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Emicida ministrará curso sobre a sociedade e a cultura brasileira na Universidade de Pittsburgh, nos EUA

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Foto: Júlia Rodrigues

O cantor e pensador contemporâneo Emicida embarca em uma nova jornada educacional, desta vez na Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, Estados Unidos. Entre os dias 25 e 27 de setembro, ele ministrará o curso intitulado “Brasil, é tudo pra ontem”. A formação apresentará diferentes perspectivas sobre a sociedade e cultura brasileiras, com base no processo de pesquisa e produção de seu álbum “AmarElo”. As aulas serão direcionadas aos estudantes do Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS) da universidade, uma área dedicada à formação acadêmica multidisciplinar com foco nas diversas comunidades diaspóricas de origem latino-americana e caribenha.

O curso proposto por Emicida será dividido em quatro encontros, sustentados pela pesquisa do artista a respeito do país. “Quando eu tive aquela primeira experiência em Coimbra, me conectei com uma série de pessoas de vários lugares do mundo. Participar de um ambiente de efervescência de ideias, onde pude trocar perspectivas do que uma mesma coisa representa para cada um dos presentes, me fez voltar para o Brasil maior do que eu fui – em termos de conhecimento”, avalia Emicida, que em 2021, foi mestre em uma cátedra insurgente na Universidade de Coimbra, em Portugal.

Agora, com a passagem pela Universidade de Pittsburgh, a ideia é fomentar ainda mais a reflexão sobre a sociedade brasileira. “O objetivo central é que as pessoas saiam das conferências com a certeza de que podem observar uma narrativa por diversos ângulos. A maldição da historiografia é definir quem está certo e quem está errado. Se os alunos saírem se sentindo provocados a ver a história do Brasil por perspectivas diferentes da hegemônica, eu vou considerar uma grande conquista”, ele complementa.

O convite para essa nova investida acadêmica de Emicida partiu da brasileira Keila Grinberg, diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos e professora de História da Universidade de Pittsburgh. “A ideia de convidar o Emicida para ministrar o curso surgiu a partir do filme ‘AmarElo‘, que eu sempre uso nas minhas aulas de História do Brasil. Emicida tem uma interpretação original e poderosa da história e da cultura brasileira que precisa ser conhecida no mundo inteiro”, afirma Keila.

“É particularmente importante que ele esteja vindo dar aulas aqui na comemoração de 60 anos do Centro de Estudos Latino-Americanos. O centro foi criado durante a Guerra Fria, em uma época de relações hierárquicas e assimétricas entre os Estados Unidos e a América Latina. É fundamental mostrarmos o quanto esta perspectiva mudou e o que os brasileiros têm a ensinar. E ninguém melhor do que o Emicida para fazer isto”, completa.   

MPF solicita arquivamento de investigação sobre ameaças de morte contra parlamentares negras no PA

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Fotos: Divulgação

O Ministério Público Federal solicitou o arquivamento do inquérito que investigava as ameaças de morte, acompanhadas de ofensas raciais, machistas e homofóbicas, enviadas eletronicamente à deputada paraense Lívia Duarte (PSOL) e à vereadora de Belém, Bia Caminha (PT), em 2023. O motivo alegado é que as autoridades policiais não foram capazes de identificar a autoria das mensagens criminosas.

Reconhecidas pelo ativismo feminista, antirracista e antilgbtfóbico, Lívia Duarte e Bia Caminha receberam e-mails distintos, que refletem a inconformação em aceitar a permanência de mulheres negras em espaços de poder. As mensagens contém ofensas e ameaças às suas vidas, incluindo a menção de serem enviadas ao encontro de Marielle Franco, vereadora carioca do PSOL assassinada em 2018.

Notificadas sobre a manifestação do MPF no processo, no último dia 19 de setembro, Lívia Duarte e Bia Caminha emitiram a nota pública conjunto com a seguinte reação: “Não seremos interrompidas!”. Em trechos da nota, elas apontam que a resposta do MPF “é tão violenta quanto a ameaça sofrida”, evidenciam a obviedade sobre a impunidade gerar mais violência e atestam o prejuízo à democracia quando o Estado não consegue garantir a segurança de parlamentares.

