Namorando o fotógrafo Jonathan Estrella há cinco anos, a atriz e escritora Elisa Lucinda está recebendo críticas relacionadas à diferença de idade entre ela e o namorado, que é 31 anos mais jovem. Recentemente, ela recebeu um comentário depreciativo que chamou sua atenção e rebateu dizendo: “Tenho certeza que as pessoas gostam de mim e não só da Elisa de 20 anos”.
O comentário, feito por um parente, em uma foto nas suas redes sociais dizia: “O tempo vai passar, e ele vai arranjar uma mulher mais nova”. Elisa, no entanto, não deixou o comentário sem resposta. “Por que não posso encher o saco e arranjar outro homem? Por que sou totalmente passiva na mão do novinho? O cara tem de vida o que tenho de carreira. Estou em franca vantagem. Sou uma pessoa querida, sempre tem alguém querendo brincar no meu parquinho. Atuei a vida inteira. Tenho certeza que as pessoas gostam de mim e não só da Elisa de 20 anos”, contou ela à coluna Play, do jornal O Globo.
A atriz ainda questionou os valores atribuídos à juventude. “A juventude tem que parar de ser uma qualidade. Parece que ser jovem é qualidade, que quer dizer bom caráter ou saúde. Nem sempre jovem quer dizer saúde. Nem sempre jovem quer dizer sensatez”, completou.
Eliza Lucinda está em cartaz com o monólogo “Parem de falar mal da rotina”, que apresenta há 22 anos e que terá sua última apresentação da temporada no próximo, 20, no Teatro Liberdade, em São Paulo.
Na quinta-feira, 18, o humorista Eddy Júnior utilizou suas redes sociais para esclarecer que a decisão judicial de expulsar Elisabeth Morrone e seu filho do condomínio na Barra Funda, Zona Oeste da capital, não representa uma vitória pessoal. No processo movido pelo condomínio contra Morrone, a juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível, decretou a expulsão, estipulando um prazo de 90 dias para que deixem o local devido ao “comportamento antissocial”.
“O condomínio processou ela por má conduta, né? Porque eles ficaram com o c* na mão depois que o vídeo deu a repercussão que deu. E aí processaram ela por má conduta e já ganhou. E aí a sentença da juíza foi, ela sair do condomínio em 90 dias. Então rapaziada, não foi nós que venceu p*** nenhuma, não ganhou nada ainda. Nossa parada ainda tá na justiça. Quem venceu foi o condomínio que processou ela”, explicou Eddy Jr., que também ressaltou que não mora mais no condomínio, além de lembrar que até que o vídeo ganhasse repercussão nas redes sociais, o próprio condomínio havia ignorado o caso.
O humorista também expressou insatisfação com a maneira como o condomínio lidou com o caso inicialmente. “Quando aconteceu a parada e eu pedi ajuda do condomínio, o condomínio cag** pra mim”, afirmou. “Não tem po*** nenhuma de primeiro passo, de, mano, fogo nos racista, não foi nada disso que aconteceu. E o meu processo ainda tá na justiça, então tem que esperar. Então, parem de postar esse bagulho aí de vitória”, reforçou ele, lembrando que seu processo contra Elizabeth Morrone ainda corre na justiça.
Mesmo após ser expulsa do condomínio, a aposentada ainda pode vender ou alugar o apartamento, obtendo lucros com o imóvel onde não poderá morar mais.
O primeiro Festival Negritudes de Salvador reuniu artistas, jornalistas e personalidades para debater temas como o respeito a todas as religiões, a representatividade de pessoas negras nas telas e nos bastidores e a educação antirracista, nesta quinta-feira, 18 de julho, na Casa Baluarte. Mais de mil pessoas prestigiaram pessoalmente o evento na capital baiana que contou com a presença de Kleber Lucas, Zileide Silva, Gil do Vigor, Larissa Luz, Jéssica Ellen, Tia Má, Bárbara Carine, Rita Batista, entre outros.
Logo após a apresentação de abertura do Olodum com a Orquestra Afrosinfônica da Bahia, o líder do projeto Ronald Pessanha contou como nasceu a ideia do Festival Negritudes Globo.
“Nosso objetivo é colocar a pauta da presença negra no audiovisual no centro do debate. A primeira edição aconteceu em 2020, apenas para criativos da Globo. O projeto cresceu, assim como a pauta também ganhou relevância na sociedade. E o Negritudes se tornou um projeto multiplataforma, com ações no digital, imersões para produtores de conteúdo e com a realização de festivais gratuitos e abertos ao público. Esse ano, ampliamos nossa presença para três edições abertas ao público: Rio de Janeiro, Salvador e encerraremos em São Paulo, em setembro”, afirma Pessanha.
