Em parceria com o Movimento Black Money e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), a plataforma Afreektech está disponibilizando 20 mil bolsas para cursos online gratuitos. Esta nova fase do projeto contempla áreas como Carreiras Digitais, Marketing Digital com IA e Ciência de Dados. A inscrição é gratuita e garante uma bolsa para início imediato.
“A plataforma Afreektech é afirmativa e voltada para a população negra. Na plataforma já há trilhas como Carreiras em Tech e Marketing Digital e IA, que além de introduzir temas com linguagem acessível possui protagonismo negro também de professores e pessoas mentoras. Até outubro de 2024 serão lançadas as trilhas de Introdução à ciência de dados, Vendas B2B e Transformação Digital”, disse Nina Silva, uma das fundadoras do Movimento Black Money.
Os cursos disponíveis abrangem trilhas diversas que preparam o público para oportunidades e desafios da Nova Economia, as trilhas incluem vídeo-aulas, quizzes, material de apoio e projetos. As tarefas de conclusão têm prazos estabelecidos dentro da plataforma.
“Com mais de 2 mil inscritos na primeira semana, o Afreektech dá um passo importante em unificar nossos cursos em uma única plataforma com acesso digital com acessibilidade garantida pela tradução em libras e legendas em todos os materiais, o que viabiliza a sua distribuição também para outros países de língua portuguesa. E já avisamos que o roadmap de novos cursos já está sendo desenhado para 2025”, comenta Nina Silva.
“Estamos falando de uma capacitação personalizada e dinâmica. Os alunos não precisam se
preocupar em encontrar horários para frequentar as aulas ou com os custos do curso pois são 100% gratuitos. Por isso, optamos pelo método online, onde há mais acessibilidade para que cada um planeje quando, como e de onde estudar”, disse Fernando Soares, gerente de projetos do MOVER. A iniciativa é parte do pilar de empregabilidade do Movimento, que pretende gerar 3 milhões de oportunidades para a população negra até 2030.
Resultados práticos:
● Certificação e reconhecimento: Ao concluir os cursos, os participantes recebem certificados e são inseridos nos bancos de talentos do Movimento Black Money e do MOVER, aumentando suas chances de conseguir empregos e oportunidades em empresas
parceiras.
● Comunidade de apoio: A plataforma Afreektech cria uma comunidade forte e engajada de pessoas negras ou em vulnerabilidade social, promovendo a troca de experiências e o
networking.
● Acesso a outros programas: Os participantes também têm acesso a bolsas de estudo em outros programas, como o Mover Hello, que oferece aulas de inglês em parceria com a
Education First (EF).
A plataforma Afreektech, que está em seu sétimo ano de existência, se propõe acelerar a jornada de afroempreendedores e profissionais negros, levando a oportunidade de ingresso em diferentes carreiras da nova economia para todas as pessoas.
Acesse o site do Afreektech e inscreva-se gratuitamente: afreektech.com.br
Baseada em sua própria experiência com o uso de wig, que significa ‘peruca’ em inglês, a nigeriana Isoken Igbinedion fundou uma startup que utiliza inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina para criar perucas personalizadas para mulheres negras. A Parfait, que recebeu investimento da estrela do tênis, Serena Williams através de sua empresa Serena Ventures, tem se destacado ao oferecer produtos que atendem às necessidades específicas dessas consumidoras.
A inspiração para a criação da Parfait veio da própria experiência de Isoken. Aos dez anos, após sofrer uma reação química que resultou na queda de seu cabelo natural, ela passou a usar perucas durante boa parte da infância e adolescência. Vivendo em um bairro predominantemente branco nos Estados Unidos, ela se sentia forçada a se assimilar culturalmente e fenotipicamente. “Eu parecia tão diferente de todo mundo e, não importa o que acontecesse, eu era intimidada pela textura do meu cabelo”, disse em entrevista para a revista Essence.
Com o tempo, seu cabelo voltou a crescer, mas a dificuldade em encontrar perucas de qualidade e acessíveis a levou a buscar uma solução tecnológica. Junto com sua irmã Ifueko, elas decidiram lançar a Parfait .No site da empresa é possível escolher, passo a passo, como você quer sua peruca, incluindo cumprimento, textura dos fios, se prefere com franja ou não e pode até informar se usará tranças enraizadas ou se prenderá o cabelo em um coque por debaixo da sua peruca. Além disso, através de reconhecimento facial, a empresa tira medidas do rosto da cliente para desenvolver a peruca de maneira personalizada.
