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Negros e pobres foram os mais impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, aponta Datafolha

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Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

A população de menor renda, majoritariamente negra e com baixa escolaridade, foi a mais afetada pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul nos últimos dois meses. É o que aponta uma pesquisa do Datafolha, que ouviu residentes do estado sobre os efeitos do maior desastre climático de sua história.

Segundo o levantamento, quase metade (47%) das famílias com renda de até dois salários mínimos sofreram perdas significativas, incluindo casas, móveis, eletrodomésticos ou o próprio sustento. Entre aqueles que recebem de cinco a dez salários mínimos, apenas 13% relataram algum tipo de prejuízo.

A pesquisa também destaca que 52% dos pretos nas áreas atingidas perderam algum bem ou fonte de renda, entre os partos, 40% tiveram as mesmas perdas e enquanto os brancos somam 26%.

Realizado com 567 entrevistas em todo o estado, o estudo tem uma margem de erro máxima de 4 pontos percentuais. Para a região metropolitana de Porto Alegre, a margem é de 5 pontos, enquanto nas cidades do interior a variação é de 7 pontos.

Os dados do Datafolha reforçam uma tendência observada em outros estudos sobre mudanças climáticas: eventos extremos tendem a impactar mais gravemente populações já vulneráveis socioeconomicamente. Entre os pretos, 24% afirmam ter sido forçados a abandonar suas casas devido às enchentes, comparado a 14% da média estadual.

O cenário é ainda mais alarmante para aqueles com menor escolaridade. Quase metade (46%) dos que têm apenas o ensino fundamental reportaram prejuízos, enquanto apenas 26% dos que possuem ensino superior sofreram perdas.

A perda de fontes de sustento foi uma das consequências mais graves para os mais pobres. Entre as famílias com renda de até dois salários mínimos, 30% relataram ter perdido emprego ou negócio próprio devido às enchentes. Já nas famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos, essa proporção cai para 7%.

A pesquisa revela que moradores da capital e da região metropolitana foram mais afetados do que os das cidades do interior. Na Grande Porto Alegre, 36% dos entrevistados relataram perdas, em comparação com 26% nas demais regiões. Além disso, mulheres foram mais afetadas pela perda de emprego ou sustento próprio: 22% das entrevistadas mencionaram ter perdido suas fontes de renda, comparado a 17% dos homens.

As enchentes deste ano não se limitaram a áreas de risco, atingindo também bairros de ocupação formal, inclusive de classe média alta. Porém, os maiores prejuízos se concentraram nas regiões mais pobres.

Premiação de música negra, BET Awards 2024 é marcado por shows icônicos de Lauryn Hill, Will Smith, Victoria Monét e Tyla

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Foto: Kevin Manzur / Getty Images

Nesta noite de domingo (30) aconteceu o BET Awards 2024, maior premiação de música negra dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. O evento celebrou artistas e produções que fizeram sucesso ao longo dos últimos meses. Dentre destaques, Lauryn Hill subiu ao palco da premiação e apresentou uma série de canções ao lado de seu filho, YG Marley. A estrela também convidou ao palco o integrante do grupo The Fugees, Wyclef Jean, e juntos, eles cantaram a música ‘Fu-Gee-La’.

Will Smith também foi destaque. O artista retornou ao mundo da música e apresentou sua nova canção, ‘You Can Make It’, lançada há 2 dias. “Ninguém tem uma jornada fácil, todos nós temos uma cruz para carregar, as há sabedoria no fogo e cada momento é uma oportunidade”, disse Smith.

Victoria Monét venceu o prêmio de ‘Vídeo do Ano’ pelo sucesso ‘Oh My Mama’. A estrela também se apresentou no palco da cerimônia e foi amplamente aclamada pelo público.

A cantora sul-africana Tyla venceu dois prêmios no BET Awards 2024. A artista, que concorria com os brasileiros Karol Conká e BK’, levou o título de ‘Melhor Artista Internacional’. Ela também conquistou a estatueta de ‘Artista Revelação’. Tyla apresentou a música ‘Jump’ no palco da premiação e dedicou seu sucesso ‘à riqueza do continenete africano’.

Usher homenageado com prêmio pelo conjunto da obra. Childish Gambino , Keke Palmer , Summer Walker , Coco Jones , Chlöe , Tinashe , Teyana Taylor , Victoria Monet e Latto apresentaram alguns dos maiores sucessos de Usher, como “You Don’t Have To Call”, “You Make Me Wanna”, “Good Good”, “There Goes My Baby”, “Good Kisser”, “Nice & Slow”, “Bad Garota”, “Yeah!” e mais.