Foto: Zileide Silva, Tia Má, Alrick Brown e Maria Gal (Foto: Globo/Magali Moraes)
O primeiro painel debateu sobre fé. “Um encontro como esse fortalece ainda mais a nossa decisão de resistir. Antes de tudo, respeite meu amém, que eu respeito o seu axé”, reforçou o pastor evangélico Kléber Lucas. Ekedy Sinha, representante do Candomblé, enfatizou a irmandade entre todos os seres humanos, frisando que terreiros são locais que promovem fé, saúde, educação e cuidado.
Convidado internacional do evento, o diretor e professor de cinema e TV na NYU, Alrick Brown, trouxe falas potentes ao lembrar da luta de pessoas negras e da morte de George Floyd, nos Estados Unidos. O cineasta, que tem um Emmy em seu currículo, afirmou que, apesar de a indústria ainda ser racista, no final o que se quer é apenas contar histórias e fazer com que todos possam sonhar, principalmente as crianças negras.
Ocupar espaços na educação com a introdução de conteúdo antirracista é essencial para construir narrativas diferenciadas e democráticas. “A educação transforma vidas e não podemos aceitar que ela seja contada do ponto de vista do colonizador. É preciso que todo menino preto tenha orgulho de sua história”, comenta a professora baiana Vitalina Silva, uma das vencedoras do Prêmio LED.
Elisa Lucinda (Foto: Globo/Ícaro Cerqueira)
As narrativas orais passadas de geração em geração foram exaltadas no painel com a presença do ator Amaury Lourenço, da poetisa e atriz Elisa Lucinda e do líder sociocultural de Cachoeira, Valmir Boa Morte. A lembrança dos avós e dos ancestrais foram reforçadas como de extrema potência para suas lutas antirracistas tanto na vida quanto na arte. O painel final ‘Régua e Compasso’ teve a participação do cantor Tatau, do maestro Ubiratan Marques e da cantora Sued Nunes.
O Festival Negritudes foi encerrado com um show da cantora Larissa Luz, com a participação especial de Tatau.
O conteúdo ficará disponível no Globoplay para quem quiser ver e rever.
A quarta edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança“, uma colaboração entre a 99jobs e o Pacto Global da ONU no Brasil, com lançamento marcado para 25 de julho, data que celebra o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Todas as mulheres negras que trabalham no setor privado estão convidadas a participar e compartilhar suas vivências.
Esta pesquisa pioneira tem como objetivo principal analisar o papel crucial desempenhado por mulheres negras em posições de liderança no setor privado brasileiro.
Entre os objetivos da pesquisa, a organização destaca: Investigar os desafios e oportunidades específicos enfrentados por mulheres negras em suas trajetórias de liderança empresarial; mapear a representatividade de mulheres negras em cargos de alta gerência e outros níveis de liderança em empresas privadas no Brasil; e identificar práticas e políticas corporativas bem-sucedidas que promovem a diversidade étnico-racial e a equidade de gênero no ambiente de trabalho.
A pesquisa adota uma abordagem abrangente, combinando dados quantitativos e qualitativos. Mulheres negras em diferentes níveis de Liderança serão convidadas a participar por meio de questionários detalhados, compartilhando suas experiências, desafios e perspectivas sobre liderança.
Segundo a 99 jobs, “as análises e dados coletados serão fundamentais para desenvolver estratégias mais eficazes em prol da inclusão, diversidade e igualdade de oportunidades nas empresas privadas”.
Os resultados serão divulgados publicamente após a análise e estarão disponíveis gratuitamente no site oficial da 99jobs e do Pacto Global da ONU no Brasil.
Para participar, clique aqui!
Faltando 8 dias para o início das Olimpíadas de Paris, Rayssa Leal, de 16 anos, chamou atenção da mídia após realizar um pedido ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A equipe da skatista pediu a liberação para que Lilian Mendes, mãe da atleta, possa acessar a Vila Olímpica e dormir com sua filha durante a competição. O problema é que o COB libera acompanhantes apenas para atletas menos de 14 anos.
