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Paciência Negra: não caia nas provocações estúpidas

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A abordagem da Consciência Negra seria irrelevante numa sociedade igualitária, sem distinção de cor e sem exploração.

  • Steve Biko

Estamos no começo do mês de novembro, período em que celebramos a Consciência Negra e Zumbi dos Palmares. Alguns ativistas e militantes negros até chamam, ironicamente, de mês da “Paciência Negra”, pois, haja estômago para suportar os racistas enchendo o saco com reclamações sobre a comemoração presente no calendário nacional.

De qualquer maneira, devemos pontuar publicamente, e no meio em que transitamos, de que não se trata de uma agenda limitada ao dia 20 de novembro. Este é um período pertencente ao amplo processo na tomada de consciência dos descendentes dos povos escravizados, do enfrentamento ao racismo, do resgate e valorização da cultura negra, da discussão sobre a situação atual e construção de um projeto político para o futuro do povo negro. Mesmo assim, não podemos cair na besteira de acharmos que as explicações serão aceitas sem a resistência das pessoas brancas. Os entusiastas do sofrimento dos negros resistem aos argumentos. O objetivo deles é nos provocar com questionamentos estúpidos e racistas. Ignore essas pessoas. Gaste toda a sua energia focando no povo negro.

Não interessa a nós conscientizar a população branca acerca dos privilégios. Esse é um trabalho complexo que não acontece de uma hora para outra. O racismo é muito mais profundo do que o próprio comportamento individual dos brancos. O objetivo é mudar o pensamento dos negros, conduzi-los a emancipação intelectual. A assimilação do racismo acarretou múltiplas formas de degradação no modo de ver e posicionar-se no mundo. Existem muitos negros reproduzindo o racismo contra os seus próprios semelhantes, e também sofrendo com a autoestima abalada. Isso leva a inação e ao conformismo diante das condições de opressão, dessa maneira, impede a luta pela recuperação da própria humanidade. Os irmãos e irmãs negros se alimentam na covardia, e ignoram o inimigo que se esconde pelas estruturas institucionais. Desse modo, o sofrimento é elevado e a ausência de direitos estabelecidos na Constituição Federal continua sendo a norma social. Por isso que a destruição desse processo subjetivo e concreto é um dos objetivos que não podemos abdicar.

Neste “novembro negro”, vamos focar no nosso povo, na cultura e saberes ancestrais, no legado do herói quilombola – Zumbi dos Palmares; aquilombar-se é a única saída para a superação do racismo, e como disse o pan-africanista Amílcar Cabral: “temos necessidade de consciência, porque na medida em que o homem tem consciência da realidade, ele cria força para mudá-la.”

Shows gratuitos de Lazzo, Luedji Luna e Ilê Aiyê marcam encerramento do Festival Liberatum

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Foto: @estudiocasademainha

Hoje (5), a Praça Cairu recebe o grande show de encerramento do Festival Liberatum com atrações como Ground Blues Zero e Lazzo Matumbi, Orquestra Afrosinfônica, Luedji Luna, Márcio Victor e o Grupo Ilê Aiyê com convidados especiais, a partir das 16h.

O Grande Concerto apresenta ainda uma impactante homenagem a Angela Bassett. A atriz será premiada com o Liberatum Cultural Pioneer Award como reconhecimento por sua importância para a cultura negra de todo o mundo.

Além da premiada atriz, Vovô do Ilê e Débora (Didá) também serão homenageados no evento, que será mediado pela jornalista Luana Assiz.

O encerramento marca a primeira edição do Festival Liberatum no Brasil, com uma programação de nomes importantes para a cultura negra do mundo como Alcione, Viola Davis, Angela Bassett, Margareth Menezes, Seu Jorge e muitos outros. A cidade de Salvador, com uma população de mais de 80% de afrodescendentes, é um importante berço para as discussões promovidas pelo festival e a presença de artistas do território marcam a conclusão do evento de forma representativa e com grande impacto cultural.

Serviço: Show de encerramento do Festival Liberatum

Local: Praça Cairu

Horário: 16h

Ingressos: Gratuitos

Quem responde pelo racismo em IA?

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Por Priscilla Arantes, gerente de comunicação do Sistema B Brasil, e articuladora do Coletivo Pretas B.

O uso da inteligência artificial (IA) para gerar imagens tem se tornado uma tendência recorrente nas redes sociais. Essa inovação tecnológica tem movimentado a produção de conteúdo e proporciona aos usuários a oportunidade de experimentar diferentes aparências, emulando personagens de desenhos animados ou de filmes famosos. Contudo, essa prática trouxe à tona questões importantes relacionadas à diversidade e à equidade racial.