Confira a nota na íntegra:

“Fomos surpreendidas na manhã do dia 19/09 com uma notificação informando que o Ministério Público Federal se manifestou pelo arquivamento do inquérito instaurado para apurar as ameaças que a Deputada Estadual Livia Duarte e a Vereadora Bia Caminha receberam por e-mail.

No parecer emitido o MPF reconhece que houve crime e atentado de ameaça contra a vida das parlamentares. No entanto, afirma não ter conseguido identificar os autores das ameaças. E, em virtude disso, solicita o arquivamento do caso. 

Essa resposta é tão violenta quanto a ameaça. Representa um indicativo de que apesar das conquistas e avanço na representatividade, as instituições não estão preparadas para defender a permanência e a segurança de mulheres negras eleitas para os espaços de poder. Como podemos falar em democracia enquanto parlamentares combativas forem ameaçadas de morte e receberem como resposta a falta de proteção e o arquivamento das denúncias, mesmo comprovada a materialidade do crime?

A certeza de impunidade fortalece encoraja os criminosos a seguirem ameaçando a democracia e violando corpos de mulheres negras.

Como diz Conceição Evaristo, eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer! Não seremos interrompidas e seguiremos juntas!”

Dia das Crianças: Vaquinha reúne recursos para brinquedos e alimentos em Salvador e Moçambique

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Foto: Freepik/Divulgação

A vaquinha virtual do projeto “Niuku na Acinamuane” (Dia das Crianças na língua Macua, principal dialeto de Moçambique), busca arrecadar R$ 5 mil para levar brinquedos e alimentos para crianças em situação de vulnerabilidade social em Pemba, cidade localizada na costa da província de Cabo Delgado, Moçambique e em Salvador, na Bahia. A iniciativa recebe doações através da plataforma Vaquinha Virtual e via PIX até o dia 10 de outubro. 

A distribuição acontecerá de forma simultânea no dia 12 de outubro, data em que é celebrado o Dia das Crianças, em Salvador e Pemba. Em Moçambique, que receberá metade dos valores doados, a iniciativa destinará brinquedos e alimentos. Na capital baiana, a renda será revertida em doação de brinquedos. 

Segundo Rodrigo Almeida, diretor da agência Criativos, que organiza a campanha, não se trata apenas de distribuir brinquedos, mas criar uma ponte entre as culturas africana e brasileira, reforçando o legado ancestral da comunidade negra nos dois países.

O cenário de pobreza extrema é um fator que assombra os dois países. Em Moçambique, por exemplo, 50% das crianças vivem nessa condição, segundo dados da UNICEF. No Brasil, e mais especificamente na Bahia, a realidade não é muito distante: 54% das crianças sofrem com privação de renda.

“Ela não é negra”: Comentário de Janet Jackson sobre Kamala Harris provoca críticas e pedido de desculpas

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Foto: Reprodução

A cantora Janet Jackson se envolveu em uma polêmica ao fazer um comentário sobre a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris. Durante entrevista ao The Guardian, publicada no último sábado, 21, a artista foi questionada sobre a possibilidade de o país eleger sua primeira presidente negra. Jackson respondeu dizendo ter ouvido que “ela não é negra” e que Harris seria “indiana”, sem reconhecer sua ascendência jamaicana.

A declaração gerou repercussão, levando Mo Elmasri, que se identificou como empresário da cantora, a emitir um comunicado por meio do Buzzfeed no domingo, 22. Segundo Elmasri, Janet Jackson reconheceu que suas declarações foram baseadas em desinformação e pediu desculpas por qualquer confusão causada. “Ela valoriza a diversidade que Harris representa e entende a importância de celebrar isso na sociedade atual”, escreveu Elmasri, que afirmou que Jackson “continua comprometida a promover unidade e compreensão”.

No entanto, a situação tomou outro rumo quando a revista Variety foi informada que a carreira de Janet Jackson é gerenciada por seu irmão Randy há anos, e que Elmasri não ocupa mais o cargo de empresário. Em resposta, Elmasri confirmou à publicação que foi demitido tanto por Janet quanto por Randy Jackson após “tentativas de melhorar a imagem dela diante da opinião pública”. Ele lamentou a demissão, afirmando que não merecia tal tratamento, e expressou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris.

Até o momento, Janet Jackson não se pronunciou diretamente sobre a situação nem comentou a fala de seu ex-empresário.

