Heman Bekele, um estudante de 15 anos, foi eleito ‘Criança do Ano de 2024‘ pela revista TIME, após desenvolver um sabonete que poderá tratar e até prevenir o câncer de pele. O produto pode levar anos para chegar ao mercado, mas o garoto que nasceu na Etiópia, que mora com a família no estado de Virgínia, nos Estados Unidos, desde os 4 anos, está dedicado na busca pela cura.
Em outubro do ano passado, Bekele foi selecionado pela empresa 3M e a Discovery Education para o programa Young Scientist Challenge e como vencedor, recebeu um prêmio de US$ 25.000 pela invenção do sabonete. Agora, ele está trabalhando em um laboratório na Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health em Baltimore para realização deste sonho.
“Sou realmente apaixonado por pesquisas sobre câncer de pele. Seja minha própria pesquisa ou o que está acontecendo no campo. É absolutamente incrível pensar que um dia minha barra de sabão poderá causar um impacto direto na vida de outra pessoa”, disse à Time.
Heman recorda que antes de chegar nos Estados Unidos, algumas de suas primeiras memórias eram de ver trabalhadores sob o sol, e a maioria sem proteção para a pele. Seus pais ensinaram ele e suas irmãs, Hasset, de 16 anos e Liya de 7 anos, a se cobrirem e usarem protetor solar ou roupas adequadas. “Quando cheguei à América, percebi o grande problema que o sol e a radiação ultravioleta representam quando você fica exposto a eles por muito tempo”, pontua.
Foto: Dina Litovsky para a TIME
O jovem também revelou que a ideia do sabonete é para ser uma alternativa acessível ou mais barata para as pessoas que precisam de tratamento. “Quase todo mundo usa sabão e água para limpeza. Então sabão provavelmente seria a melhor opção”, lembra.
Heman conduz suas próprias pesquisas desde os quatro anos, que chamava de poções. “Eram apenas sabão de louça, sabão em pó e produtos químicos domésticos comuns. Eu os escondia debaixo da minha cama e via o que aconteceria se eu os deixasse durante a noite. Havia muita mistura completamente aleatória”, relatou o garoto ao lembrar dos ingredientes que usava para experimentos.
O adolescente agradece à família, em especial aos pais, pelas realizações. Segundo a Time, a mãe, Muluemebet, é professora; seu pai, Wondwossen, é especialista em recursos humanos da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional. Eles se tornaram um grande exemplo de educação para os filhos.
Fotos: Marcus Sabah; Rony Hernandes e Alex Santana
Rebeca Andrade, a maior medalhista brasileira em Jogos Olímpicos, e as cantoras Liniker e Iza, estão entre as personalidades mais influentes do Brasil, segundo a pesquisa “Most Influential Celebrities” da Ipsos, lançada recentemente. A modelo Gisele Bündchen ocupa o primeiro lugar, enquanto Rebeca e Liniker aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Apesar de não criar novos conteúdos há algum tempo, a influenciadora Jout Jout ficou em quarto lugar, por ainda ser considerada uma referência na internet para os jovens, enquanto a cantora Iza ficou em quinto lugar, sendo a celebridade mais associada às marcas, segundo o levantamento da TroianoBranding, divulgada neste ano.
De acordo com a Ipsos, o resultado do levantamento aponta como a representatividade negra, diversidade e o poder feminino são fatores que inspiram o brasileiro. Entre as dez celebridades mais influentes, nove são mulheres, sendo uma trans e quatro negras.
Nos últimos três anos, a pesquisa aponta que a presença feminina domina o cenário da influência no Brasil, representando 80% dos top 30 nomes. A pesquisa avalia o impacto das celebridades há sete anos.
Parcela de jovens entre 15 a 24 conhecida por aqui como “nem-nem” ficou em 20,6% em 2023, com pouca melhora ante os 20,9% observados em 2022; taxa só é melhor que as da Guiana, Venezuela, Peru e Colômbia
Nos últimos anos a economia desandou: o preço da gasolina subiu, tudo ficou mais caro nos mercados e o desemprego chegou a bater recordes históricos, com isso parte da população jovem foi atingida diretamente.
Um levantamento realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que o Brasil possui uma porcentagem maior de pessoas que não estudam nem trabalham, conhecidas como “nem-nem”, que países como Argentina, Bolívia e Chile. Em 2023, 20,6% dos brasileiros estavam nessa situação, enquanto na Argentina a população “nem-nem” representou somente 15%. Já na Bolívia e no Chile, a parcela é de 9,5% e 15,3%, respectivamente. Segundo o estudo, um em cada cinco jovens no mundo se enquadrava nessa categoria. Além disso, as mulheres foram mais afetadas por essa condição. A cada três pessoas “nem-nem”, duas eram mulheres, já que os homens foram mais beneficiados na recuperação do mercado de trabalho após a pandemia de Covid-19.
O mercado de trabalho global para jovens melhorou desde a pandemia, atingindo a menor taxa de desemprego em 15 anos em 2023. A tendência é que essa melhora continue nos próximos dois anos. No entanto, a recuperação não é homogênea: enquanto a taxa global é de 13%, no Brasil ela se mantém em 18%, indicando uma evolução mais lenta.
Recortando este perfil, o cenário é ainda mais desafiador para jovens pretos, pardos e indígenas, estes foram os mais atingidos pelo coronavírus por residirem em áreas vulneráveis com menor cobertura de serviços de saúde, com menos acesso a computadores e internet, deixando assim de acompanhar as aulas remotas e consequentemente não se tornando competitivos para o mercado de trabalho. Estes obstáculos devem agravar uma realidade que é anterior à pandemia: ao final da trajetória escolar, quando conseguem concluir o ensino médio, jovens pretos, pardos e indígenas, por diversas variáveis aprendem menos e se sentem menos motivados a ingressar no ensino superior.