Empresa de mídia da tenista Naomi Osaka recebe grande investimento de fundo liderado por atletas

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Foto: Getty Images

Mais uma atleta a investir em negócios de mídia, a tenista Naomi Osaka é co-fundadora da Hana Kuma, produtora que trabalha com projetos de anime e mangá. Agora, a empresa se prepara para dar um passo ainda maior e expandir suas operações após receber um investimento significativo do The Players Fund. Este fundo de capital de risco, sediado no Reino Unido, é conhecido por investir em negócios em estágio inicial nos Estados Unidos, Europa e Reino Unido. Com este aporte, a Hana Kuma busca fortalecer suas produções e explorar novos formatos de conteúdo, incluindo anime e mangá.

A Hana Kuma, uma spin-off da SpringHill, empresa de entretenimento fundada por LeBron James e Maverick Carter, arrecadou US$ 5 milhões no ano passado em uma rodada de financiamento para expandir suas produções. Carter, em entrevista ao The Hollywood Reporter em 2023, destacou a missão de ajudar Osaka a construir sua própria versão da SpringHill. “Trabalhamos muito para levar SpringHill onde ela está, mas agora queremos ajudar outros a fazerem o mesmo, e de forma diferente, à sua maneira e com sua voz”, afirmou.

Osaka, por sua vez, expressou entusiasmo com as novas oportunidades que este investimento representa. “Quando comecei como tenista, quando era criança, não pensei que estaria nessa posição e sinto que estou constantemente aprendendo coisas novas”, disse ela em entrevista ao The Hollywood Reporter. Com o suporte do The Players Fund, a empresa visa aprimorar seu plano de negócios e ampliar suas produções inovadoras.

“Estamos entusiasmados em receber o The Players Fund como um investidor na Hana Kuma”, declarou Osaka. “Sua extensa rede de atletas de elite de todas as origens se alinha perfeitamente com nossa missão de elevar vozes e perspectivas diversas por meio de narrativas inovadoras.”

Fergus Bell, sócio-gerente do The Players Fund, elogiou a iniciativa de Osaka e a visão da Hana Kuma. “O que Naomi, Stuart [Duguid, agente de Osaka] e a equipe da SpringHill estão construindo com Hana Kuma será a estrutura para diversas narrativas nos próximos anos. Esperamos muito tempo por uma plataforma de conteúdo liderada por atletas femininas e acreditamos que, com a rede global do The Players Fund, podemos realmente acelerar o roteiro de Hana Kuma ao lado de parceiros como Epic Games, Fenway Sports Group, Nike e LeBron James.”

Este novo investimento promete fortalecer a posição da Hana Kuma no mercado de mídia, permitindo à empresa continuar a inovar e expandir suas produções, refletindo a diversidade e as perspectivas únicas de seus fundadores.

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Gilberto Gil anuncia aposentadoria dos palcos após turnê de despedida em 2025

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Foto: Matheus José Maria.

Aos 82 anos, Gilberto Gil anunciou que planeja se aposentar dos palcos. A informação foi revelada pela assessoria de imprensa do artista. Gil ainda fará uma sequência de espetáculos em 2025, como uma turnê de despedida, passando pelo Brasil, Estados Unidos e países da Europa.

De acordo com a Folha de São Paulo, Gil deve seguir os passos de Milton Nascimento, que mesmo após se aposentar dos palcos, continou produzindo músicas.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ícone da música, Gilberto Gil construiu uma carreira que transcende as fronteiras do tempo, sendo um dos maiores embaixadores culturais do Brasil. Nascido em Salvador, Bahia, em 1942, Gil iniciou sua jornada musical na década de 1960, imergindo no fervilhante movimento tropicalista ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa e outros. Com sua mistura inovadora de música tradicional brasileira com elementos de rock, pop e reggae, ele desafiou convenções e inspirou uma revolução cultural.

Além de sua prolífica produção musical, Gilberto Gil também se destacou como Ministro da Cultura entre 2003 e 2008, promovendo políticas de inclusão e valorização das culturas populares. Suas contribuições à música e à cultura são imensuráveis, refletindo uma carreira marcada pela inovação, resistência e celebração da diversidade cultural.