Com a presença de Cida Bento, evento gratuito discute educação antirracista nas escolas e no mercado de trabalho

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Foto: Divulgação

Entre os dias 24, 25 e 26 de setembro, o CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) promoverá a terceira edição do ‘Encontro Diálogos Antirracistas: Educação, Equidade e Democracia’, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. O evento gratuito e aberto ao público, reúne instituições da sociedade civil, lideranças negras, empresas e demais organizações para discutir temas como a participação política da juventude negra, a construção de um sistema judiciário antirracista, a equidade racial no trabalho e a educação antirracista como prática pedagógica e de gestão. É necessário inscrição no site.

Entre os nomes confirmados estão Nilma Lino Gomes, primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante de uma universidade federal no Brasil, como reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB, e ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; e a escritora e ativista Cida Bento, autora do livro ‘O Pacto da Branquitude‘.

“A participação da população negra em uma sociedade plenamente democrática e a prática da educação antirracista são caminhos de enfrentamento a esse cenário. Um dos principais objetivos do encontro é gerar o intercâmbio de conhecimentos sobre a equidade racial entre movimentos sociais, em especial coletivos e organizações negras, profissionais da educação, parcerias do CEERT, instituições empregadoras e demais pessoas interessadas”, compartilha Daniel Bento Teixeira, Advogado, Diretor executivo do CEERT e Membro da Comissão de Direitos de Defesa da Criança e do Adolescente da OAB-SP.

Programação: premiação de educadores antirracistas e apresentações culturais

A programação inclui oficinas, painéis e rodas de conversa trazendo para o centro de discussão o protagonismo da população negra na defesa da Democracia. Educadores terão um amplo espaço para trocar para sobre práticas pedagógicas e gestão escolar antirracista.

O evento também conta com a premiação dos professores indicados para o Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero, que visa identificar, apoiar e dar visibilidade às iniciativas pedagógicas e de gestão, nas cinco regiões do país, que buscam a equidade racial e de gênero na Educação Básica.

Serão premiados 16 educadores. As pessoas premiadas receberão aporte financeiro, materiais didáticos, formação docente e equipamentos para a escola. As práticas finalistas e premiadas serão organizadas em uma publicação de referência em educação antirracista.

O evento também celebrará a cultura negra com apresentações culturais de Baile Black Bom, slam de Mel Duarte e pocket show do sambista Arlindinho. Arlindinho encerrará o Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero. Programação completa aqui

A realização do evento conta com o apoio institucional do Sesc São Paulo, MEC e Instituto Federal de São Paulo.

Jay-Z pode ser chamado a depor no caso de Diddy, enquanto Nicki Minaj critica amigos do rapper

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Foto: Reprodução/Getty

Sean “Diddy” Combs, atualmente preso sob acusações de tráfico sexual e extorsão, pode envolver Jay-Z em uma situação delicada. O rapper e empresário, amigo de Diddy desde a década de 1990, pode ser intimado a testemunhar se o caso avançar para o julgamento. Especialistas jurídicos indicam que, se Jay-Z não estiver diretamente envolvido nos atos alegados, ele pode invocar a Quinta Emenda para evitar autoincriminação.

As graves acusações contra Diddy incluem tráfico sexual e transporte para prostituição, levantando questões sobre os círculos sociais do magnata da música, que conta com diversas celebridades em seu entorno. A possibilidade de um testemunho de Jay-Z é vista como uma reviravolta significativa, considerando a longa amizade entre os dois e o impacto que isso poderia ter nas relações dentro da indústria musical.

O ex-procurador Neama Rahmani destacou em entrevista para o The Sun, que Jay-Z, embora não envolvido nas alegações de abuso sexual, poderia ser chamado a testemunhar se o caso contra Diddy for levado a julgamento. “Jay-Z pode ser intimado, mas é provável que invoque seu privilégio da Quinta Emenda contra a autoincriminação e se recuse a testemunhar”, disse Rahmani, indicando que essa seria uma estratégia comum para evitar maiores complicações legais.

O promotor ressaltou ainda que “seria uma reviravolta chocante se algum dos amigos ricos e poderosos de Combs participasse dos atos sexuais e se ele os denunciasse, como Jeffrey Epstein ou Ghislaine Maxwell deveriam ter feito”. 