“Estamos conversando ainda com eles. Ela não ficar na Vila é ruim por questão de logística. O que está todo mundo tentando ajudar é se a gente consegue fazer a mãe dela dormir com ela. E, se não a mãe dela, alguém que ela confia que pode estar com ela“, disse Tatiana Braga, CEO da TB Sports, agência que cuida da carreira de Rayssa.
Conhecida carinhosamente como “Fadinha do Skate”, Rayssa ganhou destaque internacional aos 13 anos ao conquistar a medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio-2020, tornando-se a medalhista mais jovem na história do Brasil. Nascida em Imperatriz, Maranhão, Rayssa começou a andar de skate aos seis anos e desde então demonstrou um talento excepcional na modalidade street.
EXCLUSIVO! Xênia França, além de uma ser cantora renomada, tema da novela das nove da TV Globo, ‘Renascer’, também é referência no mundo da moda e da beleza, e chegou a realizar o seu primeiro desfile de alta-costura da Chanel, em Paris, no início do ano. Mas para construir essa autoestima não foi um trabalho fácil para a artista.
“Se encaixar em um cenário é o mesmo que estar brigando com você mesma o tempo todo. Estar brigando com sua pele, com seu cabelo. Com coisas que não fazem o menor sentido. Precisei aprender a forjar uma beleza interna e reeducar o que achava sobre mim mesma e essa mudança veio a partir da minha relação com a música. Ela me ensinou a enxergar diferente”, destaca a vencedora do Grammy Latino, durante entrevista ao episódio desta quinta-feira (18), do videocast ‘Mamilos Café’, comandada por Ju Wallauer.
Além disso, a artista explica como a espiritualidade a fez enxergar o belo nas pessoas, nos lugares e na arte. “Uma das grandes artes de Oxum é a manifestação da beleza. Eu sou devota da beleza. Leio poemas, assisto filmes, converso com pessoas e acho que isso faz parte de um processo de lapidação para ver a beleza que há em tudo. É quase como se fosse um chamado”, diz.
Foto: Mamilos Café
Durante o bate-papo, a baiana também conta como foi o processo de encarar São Paulo para investir em sua carreira em uma nova cidade, sem perder as raízes. “Sou a prova viva de que existe amor em São Paulo. Escolhi a cidade mais rígida do Brasil para viver porque se fosse para morar em qualquer outro lugar, talvez não teria me projetado da mesma maneira”.
Ao fazer um balanço da sua carreira, Xênia reflete sobre a importância de abraçar os diferentes ciclos da vida e entender que tudo está em constante mudança. “Aprendi a fazer uma conexão com a minha maneira de pensar referente ao meu tempo, por exemplo, o tempo que levo para fazer uma coisa, uma música, um disco ou um arranjo. É sobre aproveitar as fases, os tempos, me colocar à disposição disso. Tenho noção de que estou construindo uma carreira, estruturando um caminho” afirma.
A cantora e vencedora de cinco prêmios Grammy, Janet Jackson, falou de forma surpreendente sobre como se sente sobre dar entrevistas durante uma recente participação no programa de rádio Heart Evenings com Dev Griffin. Conhecida pelo trabalho na música, Janet surpreendeu ao dizer que não gosta de falar.
Ao ser questionada por Dev Griffin sobre qual pergunta ela gostaria que os repórteres parassem de fazer, Janet não hesitou em responder com sinceridade. “Não quero ser rude, mas tenho que ser honesta com você”, disse a cantora antes de completar sua resposta. “Por favor, pare de me fazer perguntas.”
Jackson, famosa por sucessos como “All for You”, explicou que nunca se considerou boa em entrevistas e que prefere ouvir as pessoas ao invés de falar. “Realmente não gosto de falar, então prefiro ficar quieta e ouvir outras pessoas falando”, acrescentou.
Em tom bem humorado, Janet Jackson reforçou seu pedido para que os repórteres evitassem fazer perguntas.
Como parte das celebrações do Biênio Abdias Nascimento (2024-2025), o Ipeafro, Cultne e Cena Portuária realizam uma série de atividades na região central do Rio de Janeiro, na Pequena África. No dia 20 de julho, às 16h, o salão principal do Casarão Cultural João Alabá no Jardim Suspenso do Valongo receberá a exposição “Abdias Nascimento: sujeito coletivo“.