Coletivo lança curta-metragem com visibilidade às mulheres negras no turismo brasileiro

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Foto: Divulgação

Em comemoração ao Julho das Pretas, o Bitonga Travel, coletivo de negras viajantes, lançará um curta-metragem que protagoniza e visibiliza mulheres negras no turismo brasileiro, “Pertencimento é Liberdade”. O filme será lançado no dia 6 de julho, às 19h, no Dida Bar restaurante, local reconhecido como reduto da comunidade negra no Rio de Janeiro e referência em culinária africana.

Tendo a viagem como ato de liberdade, visibilidade, conexão e pertencimento, 25 mulheres negras com idades entre 21 e 70 anos, de diferentes partes do Brasil, embarcaram em uma viagem para Colômbia, ansiosas para viverem uma experiência afro colombiana no Festival Petronio Alvaréz, em Cali. Juntas, elas viveram uma experiência transformadora de conexão, saberes e ancestralidade. Cheio de vida, emoção e cores, o curta-metragem mostra uma verdadeira jornada de transformação e liberdade vivida por cada participante.

“Difícil descrever a viagem para Colômbia, foram tantas sensações e experiências que definir em poucas palavras parece algo impossível. Talvez possa definir como reencontro, conexão. Ir pra Colômbia, especificamente à Cali, uma cidade negra parecida com a minha cidade, Salvador, trouxe a sensação de casa. Era como se estivesse indo visitar um familiar. Pessoas acolhedoras, sorridentes, com uma gastronomia rica e musicalidade que define bem nosso legado afrodiaspórico. Estar com outras mulheres negras do Brasil foi o ápice da viagem, para além de ir a um destino incrível com tanta familiaridade. Estarmos juntas é estarmos fortes”, explica Joyce Santos, integrante do coletivo Bitonga Travel e do grupo que visitou o país da América Latina.

A Bitonga Travel atua há 5 anos na promoção e visibilidade de mulheres negras em suas jornadas e movimentos pelo mundo, trazendo ao debate a falta de representatividade negra no setor do turismo.

“O coletivo bem fez me reconectar com minha profissional, eu como turismóloga me via sempre questionando várias situações e me sentia sozinha, conhecer o coletivo deu sentido às minhas indagações e me fez perceber que não estava só, estamos apenas espalhadas”, conta Joyce.

“A partir das narrativas do coletivo transformei minhas inquietações em projeto de pesquisa, e se hoje estou no mestrado em educação é porque o coletivo existe. Provocar e questionar o turismo na academia mostrando nossas potências e como este espaço reproduz as mesmas opressões da sociedade, é minha forma de colaborar por um turismo mais inclusivo e diverso”, acrescenta.

Enaltecer e compartilhar essas histórias pode inspirar mais mulheres negras a percorrer o mundo, promovendo a diversidade e a inclusão no turismo global. Além disso, o curta-metragem serve como uma ferramenta poderosa de empoderamento, mostrando que as mulheres negras pertencem a todos os lugares e podem se ver refletidas nas paisagens e culturas globais.

Para celebrar a mulher negra, latino-americana e caribenha e incentivar o afroturismo no país, além do lançamento do curta metragem o coletivo Bitonga Travel juntamente com a Localiza 021 está organizando uma viagem afroturística pela cidade do Rio de Janeiro entre os dias 6 e 8 de julho. Durante o evento no Dida Bar restaurante, também haverá rodas de conversa sobre a representatividade negra no setor turístico e um tributo às matriarcas que abriram as portas para outras mulheres negras no setor. A entrada é gratuita e aberta ao público. Sujeito a lotação.

Inspirado em bell hooks, espetáculo ‘Amor e Outras Revoluções’, com Mariana Nunes e Tati Villela, volta a SP com circulação gratuita

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Foto: Charles Pereira

Após uma temporada de sucesso em maio no Sesc Ipiranga, o espetáculo “Amor e outras Revoluções” retorna a São Paulo no mês de julho para uma nova série de apresentações gratuitas. A peça, estrelada por Mariana Nunes e Tati Villela, será exibido em diversos espaços culturais localizados na capital paulista, como Itaú Cultural, Centro Cultural da Diversidade e Itaú Cultural.

Livremente inspirada no texto “Vivendo de Amor”, de bell hooks, a peça conta a história de Aynah e Luzia, que estão prestes a se casar, mas enfrentam dúvidas sobre sua preparação para esse compromisso. Em uma jornada introspectiva, as protagonistas revisitam suas histórias pessoais, desencadeando profundas reflexões sobre o amor e suas revoluções pessoais.