Nicki Minaj não economizou críticas a Steve Stoute e Jay-Z durante o fim de semana, especialmente em relação ao seu acordo com a TIDAL. Em um post no X, ela revelou que recebeu uma proposta de apenas US$ 1 milhão após a venda da plataforma em 2021, afirmando ter sido “enganada” e recusando o pagamento que considerou uma tentativa de silenciá-la. Minaj também ironizou o TIDAL, que supostamente divulgou informações errôneas sobre os pagamentos a artistas após a venda para Jack Dorsey. Em sua mensagem, ela destacou a falta de transparência em torno de acusações sobre figuras da indústria e questionou por que os problemas legais de outros artistas não eram discutidos, enquanto seu nome era frequentemente mencionado. A polêmica começou após Stoute comentar sobre ela no programa The Pivot, sugerindo que Minaj estava irritada por não ter assinado um contrato com a TIDAL e por ter perdido a oportunidade de se apresentar no Super Bowl.

Ao fazer a publicação, ela acusou Jay-Z de tentar desviar o olhar das acusações contra seus “melhores amigos” e questionou por que o público não fala sobre os problemas legais de figuras como Diddy, enquanto ela é constantemente mencionada. Minaj insinuou que as discussões sobre suas polêmicas são uma maneira de evitar que questões mais sérias sobre abuso na indústria sejam abordadas, destacando uma hipocrisia em como as histórias são tratadas.

Responsável pela gravação de um documentário sobre Diddy, o rapper 50 Cent também criticou Jay-Z por nunca ter se pronunciado sobre o caso envolvendo o magnata da indústria musical. Ele chegou a publicar no Instagram uma postagem de brincadeira com uma foto de uma caixa de leite que tinha a imagem de Jay-Z estampada na lateral junto à palavra “desaparecido”.

Akon, Mariah Carey, Ne-Yo e homenagem a Alcione marcam o último final de semana de Rock in Rio

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O Rock in Rio 2024 celebrou seus 40 anos de história em grande estilo, com um final de semana repleto de apresentações marcantes que misturaram grandes nomes do pop e R&B internacionais com homenagens à música brasileira. Entre as atrações internacionais, Mariah Carey, Akon e Ne-Yo foram os destaques, enquanto os shows nacionais tiveram momentos emocionantes como a homenagem à cantora Alcione e uma reunião de grandes nomes do rap brasileiro, entre eles: Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael, Rincon Sapiência e Xamã.

No domingo, 22, Ne-Yo transformou o Palco Mundo em uma viagem nostálgica aos anos 2000. O hitmaker norte-americano embalou a plateia com sucessos como “So Sick” e “Champagne Life”. Uma das novidades que surpreendeu o público foi a participação de MC Daniel, que cantou “Vamos de Pagodin” durante o show de Ne-Yo.

O cantor senegalês, Akon começou a apresentação com “Beautiful Day”, e tentou inovar ao pular sobre a plateia em uma bola inflável, que estourou antes de chegar aos fãs. Contudo, o maior problema do show foi o uso constante de playback, que acabou esfriando a interação com o público, mesmo em sucessos como “Don’t Matter” e “Smack That”.

Encerrando a noite de domingo no palco Sunset, Mariah Carey foi recebida como uma das atrações mais esperadas do festival. A diva emocionou o público com sucessos que marcaram os anos 1990 e 2000, como “Hero” e “We Belong Together”. Vestida com um glamouroso vestido com as cores do Brasil, Carey ainda fez uma homenagem especial ao país ao cantar “I Want to Know What Love Is”, que também encerrou sua apresentação anterior em São Paulo.

Tyla estreou sua primeira apresentação no Brasil no Palco Sunset do Rock in Rio, no sábado. A cantora sul-africana encantou o público com uma mistura de pop, R&B e amapiano, homenageando tanto sua terra natal quanto a música brasileira. Com um visual que trazia as cores da bandeira do Brasil, Tyla interagiu bastante com os fãs, dançou funk e celebrou o gênero amapiano em uma performance energética. Seu hit “Water”, que lhe rendeu um Grammy, encerrou o show e marcou um momento especial na noite.