O projeto chamou a atenção de Serena Williams, cujo fundo de risco, a Serena Ventures, decidiu investir na empresa. “A missão da Parfait de alavancar a IA para resolver problemas essenciais tanto para a indústria de tecnologia quanto para as comunidades de cor é algo em que nós, da Serena Ventures, acreditamos desde o início”, afirmou a tenista em comunicado.
Com o crescimento acelerado, a Parfait firmou recentemente uma parceria de varejo com a rede norte-americana Ulta Beauty, permitindo que clientes possam consultar estilistas em lojas físicas e receber orientações personalizadas para a compra de perucas. Além disso, a parceria oferece serviços como lavagem, instalação e atualização das perucas adquiridas.
Isoken destaca que essa parceria vai além dos serviços de beleza. “Estou muito animada por poder criar um espaço institucional que acho que nossa comunidade nunca teve antes. Onde você pode entrar em um lugar e se sentir confortável porque suas necessidades únicas serão atendidas”, afirma.
Setembro chegou com as melhores expectativas para os fãs da Tássia Reis! No próximo dia 9, segunda-feira, a rapper lançará ‘Topo da Minha Cabeça’, seu quinto álbum de estúdio, um disco com inspirações que vão Banda Black Rio aos Originais do Samba, mesclando Samba Groove com Rap, Neo Soul, Funk Ijexá, R&B e uma pitadinha de Rock.
“Não, não vou calar, não vou correr, nem me sujeitar pra te obedecer”. Esse é trecho do single ‘Asfalto Selvagem’, lançado recentemente pela artista em todas as plataformas de streaming, para abrir caminhos do novo álbum que está por vir. A faixa narra a relação de Tássia Reis com a periferia de Jacareí, interior de São Paulo, onde nasceu e cresceu, e o impacto do samba nas ramificações de quem se é.
“Eu tô muito feliz de poder estar em contato com essas influências e perceber que faz tão parte de mim. Acho que foi uma coisa que eu demorei um pouco pra me apoderar, que é dessa minha vivência no samba também, da vivência da minha família, dos meus pais”, diz em entrevista ao Mundo Negro.
Além do novo disco, a cantora chega ao Rock in Rio 2024 no dia 20, com um show super especial no palco Sunset, dedicado apenas às mulheres negras: Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França.
“São artistas, cada uma com a sua construção, com a sua identidade. Mas a gente faz parte de uma cena que vem crescendo a cada dia e que é muito relevante. Acho que a gente representa muita coisa, separadas, juntas, imagina juntas, né? Imagina juntas mesmo. Uma potência muito grande”, conta empolgada.
Leia a entrevista completa abaixo:
Crédito: Leal/Instagram @olharchave
Eu queria que você contasse um pouco sobre o seu novo single ‘Asfalto Selvagem’ e as influências que esse novo projeto ‘Topo da Minha Cabeça’.
‘Asfalto Selvagem’ tem uma forte influência do samba, um samba groove. Uma pitadinha ali da malandragem do rap, da rua, que o samba também traz. Eu tô muito feliz de poder estar em contato com essas influências e perceber que faz tão parte de mim. Acho que foi uma coisa que eu demorei um pouco pra me apoderar, que é dessa minha vivência no samba também, da vivência da minha família, dos meus pais.
Meus pais se conheceram em um ensaio de escola de samba lá na minha cidade, de Jacareí. Então, eu falo que é uma história meio de Shakespeare, porque cada um era de uma escola, eles eram de escolas rivais. E eu sou a princesinha deles, né? Então, muito shakesperiana. E também, quando eu era adolescente, eles nem estavam mais, porque estavam cansados de escola de samba.
Eu fui com as minhas próprias pernas pra escola de samba com uns 13 anos de idade, assim. Eu queria sair na comissão de frente. Fui lá toda ‘topetuda’ e falei: ‘então, quero sair na comissão de frente’. E a galera assim: ‘a comissão de frente não tem [como?], mas tá precisando de gente na bateria’. E aí eu fui pra bateria com 13 anos, levei uma renca de gente, minhas amigas tudo, saí no chocalho e fiquei apaixonada por aquele universo. E aí, depois disso, eu saí seis anos seguidos.