A trama, criada e idealizada por Tati Villela, apresenta um texto que se desdobra em questões universais de afeto, sem desconsiderar as nuances raciais. “Nossa peça toca amores distintos, não somente amores negros. Não estamos deixando de lado as questões raciais, estamos apenas mudando o ponto de vista para falarmos sobre amor”, explica Villela, que também atua na peça ao lado de Mariana Nunes.

Mariana Nunes, que interpreta Luzia, compartilha que sua personagem enfrenta dificuldades financeiras enquanto realiza um doutorado em Ciências Sociais e Políticas Públicas, sem receber bolsas de estudo. “Ao mesmo tempo, ela sonha em se casar com Aynah e adotar um filho, mesmo não se sentindo financeiramente pronta para isso”, revela a atriz.

Aynah, a outra protagonista, é uma jovem do subúrbio que, recentemente, assumiu um cargo de liderança e lida com os desafios de se sentir aceita no novo ambiente de trabalho. “Nós falamos muito sobre o trabalho e sobre como o racismo estrutural nos prejudica. A partir desses dilemas, as duas refletem sobre as suas existências, seus traumas, sonhos e o que pensam sobre a construção de uma família”, comenta Villela.

O espetáculo também busca dar visibilidade aos afetos que permeiam a vida no subúrbio. “Eu tive uma infância muito amorosa e isso se reflete em quem eu sou hoje. Quero que as pessoas vejam como o amor também se instala no cotidiano da periferia”, conclui Villela.

“Amor e outras Revoluções” promete tocar o coração dos espectadores ao trazer à tona questões profundas e universais sobre o amor, as dificuldades financeiras e os sonhos de construir uma família, situando-se no contexto vibrante e desafiador da vida suburbana. A entrada é gratuita, e a programação completa está disponível nos sites dos teatros e espaços culturais participantes.

As apresentações ocorrerão nas seguintes datas:

03/07, 21h – Teatro Paulo Eiró
05/07, 20h – Itaú Cultural
06/07, 20h – Teatro Flávio Império
10/07, 19h – Centro Cultural Olido
14/07, 19h – Centro Cultural da Diversidade
24/07, 21h – Teatro Alfredo Mesquita

“Muito simbólico e também parte da evolução que eu acredito”, diz Raphaella Martins sobre ser jurada em Cannes 15 dias após dar à luz sua segunda filha

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A maternidade e a carreira são dois mundos que muitas vezes parecem estar em colisão, especialmente em setores que trabalham constantemente sob pressão, como a publicidade. Jurada no Festival de Publicidade de Cannes, que aconteceu na última semana, Raphaella Martins conciliou sua a participação no evento, realizado na França com a chegada de sua segunda filha, que havia nascido apenas 15 dias antes da viagem à Paris.

“Minha intenção com essa viagem nunca foi romantizar ou reforçar esse papel de mulher múltipla, que dá conta de tudo, porque honestamente eu não dou. Encarei esta jornada porque realmente acredito que ninguém além da pessoa com alguma necessidade especial ou específica pode determinar o que ela pode e o que ela não pode fazer. Foi possível para mim porque eu queria, porque eu podia e porque a segurança da minha filha estava mantida”, pontuou a publicitária, que também é executiva na Meta, em entrevista para o site Mundo Negro, refletindo sobre como abraçou a oportunidade, mesmo com as complexidades de uma nova maternidade iminente.

“Estar lá como mãe e profissional, com a minha filha recém nascida no colo, nesta categoria e com o festival apoiando minha decisão, é muito simbólico e é também parte da evolução que eu acredito”, destacou.

Você poderia nos contar como foi contar para o pessoal do Cannes Lions sobre a sua gravidez? Você já sabia da gestação quando recebeu o convite?

Quando recebi o convite do festival no início do ano, estava na metade da minha gravidez e como a data era próxima ao nascimento previsto da minha filha, a minha primeira reação foi pensar que não poderia ir. Porém, como a categoria a que fui convidada é uma das mais relevantes da premiação, e pessoalmente um sonho meu se algum dia acontecesse o convite para juri desse que é o maior festival de publicidade do mundo, me dei a chance de exercitar o “Porque não?”, pois aprendi desde muito cedo a não brincar com sonhos e as oportunidades que aparecem em nosso caminho. E nesse exercício, comecei a pesquisar as regras de cias aéreas, conversei com a minha obstetra, meus familiares e quando entendi que existia sim viabilidade clínica e também emocional – com o apoio do meu companheiro e família – foi o momento de me posicionar, aceitar o convite oficialmente e comunicar o festival de que iria junto com as minhas filhas e família. Como estava muito certa da minha decisão, o festival precisou apenas entender logisticamente como acomodar e abrir espaço para fazer a minha presença possível. 