Protesto e cantores paraenses no palco Mundo

Em abril deste ano, a divulgação da programação do Rock in Rio gerou forte reação negativa entre o público e artistas do Pará, após a ausência de representantes locais na lineup. A cantora paraense Fafá de Belém questionou em suas redes sociais: “A Amazônia não faz parte do Brasil? Onde está Dona Onete, Gaby Amarantos, vencedora do Grammy, Joelma, Aíla, onde estou eu?”. Em resposta à polêmica , o festival anunciou a inclusão de artistas como Gaby Amarantos, Zaynara, Gang do Eletro e as Suraras do Tapajós. No evento, Gaby fez questão de deixar claro que era a primeira cantora do estado a se apresentar no Palco Mundo. Carlinhos Brown e Daniela Mercury se destacaram em suas performances, enquanto a ausência de Margareth Menezes na programação gerou ainda mais questionamentos sobre a representação da diversidade cultural brasileira no festival.

Homenagem à Alcione e o “Para Sempre Rap”

O domingo também foi marcado por uma celebração aos 50 anos de carreira de Alcione no palco Sunset. Ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira e de convidados como Diogo Nogueira, Majur, Maria Rita e Péricles, a Marrom entoou clássicos como “Não Deixe o Samba Morrer” e “Meu Ébano”, emocionando o público com suas homenagens à Mangueira.

No sábado, 21, o rap foi protagonista com o show “Para Sempre Rap”, reunindo Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael, Rincon Sapiência e Xamã. O público, animado do início ao fim, cantou junto sucessos como “Afro Rep”, “Convoque seu Buda” e “Não Existe Amor em SP”. A homenagem à Marília Mendonça feita por Xamã, com a música “Leão”, também emocionou.

Grávida de quase nove meses, Iza fez seu show no festival na última sexta-feira, 20, e exibiu com orgulho sua barriga, apresentou hits como “Dona de Mim” e “Fé”. A participação especial de Ivete Sangalo, que cantou “Meu Talismã” ao lado de Iza, foi um dos pontos altos do show. A cantora baiana subiu ao palco vestida com uma jaqueta que tinha escrito nas costas o nome de Nala, filha de Iza.

Bienal de São Paulo leva exposição ‘coreografias do impossível’ ao continente africano pela primeira vez

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Foto: Foto: Pedro Ivo Trasferetti

A 35ª Bienal de São Paulo – intitulada Coreografias do Impossível, que reuniu 80% de obras ancestrais e diaspóricas criadas por artistas negros, indígenas e não-negros no Ibirapuera, atravessa o Atlântico pela primeira vez e chega a Luanda, capital de Angola. O Instituto Guimarães Rosa, ligado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, estreou a mostra no dia 19 de setembro, que ficará em cartaz até 8 de dezembro.

Sob curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a itinerância da Bienal em Luanda reúne oito artistas cujas obras transitam entre vídeo, performance e instalações tridimensionais. Entre os participantes, destaca-se o angolano Januário Jano, que apresenta uma série de fotografias sobre a identidade pós-colonial. Artistas como Aline Motta e Raquel Lima levam performances e audiovisual que exploram questões de raça, memória e gênero, enquanto o português Carlos Bunga exibe uma instalação que propõe reflexões sobre as estruturas sociais e arquitetônicas.

A presença da Bienal em Luanda marca um momento histórico para a instituição e aprofunda os laços culturais entre Brasil e Angola, que completará 50 anos de independência em 2025, tendo sido o Brasil o primeiro país a reconhecer este fato histórico. Além da exposição, o evento contará com ações educativas, como visitas guiadas e encontros entre curadores e educadores locais

Para Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal, “essa parceria é um marco na promoção do diálogo cultural entre os países, com destaque para os artistas da diáspora africana”. A iniciativa, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo em parceria com a Embaixada do Brasil em Luanda, é patrocinada pela Brasafrica e Banco BIR.

Olívia Araújo transforma o cotidiano em poesia no solo “Voar é o Que Me Põe de Pé”

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Foto: Guilherme Lima

Texto: Reinaldo Calazans

Em outubro a maravilhosa atriz Olívia Araújo, estreia em São Paulo, uma peça que fala sobre poesia. O solo, chamado “Voar é o Que Me Põe de Pé”, retrata ao público momentos íntimos como memórias, histórias familiares e saudades.