O mais engraçado é que eu entrei na escolinha de bateria para poder aprender a tocar um instrumento ou outro como ritmista. E ali eu conheci alguém, um amigo meu, o Diogo, que me levou para uma aula de dança, foi onde eu conheci o hip hop. Então as coisas estão entrelaçadas. O samba, a escola de samba e o hip hop aconteceram num momento meio próximo um do outro pra mim.
Eu demorei pra entender que aquilo era samba, que eu via como escola de samba, eu via como comunidade, eu via como uma coisa que a gente fazia em conjunto. Eu não pensava tanto na música em si, eu pensava mais na vivência. E aí no hip hop eu também não pensava tanto na música, eu pensava na dança, que foi a minha primeira expressão artística dentro do hip hop.
Então, depois que eu cresci, que quando eu comecei a compor, que aí as minhas primeiras coisas foram funk soul, samba, e aí virou rap, eu demorei para entender queo samba estava antes de tudo. Então, por isso que a ‘Asfalto Selvagem’ veio abrir os caminhos agora para o novo disco e onde eu consigo assumir com tranquilidade essa influência e me sentir confortável em poder cantar a minha vivência com segurança e com confiança e com muito amor também e responsabilidade.
É uma música que realmente fala sobre as suas vivências, e a partir disso, qual a mensagem você gostaria de passar para o público através dessa canção, que foi escolhida justamente para abrir os caminhos do seu novo disco e eu imagino que vai dar o tom desse novo trabalho?
Só do ‘Selvagem’, acho que a mensagem é para quem cresceu ali nos anos 90, começo dos 2000, numa quebrada, numa periferia, que vai se identificar, tem uma vivência parecida, acho que assistiu e vivenciou alguns tipos de violência. E que é muito doido, existem tantas coisas que já aconteceram, principalmente nesse período, e algumas que acontecem até hoje também. Mas que, ao mesmo tempo, também acho que é sobre o povo brasileiro, e como a gente, apesar de tudo, resiste, não desiste, vai pra cima e usa essa armadura, né?
Eu tenho falado isso, essa armadura que às vezes pesa, atrasa um pouco o nosso lado, mas também a gente tá pronto pra guerra, então a gente vai pra cima. Então acho que ‘Asfalto Selvagem’ é isso, entender que estamos, que vivenciamos no asfalto selvagem, mas não estamos só sobrevivendo, nós estamos crescendo, estamos prosperando, estamos indo à luta. Próspera!
Crédito: Reprodução/Instagram
E vamos ter ‘Asfalto Selvagem’ no Rock in Rio 2024. Me conta um pouco sobre a sua preparação?
Tá todo mundo falando ‘Asfalto Selvagem’ no Rock in Rio. Mas até então, acho que não, mas vamos ver, né. Quem sabe… Pode ser que aconteça, vamos entender.
O que a gente pode esperar desse espetáculo seu no festival, né? Como surgiu essa possibilidade de cantar junto com a Luedji Luna e Xênia França?
Olha, eu fiquei muito feliz quando recebi a ligação do Zé Ricardo [vice-presidente artístico do Rock in Rio] perguntando se eu queria. ‘Como assim que eu queria?’ Eu acho incrível, eu sou muito fã da Luedji Luna, sou muito fã da Xênia, há muito tempo. Eu acho que esse encontro é um encontro muito potente.
São artistas, cada uma com a sua construção, com a sua identidade. Mas a gente faz parte de uma cena que vem crescendo a cada dia e que é muito relevante. Acho que a gente representa muita coisa, separadas, juntas, imagina juntas, né? Imagina juntas mesmo. Uma potência muito grande.
Eu estou muito ansiosa para a gente somar nesse palco, no palco Sunset, e mostrar nossas músicas e compartilhar desse momento tão importante, que eu acredito que é tão importante para a música brasileira, para a música independente e, sobretudo, para mulheres negras.