Foto: Reprodução

Como foi a experiência de ter uma creche para sua filha durante o Cannes Lions?

Escolhi viver esse momento com a minha família também, pois minha licença maternidade já tinha começado. Então fiz questão de ir também com a Liz, minha filha mais velha de 05 anos, pois a viagem seria logo após o nascimento da Olivia e precisava viver esse tempo com elas o mais próximas possível, garantindo tanto conexão entre elas quanto entre todos nós. Nesta configuração, a creche foi fundamental, pois a mais velha tinha uma rotina diária com as atividades da creche enquanto eu podia focar no júri junto com a mais nova que precisava ficar comigo dentro da sala por conta da amamentação. 

Foto: Reprodução

Qual a importância da rede de apoio para você como mãe e profissional? Sem esse apoio você teria ido? 

Importante falarmos sobre isso, porque essa viagem não seria possível sem a minha rede de apoio. E também porque a minha intenção com essa viagem nunca foi romantizar ou reforçar esse papel de mulher múltipla, que dá conta de tudo, porque honestamente eu não dou. Encarei esta jornada porque realmente acredito que ninguém além da pessoa com alguma necessidade especial ou específica pode determinar o que ela pode e o que ela não pode fazer. Foi possível para mim porque eu queria, porque eu podia e porque a segurança da minha filha estava mantida. Para muitas outras mães a realidade não será essa, e não existe certo ou errado. Jamais gostaria que essa minha experiência soasse como mais uma pressão dentro das várias que mulheres e mães já experienciam. Porém, que o meu caso possa passar a  leveza de termos o direito e a liberdade de escolhermos ser e estar onde quisermos sem que a sociedade nos limite e determine até onde e quais os espaços que podemos ocupar. 

Pode compartilhar como foi a organização das datas do parto e do evento Cannes Lions? Quais foram os principais desafios e como você os superou?

Como falamos, nada disso seria possível se não tivesse ao meu lado pessoas fundamentais para que eu pudesse realizar essa viagem com segurança clínica e emocional: dividi o caso com a minha obstetra e desde o início conduzimos o pré-Natal regularmente tendo em mente que a Olivia era a prioridade. E o ideal era tanto seguir com meu plano de parto normal quanto manter ela comigo durante os dias da viagem, pois estes primeiros vintes dias são fundamentais nessa proximidade entre mãe e bebê. E ter a minha obstetra ao meu lado, inclusive me dando segurança sobre o quanto as decisões sobre o parto precisam respeitar tanto o bebê quanto os desejos e corpo da mãe, foi fundamental para me dar ainda mais segurança sobre a decisão de viajar. Acho que nesse processo pré-viagem o principal desafio – além de emitir passagem e passaporte de quem ainda não nasceu (risos) – foi fazer paz com as dúvidas, culpa e inseguranças que batiam de tempos em tempos. E ter ao meu lado as pessoas mais importantes neste contexto me dando apoio e me incentivando a seguir acreditando no meu sonho. Isso foi decisivo inclusive para que eu não desistisse no meio do caminho. 

Comparando com a sua primeira experiência como mãe, você notou alguma diferença na forma como o mundo corporativo trata as mães agora?

A minha segunda maternidade teve mais a ver também com a minha percepção, maturidade e consciência do que me cerca e de como eu desejo ou consigo exercer minha maternidade. Então percebo um processo que é muito mais de dentro para fora e o quanto o meu posicionamento e determinação do que quero e o que não quero como mãe impacta a dinâmica dos espaços onde trabalho. Porém, de 06 anos para cá, percebo o quanto a licença parental vem se tornando uma realidade em muitas grandes companhias, o que eu acredito ser uma das principais mudanças estruturais para transformar definitivamente a dinâmica entre mães, pais e cuidadores com a chegada de um novo bebê. Deixando que o peso dos primeiros meses de nascimento recaia apenas no colo da mãe, pois realmente acredito que o processo de cuidar requer uma comunidade inteira e a mãe é apenas um dos elementos nesta composição.