A tendência mais recente, que envolve a utilização da plataforma Bing da Microsoft para criar imagens semelhantes aos personagens da Disney Pixar, ilustra a complexidade da IA ​​na representação racial. Muitos usuários, principalmente pessoas negras, expressaram ter dificuldades para criar personagens que refletissem fielmente suas características físicas, principalmente, o tipo de cabelo e o tom de pele. 

A IA, em muitos casos, parece favorecer um fenótipo mais alinhado ao padrão branco, reforçando, involuntariamente, preconceitos e estereótipos enraizados na sociedade. Ao solicitar imagens de pessoa negra sem especificar a cor dos olhos, por exemplo, a IA gerou imagens de personagens negras com olhos azuis. O cabelo crespo ou cacheado também surge com raiz lisa e aspecto de um cabelo modificado no salão. Para chegar mais perto da aparência real, é preciso investir em dezenas de tentativas. Eu mesma, fiz aproximadamente 60 descrições para conseguir personagens mais próximos das minhas características, e não alcancei o meu peso, todas as imagens criadas são de mulheres magérrimas.

Alguns incidentes chegam a ser ainda mais problemáticos. Um caso que chamou atenção envolveu a deputada estadual Renata Souza (PSOL), do Rio de Janeiro. Ao solicitar à ferramenta a criação de “uma mulher negra, de cabelos afro, com roupas de estampa africana num cenário de favela”, o resultado entregue a ela foi a imagem de uma mulher negra com uma arma de fogo nas mãos. Esse erro da IA ​​levanta sérias preocupações, pois não apenas perpetua estereótipos negativos associados à população negra, mas também coloca em evidência a necessidade urgente de melhorias na programação dessas ferramentas.

Um dos principais desafios da IA ​​reside na representação. Para que uma IA seja capaz de gerar imagens mais inclusivas e precisas, é crucial que haja uma coleta de dados mais diversificada, abrangendo uma ampla gama de características raciais, étnicas e culturais. Isso fornecerá à IA uma base mais sólida para entender e representar diferentes grupos.

É imperativo que os algoritmos de IA sejam projetados com sensibilidade à raça. Isso significa considerar não apenas a diversidade de características físicas, mas também as culturais para garantir que os resultados não perpetuem preconceitos ou estereótipos raciais. 

As empresas que desenvolvem as ferramentas de IA devem priorizar a realização de testes rigorosos e revisões éticas para identificar e corrigir possíveis vieses raciais ao disponibilizarem a tecnologia ao público. Isso exige um compromisso contínuo com a equidade racial e a disposição de corrigir erros quando eles ocorrerem.

A transparência em relação às limitações de IA deveriam ser compartilhadas pelas empresas, que poderiam ainda envolver a comunidade em discussões sobre como melhorar essas ferramentas. As próprias redes sociais que abrigam as imagens criadas tem funcionado como espaço para o debate e desabafo. A voz das pessoas afetadas pode e deve ser ouvida e respeitada.

A IA tem o potencial de ser uma ferramenta poderosa para a criatividade e a diversão, desde que seja desenvolvida com sensibilidade e responsabilidade. É doloroso e uma nova forma de exclusão, ver todo mundo brincando nas redes sociais e não poder entrar na brincadeira. Resolver questões de equidade racial na criação de imagens por meio de IA requer um esforço conjunto das empresas, dos desenvolvedores e da sociedade em geral. É um desafio que, quando enfrentado de maneira eficaz, promoverá uma representação mais inclusiva de todos nas redes sociais e, consequentemente, no mundo.

A ascensão do cinema negro brasileiro

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Fotos: Divulgação; Angelica Goudinho; Desiree do Valle

No Dia do Cinema Brasileiro, celebrado hoje, 5 de novembro, o público poderá contar com um momento incrível: dois filmes negros brasileiros em cartaz nos cinemas. Até pouco tempo atrás, era muito difícil imaginar filmes brasileiros com um elenco marjoritariamente negro e fora de um contexto apenas violento e marginalizado. Entretanto, nos últimos anos, especialmente em 2023, temos visto uma verdadeira ascensão do cinema negro brasileiro.

Só em novembro, Mês da Consciência Negra, o público poderá assistir nos cinemas a cinebiografia “Mussum, O Filmis”, estrelado por grandes nomes como Ailton Graça, que estreou na última quinta-feira (2), além de “Ó, Pai Ó 2”, estrelado por Lázaro Ramos, e que entra em cartaz no dia 23.