Crédito: Divulgação/Rock in Rio
Trazendo um pouco sobre a inspiração para outras mulheres negras, qual a mensagem que você deixa para outras artistas e outras milhões de pessoas nesse Brasil que se inspiram em você e na sua trajetória e que vão te ver ali representada de uma forma tão incrível nesse que é um dos maiores festivais do mundo?
Uau! Eu estou muito feliz, e eu estou muito sensível também. Eu me sinto honradíssima de estar nesse palco, e eu acho que a mensagem que eu posso deixar para a galera é que nem sempre é fácil construir a carreira que a gente sonha, a carreira que a gente acredita. Acho que para além dos ‘sims’ que a gente tem que receber para poder estar nos lugares, eu acho que poder direcionar também, escolher os ‘nãos’ que a gente quer dizer, para a gente poder ser quem a gente é, para a gente poder valorizar a nossa identidade, o nosso eu artístico, acho que isso é muito relevante dentro da construção, que é possível ser você com a sua identidade e ainda assim chegar no Rock in Rio e ainda assim subir num palco tão importante como o Palco Sunset, no Brasil e no mundo.
Então, acho que essa é a mensagem, sem querer pagar de meritocracia, porque a gente sabe que não é simples e não é fácil, mas alguém precisa acreditar, e esse alguém é você!
Para muitas pessoas negras no Brasil, o empreendedorismo não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade. A falta de acesso a oportunidades de emprego formal e a discriminação no mercado de trabalho muitas vezes impulsionam o empreendedorismo como uma alternativa viável.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), empreendedores que se identificam negros ou pardos são 45% da população empreendedora no Brasil e desses, 50% empreendem por necessidade e enfrentam desafios adicionais, como acesso limitado a financiamento e redes de apoio. No entanto, a trajetória empreendedora também abre portas para a criação de riqueza e a superação de barreiras econômicas.
Embora as pessoas negras possam enfrentar desafios adicionais, o empreendedorismo oferece um caminho para superar limitações e alcançar a prosperidade. A capacidade de transformar uma ideia em um negócio de sucesso, mesmo diante de adversidades, é uma característica marcante desde os nossos ancestrais.
A ascensão dos novos milionários no Brasil ilustra o potencial do empreendedorismo como um caminho para a criação de riqueza. Contudo, é importante reconhecer que a inclusão de pessoas negras no cenário empreendedor requer atenção especial aos desafios que enfrentam. Apoiar e promover políticas que garantam maior acesso a recursos e oportunidades é fundamental para que mais empreendedores negros possam transformar suas ideias em sucesso e contribuir para um futuro econômico mais inclusivo e diversificado.
Mas para além do que programas e políticas públicas podem proporcionar, precisamos sair da mentalidade de sobrevivência e entender o empreendedorismo como uma Oportunidade de Riqueza e transformação familiar e social, nós empreendemos desde os nossos ancestrais, e é chegada a hora de planejarmos e executarmos os movimentos dos nossos negócios com estratégias de crescimento e um olhar mais carinhoso e menos amedrontado para a gestão. Não há mais tempo para errar é tempo de pavimentar a estrada para quem está vindo atrás de nós.
5 Principais Erros no Empreendedorismo que Impedem Sua Empresa de Crescer
Empreender é um desafio empolgante, mas também repleto de armadilhas. Muitos empreendedores, mesmo aqueles com boas intenções e visão clara, cometem erros que podem sabotar o crescimento e a sustentabilidade de seus negócios. Aqui estão cinco erros comuns que você deve evitar para garantir que sua empresa não só sobreviva, mas prospere.
1. Demora na Formalização
Um dos primeiros passos para o sucesso de qualquer negócio é sua formalização. Muitos empreendedores postergam a formalização, o que pode acarretar problemas legais e fiscais graves. Estar formalizado não apenas ajuda a garantir que sua empresa esteja em conformidade com as leis, mas também pode melhorar sua credibilidade com clientes e fornecedores. Além disso, a formalização pode abrir portas para financiamentos e incentivos que não estão disponíveis para negócios informais.
2. Falta de Separação entre PF e PJ
Misturar finanças pessoais com as da empresa é um erro que pode levar a complicações sérias. A falta de separação entre PF e PJ pode criar confusões contábeis, problemas fiscais e até mesmo dificuldades na gestão de recursos.
