
O rei do pop, Michael Jackson aparece em terceiro lugar como artista negro de maior arrecadação em uma turnê. Com a ‘Bad World Tour’, de 1987, ele faturou mais de U$ 300 milhões, número também corrigido com inflação, em mais de 120 apresentações. À época, foram 4,4 milhões de ingressos vendidos para o show de Michael, que se encerrou após dois anos, em 1989.
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Quem completa a lista milionária de arrecadação em turnê é Tina Turner. Com a ‘Wildest Dreams Tour’, de 1996, a rainha do rock arrastou mais de 3 milhões de pessoas, faturando o total de U$ 237 milhões em 255 espetáculos. Outra turnê de destaque para essa lista é a ‘Purple Rain Tour’, de Prince, que atraiu mais de 1,5 milhão de pessoas pagantes. O número exato em arrecadação não foi revelado, mas estima-se que esteja acima dos U$ 200 milhões.
Atualmente, Beyoncé segue em turnê com seu novo show ‘RENAISSANCE’, que arrecadou até o momento, mais de U$ 134 milhões apenas com shows na Europa. A artista possui outros espetáculos confirmados na América do Norte, mas expectativa é que ela ultrapasse sua arrecadação anterior da ‘Formation Tour’.
O Emmy 2023, principal premiação da indústria televisiva norte-americana, anunciou os indicados para sua 75ª edição, na tarde desta quarta-feira (12). Dentre destaques, a série ‘Abbott Elementary’ conquistou 8 indicações. A produção ‘Enxame’, criada por Janine Nabers e Donald Glover, recebeu 3 indicações.
Quinta Brunson recebeu três indicações ao Emmy, sendo nomeada para ‘Melhor Comédia’ e ‘Melhor Atriz Principal em Comédia’ por seu papel em ‘Abbott’, além de ‘Melhor Atriz Convidada em Comédia’ por sua apresentação no Saturday Night Live. Essas três indicações igualam o recorde que ela estabeleceu no ano passado, tornando-se a mulher negra mais indicada em um único ano na história do Emmy.
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Em ‘The Last Of Us’, série de drama da HBO, artistas negros também conquistaram indicações nas categorias de ‘Atores Convidados’. O Emmy 2023 acontece no dia 18 de setembro.
Mesmo sem uma volta oficial aos palcos, Rihanna continua fazendo história na música. A tão aclamada performance de Riri no Super Bowl, realizada no dia 12 de fevereiro, está concorrendo ao Emmy com indicações em cinco categorias.
Essa é a segunda maior quantidade de indicações já recebida por uma performance no Super Bowl, o que mostra que além de empresária de sucesso, a bad girl também é uma artista de muito impacto. Atrás apenas da performance de Lady Gaga, em 2017, que recebeu 6 indicações ao Emmy naquele ano. Sua incrível produção, coreografia e direção ganharam destaque e foram elogiadas pela crítica e pelo público.
O show da cantora concorre nas categorias “Melhor Especial de Variedades ao Vivo”, “Melhor Direção Musical”, “Melhor Direção de um Especial de Variedades”, “Melhor Produção de um Especial de Variedades” e “Melhor Direção Técnica e Trabalho de Câmera em um Especial”.
Além disso, a produção “Savage X Fenty Show Vol. 4”, criada por Rihanna, também foi indicada na categoria “Melhor Coreografia para Programação de Variedades ou Realidade” no 75º Emmy Awards anual. Esse reconhecimento adiciona mais um feito notável à carreira multifacetada da artista.
A performance de Rihanna no Super Bowl foi um marco na história do evento esportivo, elevando o entretenimento do show de intervalo a um nível completamente novo. Com suas músicas envolventes, coreografias impecáveis e visual deslumbrante, Rihanna mais uma vez provou ser uma verdadeira pioneira e uma força criativa no mundo da música e do entretenimento.
“Tenho tomado medidas para diminuir a insatisfação das pessoas. Tenho consciência que os seguranças não são os mais afáveis e não são fáceis, até porque tenho vários reports de pessoas que realmente são maltratadas na porta da discoteca e tenho estado mais em cima dessa situação. Mas os maus tratos não são só no Docks. Os maus tratos são em ‘n’ discotecas em Portugal mas, infelizmente, quando se trata entre nós, africanos, a repercussão é maior. Morrem pessoas às portas de discotecas que ninguém aborda [o nome dessas discotecas] mas se acontecer uma morte à porta do Docks todos os noticiários vão falar”, disse Sing, um dos poucos proprietários pretos em Lisboa.