Mussum, O Filmis (Foto: Divulgação)

Já o filme “Nosso Sonho”, que conta a história da dupla Claudinho e Buchecha, estreou em setembro e continua em cartaz. Recentemente, ultrapassou a marca de 450 mil telespectadores, se tornando o filme brasileiro com maior bilheteria de 2023.

Não estamos falando apenas de representatividade, estamos falando também sobre a oportunidade de mostrar a história das nossas referências, sendo biográficas ou não, com muita qualidade. Vale lembrar que “Mussum, O Filmis” foi o grande destaque do Festival de Gramado neste ano, levando seis Kikitos, incluindo o de Melhor Filme.

Nosso Sonho (Foto: Angelica Goudinho)

Quanto ao longa “Nosso Sonho”, foi pré-selecionado para representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2024, na categoria Melhor Filme Internacional. Apesar de não conseguirem vencer essa disputa, a cinebiografia sendo grande destaque mundo a fora, e ganhou menção honrosa e três prêmios, incluindo de Melhor Filme, na 16ª Los Angeles Brazilian Film Festival no dia 26 de outubro.

Em 2022, nós também vimos “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos, e “Marte Um”, dirigido por Gabriel Martins, ganhando destaque em grandes premiações, com a grande excelência do trabalho realizado.

Ó, Pai Ó 2 (Foto: Divulgação)

Claro que ainda há muito o que melhorar quando falamos sobre cinema negro brasileiro, mas é muito satisfatório ver que estamos caminhando para um espaço que surge cada vez mais oportunidades, não apenas para atores, mas também para diretores, produtores, roteiristas negros. Com os filmes, podemos fazer uma verdadeira transformação social em combate ao racismo e educação para a população negra brasileira!

‘O Próprio Enterro’: Filme com Jamie Foxx faz sucesso ao mergulhar nos segredos do mercado funerário

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Foto: Prime Video

O ator Jamie Foxx está em alta nos cinemas com o filme ‘O Próprio Enterro’. Lançado no Prime Video, a obra está chamando atenção da internet e da mídia ao misturar comédia, drama com fatos reais sobre a curiosa história de um advogado que nunca perde um caso.

Na trama, conhecemos Jeremiah O’Keefe, vivido por Tommy Lee Jones, um respeitado proprietário de uma funerária no Mississippi. Sua vida toma um rumo inesperado quando ele fecha um acordo sem contrato, o que se revela um golpe que o leva à beira da falência, perdendo todos os seus negócios e patrimônios.

A história se desenrola com a chegada de Willie E. Gary, interpretado por Foxx, um advogado especializado em danos pessoais, que se une a Jeremiah em uma batalha legal contra o império funerário de Raymond Loewen, papel de Bill Camp. O filme mergulha na complexidade e nos segredos sombrios desse setor, enquanto a dupla luta por justiça e reparações

A história de ‘O Próprio Enterro’ é baseada em uma reportagem da revista New Yorker, publicada em 1999. O grande destaque da nova adaptação cinematográfica diz respeito à atuações de Foxx dentro dos tribunais. Os discursos eloquentes do metódico advogado surpreendem com diálogos dramáticos, mas por vezes, hilários.

Kendrick Lamar no Brasil: Rapper se apresenta neste domingo (5) no festival GP Week, em São Paulo

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Foto: Jason Koerner / Getty Images.

O rapper Kendrick Lamar está no Brasil. Ele se apresenta neste próximo domingo (5) como atração principal do festival GP Week, em São Paulo. Essa é a segunda passagem do artista no país. Em 2019, o rapper se apresentou no festival Lollapalooza.

Agora, Kendrick apresenta o espetáculo de seu disco mais recente, o aclamado “Mr. Morale & The Big Steppers”, lançado em 2022. Considerado um dos artistas mais influentes de sua geração, o rapper acumula diversos prêmios importantes, incluindo 13 estatuetas do Grammy, e recordes de vendas pelo mundo.

Kendrick Lamar. Foto: Reprodução / Youtube.

O show da turnê “Mr. Morale & The Big Steppers” inclui sucessos como “N95”, “m.A.A.d city”, “HUMBLE” e “LOYALTY”.

Uma das características distintivas de Kendrick Lamar é sua habilidade de abordar tópicos complexos e socialmente relevantes em suas letras. Suas músicas frequentemente exploram questões como violência nas ruas, injustiça racial, identidade, religião e desigualdade social. Ele é conhecido por sua narrativa afiada e por empregar metáforas poderosas para transmitir suas mensagens, o que o tornou um porta-voz influente para sua geração.