Na sua opinião, qual é o papel das empresas em proporcionar um ambiente de trabalho mais inclusivo e adaptado para mães?

As empresas com medidas intencionais podem romper com a economia do cuidado, esse trabalho invisível não remunerado que é o cuidar do outro, seja um filho ou um parente ou alguém próximo, que recai prioritariamente sobre as mulheres. Tem um dado da Organização Internacional do Trabalho que diz que 76% do trabalho de cuidado não remunerado é realizado por mulheres. E expandir essa responsabilidade para todas as pessoas envolvidas com o nascimento deste bebê, com licença parental por exemplo ao invés de apenas licença maternidade, pode contribuir muito positivamente para que as dinâmicas e configurações familiares sejam transformadas e as famílias passem a desenhar o modelo de cuidado que faça sentido para eles e não o modelo que é imposto quase que como obrigação pela sociedade.

Que conselho você daria para gestantes e mães de crianças pequenas que buscam equilibrar a carreira e a maternidade?

Ouvi muitos relatos de mulheres me agradecendo e contando muitos casos de lugares e oportunidades que perderam porque achavam que não podiam ir com seus bebês ou porque outras pessoas não achavam certo. Nunca porque não queriam ou não podiam. Então meu principal conselho é se questionar primeiro: Você quer?. Em segundo lugar: Você pode? (tem estrutura, rede de apoio, condição econômica/emocional para seguir com seu desejo, seu sonho?). Sendo estas duas respostas positivas, meu terceiro conselho é se posicionar, estar pronta para atravessar todos os julgamentos que vão existir, obstáculos que vão tentar colocar e infelizmente ainda estar preparada para essa guerra silenciosa que se impõe, pois o sistema está sofisticadamente preparado para ir te fazendo aos poucos acreditar que alguns espaços não são para você.  E quando você se posiciona, meu aprendizado é que toda a estrutura começa se acomodar e encontrar alternativas, soluções para receber esta “nova figura”, este “novo protocolo”. E com isso, todo mundo com desejos e sonhos semelhantes passam a se beneficiar, a perspectiva do que é do que não é aceitável se expande e todo mundo ganha, se melhora, evolui e se transforma positivamente. 

Pode detalhar como é a rotina de um júri do festival durante o evento? Quantos dias vocês tiveram que ficar na França ?

A categoria que fui jurada é a Glass | Lion for Change que premia projetos do mundo inteiro que utilizaram o poder da criatividade em benefício de alguma transformação social efetiva priorizando equidade de gênero. E a rotina desse júri começa muito antes do evento presencial, que no meu caso contava com apresentações em Cannes dos projetos que foram selecionados para o shortlist. Até chegar neste momento, avaliamos em torno de 200 cases do mundo inteiro, fizemos encontros regulares virtuais com a mesa de júri e fechamos o shortlist também online para que nos 05 dias presenciais em Cannes as apresentações pudessem ser realizadas. No meu caso em especial, lembro de fazer as avaliações dos cases em meio a contrações e participar das reuniões de shortlist de dentro do hospital após parto da Olivia o que deixou tudo ainda mais intenso, porém também mais especial. Acredito muito no poder de transformação dessa indústria que corre volumes astronômicos de investimento e só aceitei viver essa jornada porque essa categoria contempla muitos dos elementos que acredito para avançarmos como ecossistema e principalmente como sociedade. E estar lá como mãe e profissional, com a minha filha recém nascida no colo, nesta categoria e com o festival apoiando minha decisão, é muito simbólico e é também parte da evolução que eu acredito. 

Aniversário de 80 anos de Zezé Motta reúne celebridades e amigos em Copacabana: “É um privilégio chegar até aqui”

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Foto: Miguel Sá

Zezé Motta comemorou seu aniversário de 80 anos em grande estilo. Na última quinta-feira, 27, a atriz e cantora reuniu, no Hotel Emiliano, localizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, familiares e amigos que fizeram parte da trajetória pessoal e profissional da artista em uma festa organizada pelo empresário e relações-públicas Vinicius Belo.

Durante a celebração, Zezé refletiu sobre a importância de seu marco de vida: “Quando me dei conta que estava fazendo 80 anos, imediatamente pensei que não dava pra deixar de comemorar. É um privilégio chegar até aqui, lúcida, em plena atividade e com prestígio do público, eu não posso reclamar da vida. A gente sempre acha que não vai chegar lá, olha eu aqui, 80 anos hoje.”