3. Ausência de um Plano de Negócios ou Planejamento Estratégico
Entrar no mercado sem um plano de negócios bem definido é como navegar sem um mapa. Um plano de negócios serve como um guia estratégico, ajudando a definir metas, identificar oportunidades e riscos, e estruturar o crescimento. A falta de um planejamento estratégico pode levar a decisões impulsivas e a um direcionamento incorreto, prejudicando a capacidade de alcançar objetivos de longo prazo e adaptar-se às mudanças do mercado.
4. Medo de Contratar e Delegar
O medo de contratar e delegar tarefas é um obstáculo comum entre empreendedores. Muitos acreditam que são os únicos capazes de realizar determinadas funções ou temem perder o controle da qualidade. No entanto, delegar não só alivia a carga de trabalho, mas também permite que você se concentre em aspectos mais estratégicos do negócio
5. Estabelecer Prazos de Venda Sem Considerar o Capital de Giro
Estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro é um erro que pode causar problemas financeiros graves. O capital de giro é essencial para cobrir despesas operacionais e garantir que a empresa possa funcionar sem interrupções.
Evitar esses erros comuns pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso no empreendedorismo. A formalização adequada, a separação financeira, o planejamento estratégico, a delegação eficaz e a gestão cuidadosa do capital de giro são pilares fundamentais para o crescimento sustentável de qualquer empresa. Ao reconhecer e corrigir essas falhas, você estará no caminho certo para construir um negócio sólido e próspero.
Juliana Lourenço, Contadora, Educadora Financeira e Mentora de Empreendedores @eujuliana.lourenco
O Itaú Cultural Play, plataforma de streaming do Instituto Itaú Cultural, lançou no dia 30 de agosto a coleção “Narrativas Negras”, que inclui filmes, séries e documentários voltados para a valorização da negritude e a reflexão sobre o racismo no Brasil. Com 16 títulos no total, a coleção também serve como suporte pedagógico para professores e alunos, abordando questões raciais em sala de aula.
Entre as novidades do catálogo, destacam-se quatro curtas-metragens que fazem sua estreia na plataforma. “Rapsódia para o homem negro” (2015), de Gabriel Martins, diretor do premiado longa “Marte Um” (2022), retrata a busca de um homem por justiça após a morte violenta de seu irmão em um conflito em Belo Horizonte. “Dia de preto” (2023), de Beto Oliveira, imagina um futuro distópico em 2077, onde a liberdade cultural dos negros é limitada a um único dia do ano. Em “Tudo que é apertado rasga” (2019), Fabio Rodrigues Filho explora a ausência de atores negros no audiovisual brasileiro através de imagens de arquivo e depoimentos. Já o documentário “Alexandrina, um relâmpago” (2022), de Keila Sankofa, premiado no Festival de Cinema da Amazônia, resgata a história de Alexandrina, filha de negros escravizados que trabalhou para naturalistas europeus no Amazonas.
Além das novas produções, a coleção inclui clássicos como “Alma no Olho” (1973), de Zózimo Bulbul, e o documentário “A negação do Brasil” (2000), de Joel Zito Araújo, que investiga o racismo na teledramaturgia brasileira. A série “Coleção Antirracista” (2022), de Val Gomes, é outro destaque, com reflexões de intelectuais e figuras do movimento negro sobre questões raciais no país.
A Itaú Cultural Play pode ser acessada gratuitamente em dispositivos móveis, smart TVs e pela web, proporcionando acesso democrático a conteúdos que promovem a diversidade e a educação antirracista.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se pronunciou nesta sexta-feira (6) sobre as denúncias de assédio sexual que levaram à demissão de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. Em sua nota oficial, Anielle destacou a importância de uma resposta rápida e firme em casos de violência. “Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto”, afirmou a ministra, ao reforçar seu apoio às vítimas e elogiar a ação do presidente Lula.
Em sua declaração, Anielle trouxe uma perspectiva pessoal, mencionando os desafios que enfrentou como mulher negra ao acessar espaços de poder e sua missão em promover igualdade racial no Brasil. “Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial”, disse Anielle, lembrando os obstáculos que viveu ao longo de sua trajetória.