Além de Kendrick, nomes como IZA e a dupla Tasha & Tracie também se apresentam no GP Week 2023.

Podcast sobre Zumbi dos Palmares será o primeiro projeto da “Axé”, produtora de Viola Davis e Julius Tennon, Salvador

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Viola e Julius : Foto: Divulgação

Produtora “Axé” promete ser uma ponte entre Hollywood e o Brasil. Responsáveis pelo projeto, a atriz e o marido estão em Salvador desde o dia 31 de outubro.  

Os atores Violas Davis e Julius Tennon vieram a Salvador participar do Festival Liberatum e aproveitaram para anunciar o lançamento de uma produtora de audiovisual chamada “Axé”, que será uma ponte entre Hollywood e o Brasil, no intuito de fazer conexões internacionais e adentrar as comunidades. 

Segundo o secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, o primeiro produto deles será uma série de podcast sobre Zumbi dos Palmares”, detalhou. Durante a coletiva, Julius disse estar muito feliz de estar em Salvador. 

“Estou olhando agora para cima, positivo. Nós temos o objetivo de estar juntos e nos conectar com o Brasil. A gente acha que é uma grande oportunidade de trabalharmos juntos, com uma comunidade. Todo mundo está apoiando esse novo momento de conteúdo do Brasil”. 

O painel sobre cultura afro diaspórica aconteceu na tarde de hoje (3), foi um dos mais esperados pelo público do Liberatum e teve a presença do casal, da atriz Taís Araújo e da empresária criativa Melanie Clarck, com mediação de Maurício Mota.

Jogador Marcelo, do Fluminense, sofre ataques racistas na internet às vésperas da final da Libertadores

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Em um ataque orquestrado no X (ex-Twitter), o jogador Marcelo, lateral-esquerdo do Fluminense, sofreu xingamentos racistas nas redes sociais na última quinta-feira, 2. Os xingamentos contra o atleta foram feitos nos comentários de um vídeo publicado pela Conmebol na qual ele concede uma entrevista.

Os usuários que cometeram o crime de racismo contra Marcelo publicaram imagens de bananas e macacos nos comentários do vídeo com a entrevista. Alguns também escreveram frases ofensivas como: “Comida favorita… óbvio: banana” e “Abriram a porta do zoológico?”.

Os ataques aconteceram dois dias antes da partida entre Fluminense e o Boca Juniors, que acontece no sábado, 4, os dois times competem na final da copa Libertadores.

No início da semana, o time argentino emitiu um comunicado alertando os torcedores que forem ao Rio de Janeiro assistir a partida para que não façam comentários ou insultos racistas: “Os cantos e gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave que implica em penas de até 5 anos de prisão inafiançável”, dizia um trecho do comunicado.

Imagem: Reprodução

Até agora, nenhum dos times ou a Conmebol se posicionou sobre os xingamentos recebidos pelo jogador.

 Liberatum: “Precisamos do poder e da coragem para contar as histórias de quem somos”, diz Viola Davis 

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O festival Liberatum, que atua em defesa da diversidade, igualdade e inclusão, estreou nesta sexta-feira (3), no Centro de Convenções de Salvador, no bairro da Boca do Rio, reuniu, no painel sobre cultura afro diaspórica, um dos mais esperados pelo público, os atores Viola Davis, Julius Tennon e Taís Araújo e a empresária Melanie Clarck, com mediação de Maurício Mota

Com falas potentes, Viola Davis ressaltou que ainda há histórias que precisam ser contadas, principalmente sobre as mulheres pretas. “Queremos aprender com os ancestrais, e isso é importante, mas a tarefa do artista é também a rebeldia. Porque mesmo quando contamos a nossa história, é sob o olhar do colonizador […] Precisamos do poder, da autoridade e da coragem para contar histórias de quem somos, sem pedir desculpas”. 

Foto: Lais Gabriela

A atriz, que obteve mais destaque em sua carreira quando fez a série americana “How To Get Away With a Murder”, divulgada em diversos países, não tinha noção desse alcance. No decorrer do painel, Viola ainda desabafou sobre a opressão e sexualização sofrida por mulheres negras na TV e no cinema, onde sempre são vistas como complicadas e confusas. 