Entre os presentes, estavam figuras como as jornalistas Maju Coutinho e Luciana Barreto, além de artistas, entre eles Taís Araújo, Lázaro Ramos, Jéssica Ellen, Isabel Fillardis, Moara Sacchi, Aisha Jambo, Juliana Alves, Erica Januza, Dandara Mariana. O evento teve a animação garantida pelo DJ Zé Pedro, que trouxe um set especial com remixes das músicas de Zezé.

Zezé Motta, que possui quase seis décadas de carreira consolidada, é um ícone da cultura brasileira, com contribuições significativas para a televisão, o cinema e a música. Além de sua atuação artística, Zezé tem uma longa história de engajamento na luta contra o racismo, sendo uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado e do CIDAN (Centro de Informação e Documentação do Artista Negro).

Confira as fotos do evento:

Aos 15 anos, campeã pan-americana, Íris Isaac, busca realizar sonho de competir no Mundial de Karatê no Japão

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Foto: Divulgação

Resgatar a história de mulheres negras no esporte como a velocista Melânia Luz, primeira de nós a representar o país em uma Olimpíada, integrando a delegação brasileira que foi à Londres no ano de 1948, ou de Daiane dos Santos, que brilhou por muitos anos na ginástica olímpica e Ketleyn Quadros, judoca que se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esporte individual depois de levar o bronze na competição de 2008, é fundamental para que nossos jovens e crianças possam se inspirar.

Mas o caminho até que o reconhecimento nacional e o patrocínio que possibilite a ida às competições cheguem, pode ser bastante desafiador. A jovem Íris Isaac é um exemplo disso, a adolescente de 15 anos pratica Karatê desde os cinco, quando foi pela primeira vez a uma academia onde sua mãe trabalhava como personal trainer e se apaixonou pela arte marcial japonesa. Atualmente, é Bicampeã Brasileira Kumite 2022/2023, Tetra Campeã Carioca Kata e Kumite e campeã Pan-americana Kumite JKA 2023. A adolescente foi convocada para competir no 16º Torneio do Campeonato Mundial de Karaté da Taça Funakoshi Gichin (JKA), que ocorrerá entre os dias 25 e 27 de outubro, no Japão, mas com poucos recursos financeiros, ela espera alcançar o valor necessário para a viagem através de doações.

Dedicada, Íris contou para o site Mundo Negro que sua meta atual é conquistar o mundial japonês, mas seu sonho é chegar aos Jogos Olímpicos, quando a modalidade for incluída no evento. “Agora sonho mesmo é ser, um dia, campeã Mundial e participar das Olimpíadas”, disse a jovem, que compreende o valor de sua presença no esporte: “Sou a atual campeã panamericana na minha faixa etária e espero inspirar outras meninas a praticarem o karatê”.

Confira a entrevista completa com a atleta:

Você começou no karatê aos 5 anos. O que mais te atraiu no esporte e te motivou a continuar?

Nunca pensei em praticar nenhuma luta, fazia ballet e jazz, mas um dia minha mãe me levou à academia que ela trabalhava e fiz uma aula experimental de karatê. Fiquei encantada! Dar socos e chutes, brincando? Foi muito legal!  O Sensei André Reis, que me acompanha e ensina até hoje, foi aos poucos tornando as aulas mais interessantes e desafiadoras. Gosto de ultrapassar barreiras, de subir um novo degrau, de aprender um novo Kata [combinações de ataques e defesa previamente estabelecidos], aprimorar minha técnica no kumite [luta ou combate] e a filosofia do karatê de superação, caráter, concentração e comprometimento me ajudam na vida.

Me tornei faixa preta aos 14 anos e continuo buscando o meu melhor dentro e fora do karatê.

Como é sua rotina de treinos atualmente? Algum aspecto especial do seu treinamento para o mundial de JKA?

Eu faço a preparação física 5x na semana com uma excelente profissional, minha mãe, Leila Azevedo, que é Personal Trainer. Treino karatê com meu Sensei, André Reis, 3x na semana e aos sábados temos um treino com os integrantes da seleção brasileira que residem no Rio de Janeiro.

Não tenho nenhum treino especial ou específico para o Mundial, mas o foco é ajustar e corrigir até que fique perfeito.