A mostra apresentará réplicas das pinturas de Abdias em diálogo com dois painéis inéditos, criados coletivamente durante quatro edições da Oficina Criativa Abdias Nascimento, ministradas no local. A exposição ficará em cartaz até o dia 25 de agosto de 2024. Além da mostra física, no mesmo dia, uma experiência virtual em realidade aumentada será lançada nos perfis do Ipeafro (@ipeafro) e do Museu de Arte Negra (@museudeartenegra) no Instagram, que exploram as pinturas de Abdias com efeitos especiais. O link para acessar a experiência ficará disponível a partir do dia 20: https://www.instagram.com/ar/1855637081588217
No mesmo dia, às 19h, o Casarão Cultural João Alabá sediará mais uma edição do Cine Jardim, sob a curadoria de Dom Filó. Esta edição exibirá documentários sobre a cultura negra, com destaque para o filme “Abdias Nascimento: Memória Negra“, dirigido por Antônio Olavo. Após a exibição, haverá um debate com Dom Filó, CEO e fundador da Cultne TV e Julio Menezes Silva, jornalista e co-gestor do Ipeafro. Os eventos são gratuitos, com direito a pipoca e churros.
Para um dos idealizadores, Thiago Viana, o filme sobre Abdias Nascimento “é um registro significativo que percorre diversos momentos da vida de Abdias e inclui depoimentos do próprio Abdias Nascimento. Além disso, traz diversos registros históricos relevantes a partir do acervo do Ipeafro, organização fundada por Abdias em 1981 e que dá seguimento a sua luta”, explica.
Para Julio Menezes Silva, a consolidação do legado de Abdias Nascimento do museu pensado por ele é, acima de tudo, um ato de reparação. “Há quase 75 anos, um grupo de intelectuais vislumbrou a criação de um espaço museológico que pudesse abrigar toda a diversidade artística sistematicamente e historicamente excluída das artes. Nós, do Ipeafro, cuja missão é difundir o legado e o acervo de Abdias Nascimento em múltiplas linguagens, vemos na realização da Ocupação Abdias no Casarão um ato de justiça para com aqueles que ousaram sonhar e plantar as sementes emancipatórias que colhemos na atualidade”, afirma.
Durante o evento, o carioca Rubem Confete também será homenageado. O radialista conhecido como o Griô do Samba, tem 87 anos dedicados à valorização da cultura negra atuando como compositor, jornalista e estudioso das questões afro-brasileiras. O salão principal do Casarão João Alabá será batizado no dia 20 de julho com o seu nome. Confete teve importância para o espaço, sendo um de seus principais incentivadores.
As atividades contam com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, por meio de incentivo fiscal, e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com recursos da Lei Paulo Gustavo.
SERVIÇO | PROGRAMAÇÃO Ocupação Abdias no Casarão Cultural João Alabá no Jardim Suspenso do Valongo Endereço: Rua Camerino s/n (em frente ao 48) – Centro do Rio Data: 20 de julho (sábado) Entrada: gratuita Horários:- 15h | abertura dos portões – 16h | abertura da exposição Abdias Nascimento: Sujeito Coletivo – 17h | homenagem ao Rubem Confete – 19h | sessão do filme Abdias Nascimento: Memória Negra, de Antônio Olavo. Em seguida, debate com Dom Filó e Julio Menezes Silva. Para assistir ao filme do Cine Jardim, é preciso pegar gratuitamente o ingresso na plataforma virtual Sympla. Para isso, acesse o link: https://www.sympla.com.br/evento/abdias-nascimento-memoria-negra-de-antonio-olavo/2534385 Acessibilidade: o acesso ao casarão não é fácil e se dá por meio de uma escadaria Apoio: Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, por meio de incentivo fiscal, e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com recursos da Lei Paulo Gustavo. Realização: Ipeafro, Cultne, Casarão Cultural João Alabá e Cena Portuária
Na última quarta-feira, 17, o Real Madrid anunciou que um homem foi condenado a oito meses de prisão, na Espanha, por ataques racistas aos jogador brasileiro Vinicius Junior e ao alemão, Antonio Rüdiger.
O acusado, que não teve a identidade revelada, havia feito comentários racistas contra os jogadores do Real Madrid na seção de comentários de uma matéria do jornal Marca, da Espanha. Este é a segunda condenação por racismo no país. A justiça condenou o racista por dois crimes contra integridade moral de Vini Jr e Rüdiger. No caso do zagueiro alemão, também foram feitos ataques à sua religião.
O condenado também ficará impossibilitado de participar do fórum do jornal onde cometeu o crime por 20 meses. A justiça sujeitou a suspensão da pena de prisão caso o acusado participe de um programa de igualdade de tratamento e não discriminação.