“Você acaba percebendo que tudo o que te disseram sobre ser uma atriz negra é mentira. As limitações sobre as histórias, sobre o que as pessoas querem ver, eu chamo essas coisas de opressão internalizada. Quando o mundo diz para vocês que apenas uma certa parte da população, da história, é importante. Eu sempre acreditei que quando você faz algo como artista, que é honesto, as pessoas querem ver, e isso me empoderou”. 

Ao lado da atriz, a empresária criativa, Melanie Clark, também integrou a mesa e declarou que é uma honra adaptar “O Beijo no Asfalto”, do escritor Pernambucano Nelson Rodrigues, através da JuVee Productions, produtora de Viola e seu companheiro, Julius Tennon. A história virou livro e já foi encenada nos teatros. 

“É a história de um homem que se encontra em uma série de mal-entendidos. É uma história importante. Para ser possível fazer o que a gente da JuVee Productions pode fazer, não basta ter dinheiro, é necessário ter a capacidade de mostrar a história para todo o mundo”, disse Clark. 

A empresária ainda enfatizou que as visões colonialistas dizem que a única verdade que importa é a dos colonizadores, mas não é. “Eles não entendem o poder da diáspora porque é vasto, diverso, rápido e ainda é guiado pelo poder antigo dos ancestrais. Os conquistadores tentam destruir nossa história mas eles não conseguem e é por isso que estamos aqui”.

FotoL Liberatum

A mesa contou com a presença de Taís Araújo, que falou sobre a importância de um evento como o Liberatum e que ações como essa precisam começar em Salvador, passar pelo Brasil e, quem sabe, por todo o mundo, destacando a Bahia como polo cultural.

“Uma cidade como essa, que é tão hospitaleira, que é tão linda, sou suspeita pra falar porque não casei com baiano por acaso. Acho que é muito atrativo ser aqui, não só pela beleza, mas porque a Bahia, como um todo, é um polo cultural muito importante para o Brasil”, afirmou.

Junto com sua esposa, Julius Tennon lançou em Salvador, na tarde de ontem (2), a produtora de audiovisual “Axé”, que promete ser uma ponte entre Hollywood e o Brasil. Durante a coletiva, Julius disse estar muito feliz de estar em Salvador. 

“Estou olhando agora para cima, positivo. Nós temos o objetivo de estar juntos e nos conectar com o Brasil. A gente acha que é uma grande oportunidade de trabalharmos juntos, com uma comunidade. Todo mundo está apoiando esse novo momento de conteúdo do Brasil”, disse. 

O Liberatum conta com ciclos de palestras em diversos pontos da capital baiana e ainda terá eventos exclusivos para convidados, como um jantar em um tradicional restaurante do bairro do Comércio, em homenagem à cantora maranhense Alcione. O festival acontece até o próximo domingo (5). 

Luisa Sonza fala sobre caso de racismo: “realmente cometi um ato racista”

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Foto: Reprodução

A cantora Luisa Sonza falou sobre o caso de racismo do qual foi acusada em 2018, quando teria pedido a uma mulher negra para lhe servir um copo de água. Em conversa no canal do Youtube da drag queen, Bianca DellaFancy, Sonza reconheceu a atitude racista ao dizer: “Tive que estudar e entender até aceitar que realmente cometi um ato racista”.

Enquanto era maquiada, a cantora contou que precisou estudar e aprender sobre racismo. Ela contou que leu livros do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, além de também citar a filósofa Djamila Ribeiro: “É um racismo estrutural, mas a estrutura é feita por nós. Tive muita dificuldade de entender, por eu ser uma pessoa branca, e não viver isso na pele. Tive que estudar muito e entender profundamente, li muito, estudei muito”.

Luisa e a vítima, Isabel Macedo de Jesus fizeram um acordo na justiça que foi finalizado este ano. Ao lembrar o caso, Luisa  assumiu que pediu um copo de água a uma mulher negra: “Óbvio que não foi uma coisa intencional. Mas a gente comete este tipo de erro diariamente. Eu pedi um copo d’água para uma mulher preta. Foi um processo muito longo, não é da noite para o dia. Gostarioa de ter aprendido isso antes. Só de ler o “Manual antirracista” da Djamilla Ribeiro… Não é uma coisa falada, porque fica muito no tabu (…) Tive que estudar e entender até aceitar que realmente cometi um ato racista”.

Ela também contou que conversou com outras pessoas negras que ajudaram a entender que sua atitude foi racista: “Eu tive muita dificuldade de entender no começo, por eu ser uma pessoa branca e não viver isso na pele. Conversei muito com a Tia Má, conversei com Preto Zezé”, destacou. 

Assista a entrevista completa:

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