Você vê o karatê como uma carreira de longo prazo? Quais são seus sonhos e metas para o futuro no esporte?

O karatê já faz parte da minha vida e não consigo me imaginar sem ele. Quero poder viver o karatê, a minha vida inteira. Minha meta atual é conseguir trazer uma medalha do Japão. Dizem que antes do talento vem a dedicação e o esforço e eu não corro de um trabalho duro para conquistar o que eu mereço.

Agora sonho mesmo é ser, um dia, campeã Mundial e participar das Olimpíadas (o karatê não faz parte AINDA).

Como você enxerga a representatividade das mulheres negras no karatê e no esporte em geral?

O karatê é uma arte marcial japonesa com influência asiática e a introdução da prática no Brasil vem de imigrantes japoneses, logo, é elitizado e não faz parte da cultura preta. [Têm] Pouquíssimos atletas pretos, e muito menos mulheres. Mas espero que um dia isso mude. Me sinto orgulhosa de ser uma menina negra que teve a oportunidade de ultrapassar essa barreira com muito sucesso, mas nunca me abalei por ser minoria. Faço o meu melhor e tenho colhido os frutos da minha dedicação e comprometimento.

Sou a atual campeã panamericana na minha faixa etária e espero inspirar outras meninas a praticarem o karatê.

Você está fazendo uma vaquinha para financiar sua participação no mundial de JKA no Japão. Como tem sido a resposta das pessoas e quais são suas expectativas em relação a essa campanha?

Todos os custos, de todos os campeonatos e viagens são pagos pela própria atleta e eu só tenho uma ‘MÃETROCÍNIO‘, que é professora e abdica de muitas coisas para me oferecer oportunidades no meu esporte. Então, nas viagens internacionais, sempre promovemos uma vaquinha para ajudar nos custos.

Temos ótimas pessoas próximas que divulgam e contribuem financeiramente, mas só que o Japão é muito mais caro do que podemos sonhar nesse momento. Mas sonho mesmo, seria ter um patrocinador que acreditasse numa atleta adolescente cheia de vontade de vencer!

15 anos após a morte de Michael Jackson, o patrimônio do astro ainda é avaliado em mais de U$ 2 bilhões

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Foto: Reprodução / Youtube

Quinze anos após a morte do icônico Michael Jackson, seu patrimônio continua a crescer, consolidando seu status como uma das figuras mais lucrativas da indústria do entretenimento. Em 2024, a fortuna do espólio de Michael Jackson é avaliada em mais de 2,1 bilhões de dólares​. Essa fortuna é composta por várias fontes de receita, incluindo vendas de música, direitos de publicação, shows, merchandising, e investimentos em imóveis.

Apenas em 2023, o espólio do Rei do Pop gerou uma receita significativa, com ganhos estimados em cerca de 250 milhões de dólares​. Isso se deve, em parte, ao contínuo sucesso das músicas de Michael Jackson em plataformas de streaming e à venda de produtos licenciados com sua imagem.

De onde vem o dinheiro do Rei do Pop?

A música de Michael continua a ser uma fonte significativa de receita. Álbuns como “Thriller”, que ainda detém o recorde de álbum mais vendido de todos os tempos, continuam a gerar lucros robustos. A popularidade dos shows temáticos ligados à memória do artista, como as apresentações do Cirque du Soleil, também agrega valor. O show “Michael Jackson ONE” em Las Vegas, por exemplo, é um sucesso contínuo, atraindo fãs de todo o mundo e gerando receitas substanciais.

Foto: Kevin Mazur / Getty Images.

Vale destacar ainda o merchandising relacionado a Jackson, incluindo roupas, memorabilia e outros produtos licenciados. O crescimento contínuo de seu patrimônio é um testemunho de sua influência no mercado do entretenimento.

A propriedade mais famosa do Rei do Pop é, sem dúvida, o Neverland Ranch. Localizada em Los Olivos, Califórnia, a extensa propriedade de aproximadamente 10 mil metros quadrados uncionava como a residência principal de Jackson e um parque de diversões privado. Neverland incluía uma mansão, um zoológico, um parque de diversões, jardins exuberantes e várias instalações de lazer. Após a morte de Jackson, a propriedade passou por várias avaliações e mudanças de propriedade, sendo renomeada para Sycamore Valley Ranch.

Além de Neverland, o astro possuía outras propriedades valiosas, incluindo uma casa em Encino, Califórnia e outr mansão em Las Vegas, Nevada.

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