A condenação é a segunda motivada por racismo na Espanha. No mês de junho, três pessoas foram condenados por agressões racistas a Vinicius Junior durante a partida entre Valencia x Real Madrid, ocorrida no ano passado, no estádio Mestalla. O caso divulgado pelo time europeu nesta quarta é a primeira punição por racismo cometido na internet.
“Nossa marcha para a liberdade é irreversível. Não devemos permitir que o medo fique no nosso caminho.”
Mais um ciclo se completa e celebramos a memória daquele que inspirou diversas gerações na luta pelos direitos humanos. Nelson Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, na aldeia de Mvezo, Transkei, África do Sul. Em sua homenagem, a Assembleia Geral da ONU (2019) escolheu essa data como o “Dia Internacional Nelson Mandela”. A luta que Madiba (apelido de infância) assumiu na defesa do povo negro começou na época em que era estudante de Direito na Universidade de Fort Hare. A conceituada instituição era um celeiro da minúscula classe média negra. Madiba era bolsista. Lá, participou de reuniões e cursos com militantes socialistas, comunistas e pan-africanistas. Esse ímpeto pela política ocorreu por conta das injustiças que presenciou dentro e fora da universidade.
Nesse contexto, ingressou no Congresso Nacional Africano (CNA). Esse movimento de libertação da África tinha como prática a formulação de petições, mas, após a eleição de Mandela para a executiva, os rumos mudaram. O partido resolveu a agir duramente contra a repressão do Estado. A luta armada se tornou necessária. O país havia mergulhado em um dos períodos mais cruéis e repugnantes da história. A segregação racial foi transformada em política de Estado com a vitória do Partido Nacionalista (1948); as leis implantadas (Apartheid) determinavam que pessoas brancas e pessoas negras não poderiam ocupar os mesmos lugares. Os espaços públicos eram dedicados separadamente para cada grupo racial: banheiros e bebedouros, escolas e universidades, os assentos nas praças e nos transportes públicos, os casamentos inter-raciais foram proibidos, etc.
No entanto, a radicalidade de Mandela ganhou impulso no episódio conhecido como Massacre de Shaperville. Os negros protestavam contra a lei (Lei do Passe) que obrigava os negros a portarem cartões com registro oficial informando se poderiam circular na área em que se encontravam. Diante do protesto, o Estado respondeu com uma brutalidade sem tamanho. Dezenas de pessoas negras foram assassinadas e quase duzentas ficaram feridas. Nelson Mandela escreveu em seu manifesto que defendia a luta armada “no início de junho de 1961, após uma longa e ansiosa avaliação da situação sul-africana, eu e alguns colegas chegamos à conclusão de que, como a violência neste país era inevitável, seria irrealista e errado que os líderes africanos continuassem a pregar a paz e a não-violência, numa altura em que o Governo responde às nossas exigências pacíficas com a força”.
Durante a luta contra o apartheid até a sua prisão, Mandela recebeu diversas acusações: violação da Lei de Proibição do Comunismo, incitação à greve, viagem sem passaporte válido, etc. Em 1964, o sistema o condenou à prisão perpétua pelo crime de sabotagem e planejamento de invasão armada.
A África do Sul tornou-se um caldeirão de violências em que o regime racista atacava cada vez mais os civis, e as mobilizações exigindo a liberdade de Nelson Mandela saíram das fronteiras do país, internacionalizaram. As negociações com o importante preso foram intensas. Ele tinha muita influência mesmo com a liberdade suspensa, e até recebeu a seguinte proposta: impedir a luta armada para ser libertado. Não aceitou.
No dia 11 de fevereiro de 1990, conquistou as ruas. Meses depois, as leis segregacionistas foram abolidas e, em 1993, dividiu o prêmio Nobel da Paz com o presidente Frederik Willem de Klerk, responsável pela libertação e negociação com o herói sul-africano. No ano seguinte, Madiba foi eleito presidente da África do Sul. O primeiro negro a ocupar esse cargo.
E, no dia 5 de dezembro de 2013, faleceu aos 95 anos. Que Mandela siga eterno na memória de todos os povos que lutam por um mundo melhor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOEHMER, Elleke. Mandela: O homem, a história e o mito. Tradução: Denise Bottmann. Porto Alegre–RS: L&PM, 2014.
MANDELA, Nelson. Autobiografia de Nelson Mandela – Um longo caminho para a liberdade. Lisboa: Planeta, 2009