Transformar o dia a dia em poesia fará desse espetáculo uma dramaturgia poderosa e necessária, em um mundo caótico e trágico. A matéria prima dará espaço para sons, cheiros, sentimentos e amores. A poesia simples será enaltecida, já que vivemos ela de forma rebuscadas e elitizada.

Os poemas são da Geni Guimarães e a prosa de Marcelino Freire. Olivia sempre gostou de poesia, questionada sobre essa arte ela disse: “Eu sempre gostei muito de poesia, de ler poesia. E tinha muita vontade fazer no palco. No meu dia a dia tento transformar ou ressignificar os acontecimentos de forma poética, dando significado, as coisas e as pessoas que me cercam”.

Certeza que a entrega desse solo será primorosa e excepcional. Olívia tem uma carreira sólida e cheia de versatilidade. Já interpretou vários personagens no cinema, televisão e teatro. Suas características de atuação são únicas e com excelência.

Ao longo de sua carreira foi prestigiada com prêmios, troféus e festivais.

Não dá para ficar de fora.

Coloca na agenda e bora lá prestigiar esse grande nome da arte brasileira. A dramaturgia e direção é do Renato Farias.

Serviço

De 09 de outubro a 27 de novembro de 2024.
Terças e quartas feiras. Sempre às 20h.
Duração: 50 minutos.
Teatro Vivo
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460
Vila Cordeiro – São Paulo / SP.

Setembro Amarelo: como estão as leis que protegem as crianças negras

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Foto: Freepik

A pauta antirracista foi contemplada?

A violência nas escolas é um problema que vem afetando muitos países, incluindo o Brasil, que ao longo do último ano teve a frequência de ataques aumentada, com 5 ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. Considerando os casos dos últimos 12 anos, pelo menos 52 pessoas morreram em atentados em instituições brasileira. Esses problemas podem ter um impacto significativo no bem-estar dos estudantes e na qualidade da educação que recebem. É importante que as escolas, as comunidades e o governo trabalhem juntos para criar um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes.

A Lei Federal 14.811/24, que inclui o bullying e o cyberbullying no Código Penal, elevou a pena de crimes cometidos contra crianças e adolescentes.

A lei também conceitua o bullying. A prática é definida pela legislação como o ato de “intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais”. Para o cyberbullying, a norma fala em intimidação sistemática, mas apenas aquela feita pela Internet. Isso inclui redes sociais, aplicativos, transmissões em tempo real, jogos online ou qualquer outro meio ou ambiente digital.

Aumento da pena para crimes em escolas

A lei ainda aumenta em dois terços a pena para quem matar uma criança menor de 14 anos dentro de uma escola —seja ela pública ou privada. Em caso de indução ou auxílio ao suicídio, a pena pode dobrar se o autor do crime for “líder, coordenador ou administrador de grupo, de comunidade ou de rede virtual, ou por estes responsável”. A detenção prevista é de seis meses a dois anos.

Mas e o racismo é contemplado?

Historicamente, os negros vivem uma situação de marginalização que dificulta demais sua inserção na sociedade de forma mais produtiva, acadêmica e ainda de consumo. O que vem sendo chamado de racismo estrutural. Estudos têm apontado que em uma situação de competição por vagas entre candidatos com o mesmo currículo ou o mesmo histórico profissional, a probabilidade de o candidato branco ser aprovado é maior do que um candidato negro, isso se agrava já que a maioria aponta que o racismo se iniciou na infância, na escola.

A violência racial nas escolas brasileiras é um problema alarmante e urgente, as escolas são apontadas como o principal local onde os jovens relatam sofrer atos racistas. Essa realidade tem consequências graves, como o abandono escolar, especialmente entre jovens negros e periféricos que não se sentem acolhidos e valorizados nas instituições de ensino. Para enfrentarmos o racismo estrutural e construirmos uma educação mais justa e inclusiva, é fundamental que as escolas promovam a valorização da diversidade e a construção de narrativas antirracistas.

Embora a legislação brasileira reconheça o racismo como crime, ainda há lacunas na especificação das punições para atos racistas praticados em ambientes escolares, não podemos nos contentar apenas com leis. É preciso que haja um compromisso efetivo com a educação antirracista, que envolva escolas, famílias, comunidade e poder público. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo, seguro e igualitário para todos os estudantes.

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