Para o portal, ele também afirma que conversou com a Preta Rara para pedir desculpas pelo ocorrido e contou que o estabelecimento não compactua com o racismo, já que ele é africano e “os clientes que frequentam a casa são na sua maioria africanos“.
Em sua defesa, Sing disse que há interpretação errada sobre o que seria “barrar a entrada”. “O Docks não barra ninguém até porque em Portugal não existe a lei do direito de admissão. O que existe é um consumo mínimo que é a única maneira que as pessoas têm de dizer ‘não pode entrar’. Todas as pessoas a quem é vetada a entrada no Docks, essas pessoas são convidadas a pagar o consumo mínimo de 1500 euros e as pessoas revoltam-se com isso. (…) Inclusive, a situação que aconteceu no fim de semana, foi-lhes cobrado os 1500 euros. Claramente que o segurança pode ter tido uma atitude negativa e é aí que tive a humildade de pedir-lhes desculpa”. Quanto ao ‘consumo mínimo’ é de lei. A pessoa que estiver disposta a pagar, vai entrar”.
Em entrevista, o proprietário agradeceu Preta Rara e Erica Malunguinho por terem postado o ocorrido nas redes sociais. “De alguma maneira, alerta-nos para uma situação que pode ser muito mais grave do que parece. E se há algo que fica claro é que o Docks não é uma discoteca racista, se existe alguém com uma atitude racista, essa pessoa não deve fazer parte da equipe do Docks. É aí que tem de haver mudança. O segundo passo é pedir desculpas às pessoas que de alguma maneira se sentiram marginalizadas na porta do Docks”.
Entretanto, nas redes sociais da Bantumen, diversas pessoas negras rebateram a fala do Sing, reforçando que o estabelecimento não respeita os clientes negros. “Essa discoteca é exatamente como as moças descreveram. Brancos entram fácil, os blacks só se forem conhecidos deles. O negro fatiga o próprio negro…essa é grande conquista europeia”, escreveu um internauta.
Já uma mulher, relatou como é o tratamento no Docks e em outros clubes de Lisboa. “Aos negros é exigido um over look (quase casamento style), os segurança são arrogantes, machistas, o colorismo é gritante na escolha de quem entra, e as pessoas brancas tem free pass. Um espaço que devia ser o nosso save space não é. Muitas vezes é um espaço que serve para humilhar e rebaixar pessoas negras”, desabafou.
Um empresário da African Lisbon Tour, guia de turismo negro de Lisboa, disse que nunca colocou o Docks na lista de recomendações para os clientes devido suas experiências. “Sendo o proprietário, não basta falar, é agir”.
Entenda o caso
No último sábado, 8 de julho, Preta e Erica foram impedidas de entrar no The Docks Club, e elas relataram tudo nas redes sociais, na segunda-feira. “O segurança foi totalmente violento falando que não estávamos vestidas [de forma] adequada e ele empurrou a Erica, falando que nós brasileiras somos fáceis e que só entraríamos se pagasse €1500”, escreveu Preta.
No mesmo dia em que ela foram barradas, mulheres brancas usando roupas curtas foram vistas dançando no local e um seguidor enviou o vídeo para a artista.
Faleceu nesta terça-feira (11) Solimar Carneiro, uma das fundadoras e diretora de Geledés Instituto da Mulher Negra, aos 66 anos. A informação foi divulgada pelo próprio instituto. A causa da morte não foi divulgada.
Em nota, Geledés lamentou a “perda irreparável” para o movimento negro, para o instituto e familiares. “A morte de Solimar Carneiro é uma perda irreparável para o movimento negro e o movimento de mulheres negras. Geledés Instituto da Mulher Negra e todos aqueles que tiveram o privilégio de trabalhar ao lado de Solimar Carneiro expressam profundo carinho por todos os momentos memoráveis que passaram com essa grande líder”, disse em nota.
A Geledés foi fundado em 1988 e desde então ajudou na luta contra o racismo e discriminação. Solimar foi presidente do instituto por dois mandatos, entre 2003 e 2009, e também foi responsável por projetos como Projeto Grio e Projeto Rappers, com o objetivo de transformar o Hip Hop em uma manifestação cultural e voz expressiva da juventude negra.
O velório acontece nesta quarta-feira (12) a partir das 12h, no Cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes – SP. O sepultamento acontece às 15h no mesmo local.