A ministra também pediu respeito à sua privacidade em um momento delicado, destacando que as tentativas de culpabilizar ou pressionar vítimas não devem ser toleradas. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade”, declarou. Ela ainda reiterou seu compromisso com o enfrentamento de todas as formas de violência contra mulheres, afirmando que essa é uma missão permanente de seu trabalho no governo.
A demissão de Silvio Almeida foi decidida após uma reunião entre ele e o presidente Lula, que considerou insustentável a permanência do ministro diante das acusações. As investigações seguem sob a responsabilidade da Polícia Federal e da Comissão de Ética Pública, com o governo reafirmando seu compromisso com a proteção das mulheres e a promoção dos direitos humanos.
Nota oficial de Anielle Franco na íntegra:
“Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas. Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas.”
Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, anunciou ter pedido sua demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de assegurar “total liberdade e isenção” nas investigações das denúncias de assédio sexual contra ele, em nova nota divulgada à imprensa noite desta sexta-feira, 6.
As denúncias foram reveladas na quinta-feira (5) pela coluna do Guilherme Amado do Metrópoles e confirmadas pela ONG Me Too Brasil, organização dedicada ao combate à violência sexual. De acordo com o portal, os supostos casos teriam ocorrido no ano passado, e uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que confirmou as acusações hoje no Planalto. Silvio Almeida nega.
Em nota, Almeida destacou que a investigação deve ser conduzida com o devido rigor. “Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, afirmou.
O ex-ministro também sublinhou a importância de enfrentar a violência sexual com estratégias que assegurem a proteção das vítimas e garantam uma apuração criteriosa e transparente, com controle social e participação efetiva do sistema judiciário.
Almeida encerrou sua declaração afirmando que incentivará as investigações de forma imparcial e que está comprometido em provar sua inocência. “Que os fatos sejam expostos para que eu possa me defender dentro do processo legal”, concluiu.
“Me solidarizo com a nossa Ministra Anielle Franco, com as outras vítimas que denunciaram os casos de assédio e, sempre, com todas as vítimas de assédio sexual e moral no Brasil”, afirmou Erika Hilton após a demissão do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, nesta sexta-feira (6). A deputada federal pelo PSOL expressou apoio à ministra da Igualdade Racial e destacou a importância de uma investigação justa e comprometida com os direitos das vítimas, sem perder de vista o princípio da defesa.
Erika enfatizou a necessidade de priorizar a proteção das vítimas, alertando que as denúncias não devem ser ignoradas nem utilizadas para fins políticos ou racistas. “É necessário que os casos tenham investigação célere e séria”, declarou, reforçando a importância de um julgamento justo, especialmente em casos tão delicados quanto o assédio sexual.
A demissão de Silvio Almeida foi confirmada após uma reunião com o presidente Lula, que considerou a permanência do ministro insustentável diante da gravidade das denúncias. A Polícia Federal abriu um protocolo inicial de investigação, enquanto a Comissão de Ética Pública também iniciou um processo para esclarecer os fatos.
Erika Hilton encerrou sua nota lamentando a situação, destacando a perda que o caso representa para a luta pelos direitos humanos e o movimento negro. “É uma lástima que isso esteja acontecendo, uma perda para a luta pelos Direitos Humanos, do movimento negro, é uma perda para todas e todos nós, em especial para as vítimas, que merecem nosso cuidado, apoio e atenção”, concluiu a deputada.
O advogado Silvio Almeida foi demitido do cargo de ministro dos Direitos Humanos, na tarde desta sexta-feira, 6. A demissão acontece em sequência a Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, confirmar que foi vítima de importunação sexual e assédio por parte do Almeida, em conversa com colegas ministros no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após fazer uma reunião com ambos os envolvidos, de forma individual.
“A natureza das acusações de assédio sexual torna insustentável a manutenção do ministro no cargo”, informou uma nota oficial da Presidência (LEIA COMPLETA ABAIXO). A informação foi confirmada pela CNN Brasil.
A polêmica envolvendo o Silvio Almeida, iniciou nesta quinta-feira, 5, quando a coluna do Guilherme Amado do Metrópoles noticiou que a ONG Me Too Brasil, organização respeitada por defender mulheres vítimas de violência sexual, informou que colheu denúncias de assédio sexual contra o então ministro, que teriam ocorrido no ano passado.
Procurada recentemente pelo Metrópoles e pela Folha de São Paulo, em junho, a ministra não quis se pronunciar publicamente sobre o caso, mas teve o seu nome revelado pelo Metrópoles. Entretanto, a ONG não revelou a quantidade de vítimas ou suas identidades.
Mais cedo, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as denúncias de assédio sexual feitas contra o Silvio Almeida. Segundo Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF, a investigação foi iniciada por iniciativa própria, antes mesmo de uma representação formal. Ele afirmou à GloboNews que as primeiras audições devem ocorrer na próxima semana.
Ontem, o ex-ministro, em resposta às denúncias, negou as acusações. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim”, declarou. Ele destacou que as alegações visam prejudicar sua imagem e os ideais que defende, especialmente em sua luta pelos direitos humanos.
Em nota, o governo federal informou que a Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento de apuração sobre o caso. Ainda ontem, Almeida foi convocado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.
Solidariedade à Anielle Franco
Antes mesmo de Anielle Franco confirmar que foi vítima de assédio sexual, tem recebido apoio nas redes sociais. Ontem, o movimento Mulheres Negras Decidem, publicou uma nota levantando a #AnielleNãoEstáSó, e desde então outras respeitadas organizações da comunidade negra tem prestado sua solidariedade, como a Coalizão Negras Por Direitos, Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e PerifaConnection.
Na noite de ontem, a primeira-dama, Janja, também havia publicado uma foto de meses atrás, beijando a testa da ministra, como um sinal de apoio. O ativista Rene Silva e a deputada estadual do PT, Laura Sito, também foram algumas das pessoas que prestaram solidariedade.
Leia a nota à imprensa abaixo na íntegrado governo
Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania.
O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.
A Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.
O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada.
O programa Estação Livre, transmitido pela TV Cultura, foi suspenso por tempo indeterminado, junto com outros sete programas da emissora: Negros Em Foco, Balaio, Brasil, Mostra a Tua Cara, Entrelinhas, Giro Econômico, Legião Estrangeira e Na Cadência do Samba (que ainda não havia estreado). A decisão foi anunciada pela direção da TV Cultura, que atribui a suspensão à crise financeira enfrentada pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da emissora.
No caso do Estação Livre, sete profissionais foram dispensados: a apresentadora Cris Guterres, a coordenadora de produção Ingrid Mabelle, a pauteira Adna Matias, os videorrepórteres Lucas Veloso e Rodney Suguita, e as assistentes de produção Bruna Hernandes e Cynthia Damião. Destes, seis são profissionais negros. A situação da editora de texto Kelly Santos, contratada como CLT, ainda é incerta, enquanto os demais profissionais eram vinculados à emissora como Pessoa Jurídica. A pauteira Daiane Amaral e o diretor Ramiro Zwetsch continuam contratados.
Apesar da suspensão, a TV Cultura exibirá nesta sexta-feira, 6 de setembro, um episódio inédito sobre jazz, com a participação do músico Jonathan Ferr e da historiadora e compositora Rosa Couto, da Funmilayo Afrobeat Orquestra. Outros dois episódios inéditos, sobre dança e artes cênicas, serão transmitidos nos dias 13 e 20 de setembro, respectivamente. Após essa data, reprises de programas anteriores serão exibidas até dezembro.
A TV Cultura informou que, caso a situação financeira melhore nos próximos meses, há planos para retomar a produção de novos episódios a partir de janeiro de 2025. Nesse cenário, os profissionais dispensados poderiam ser reintegrados à equipe, embora a emissora admita que isso ainda é incerto.
O Estação Livre estreou em 9 de abril de 2021 e, até o momento, produziu 162 episódios. Ao longo de sua trajetória, o programa entrevistou personalidades como a educadora Érica Malunguinho, a cantora e Ministra da Cultura Margareth Menezes, a escritora Conceição Evaristo, a filósofa Djamila Ribeiro, os rappers Dexter e MV Bill, a pesquisadora Carla Akotirene, a advogada Leny Blue, a atriz Viola Davis, a cantora Luedji Luna, o cineasta Joelzito Araújo, o ator Ailton Graça, a médica Jurema Werneck, a psicóloga Cida Bento e o escritor Jefferson Tenório.