A maioria deste percentual é formado por mulheres pretas, pardas e indígenas. Diferentes motivos explicam o abandono da educação formal e do mercado de trabalho por esse público . Entre elas, o casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a família, a gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma vez que mais da metade das jovens nessa situação têm filhos.
Observando esses fatos, podemos fazer alguns questionamentos: o quanto o ensino e o emprego “tradicional” está frustrando os jovens nessa faixa? Que perspectiva eles têm? Ser avaliado por provas, abafando sua criatividade, sua autenticidade na escola é atrativo?
É preciso criar condições para que os jovens tenham oportunidades de emprego e, quando acessarem o ensino superior, consigam terminar a graduação, com êxito.Ou criamos políticas que abarque esses jovens em especial pretos, pardos e indígenas, ou os teremos cada vez mais distantes do mercado de trabalho.
Um adolescente negro da cidade de São Paulo perdeu a própria vida após ser vítima de bullyng e homofobia por colegas de escola. O nome dele era Pedro, um aluno do 9º ano do Colégio Bandeirantes. A assessoria de imprensa da instituição confirmou o caso.
O tio do jovem, Bruno de Paula, utilizou seu perfil no Linkedin para pedir justiça, destacando o que ele classifciou como ‘descaso do colégio’. “Pedro era um menino de 14 anos, negro, periférico e gay, que sucumbiu. Não suportou as ‘brincadeiras’ dos ‘colegas’. Nos dias de hoje, há quem diga que ‘não se pode falar mais nada’ porque, afinal de contas, ‘a vida está muito chata’, mas o que se diz pode levar pessoas embora. Perdemos o Pedro para o bullying, para a homofobia e, principalmente, para o descaso do colégio. A coroa de flores enviada com o clássico e-mail de pesar não tem significado para a família que enterra um jovem“, declarou. “O Bandeirantes disse que a situação ‘aconteceu fora das dependências do colégio’, isentando-se de qualquer responsabilidade e, como sempre, colocando-se ‘à disposição da família’. Agora?”.
Em nota, o colégio Bandeirantes declarou que ‘tudo aconteceu fora das dependências da escola’. “A direção e toda a comunidade escolar estão profundamente abaladas por essa perda irreparável. Neste momento, a prioridade do colégio é oferecer todo o apoio e assistência necessários à família do aluno e aos colegas e amigos impactados por essa tragédia”, disse, em nota.
No entanto, o tio nega que a escola tem apoiado a família. “Recebemos uma coroa e uma nota de pesar. Nada além disso. Não houve uma ligação sequer“, lamentou.
Em luto, Bruno de Paula, citou a ‘crueldade da homofobia e o desrespeito de classes’. “Que conduta o colégio tomará para evitar que outros Pedros nos deixem de forma tão trágica? Como um colégio de ricos, feito para ricos e por ricos aborda a situação do bullying? Pedro só queria poder dançar livremente. O que acontecerá depois da missa de sétimo dia do Pedro? Quantos outros Pedros se calarão, talvez para sempre, frente à crueldade da homofobia e do desrespeito de classes?“, escreveu ele.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais ato nível de alerta da entidade.
Em coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos. Em 2024, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.
“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.”
Tedros lembrou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) já havia declarado o cenário de mpox na região como emergência em saúde pública de segurança continental.
O anúncio foi feito ontem (13) pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, ao citar a rápida transmissão da doença na África. “Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes”, disse Tedros.
“Está claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas. Uma emergência em saúde pública de importância internacional é o mais alto nível de alarme na legislação sanitária”, concluiu.
Primeira emergência
Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.
“Assim como com a covid-19, o fim da emergência não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a apresentar desafios de saúde pública significantes que precisam de resposta robusta, proativa e sustentável”, declarou, à época, o diretor-geral da OMS.
“Casos relacionados a viagens, registrados em todas as regiões, demonstram a ameaça contínua. Existe risco, em particular, para pessoas que vivem com infecção por HIV não tratada. Continua sendo importante que os países mantenham sua capacidade de teste e seus esforços, avaliem os riscos, quantifiquem as necessidades de resposta e ajam prontamente quando necessário”, alertou Tedros em 2023.
A doença
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
O rapper e executivo musical Dr. Dre, 59, revelou o interesse em competir na equipe de tiro com arco dos Estados Unidos nas Olimpíadas de Los Angeles 2028, em sua cidade natal, durante entrevista ao Entertainment Tonight, nesta terça-feira, 13.
“Estou tentando me classificar para as Olimpíadas em 2028”, contou o astro. “Estou falando muito sério”, destacou ao perceber o espanto da jornalista que o entrevistava, Nischelle Turner.
O artista explicou que “começou a praticar tiro com arco ainda no ensino fundamental” da escola, mas acabou “parando por um tempo” até retomar ao esporte recentemente, quando ganhou os equipamentos do filho de presente. “Não sei se foi no meu aniversário ou no Dia dos Pais, algo do tipo, então eu montei tudo no meu quintal”.
“Ouvi dizer que para qualificar para as Olimpíadas é 77 pés, e eu pratico em 90”, pontuou. “Não seria interessante ir, especialmente sendo aqui em Los Angeles, e ganhar a medalha de ouro? Sinto que posso fazer qualquer coisa”, disse confiante.
No último domingo, 11, o rapper fez uma apresentação memorável na cerimônia de passagem das Olimpíadas de Paris a Los Angeles, ao lado de Snoop Dogg.
As redes sociais se tornaram vitrine da confusão racial que ronda uma parte da comunidade negra dos EUA e ficou bastante comum, principalmente para nós brasileiros, encontrarmos questionamentos sobre a nossa “negritude” vindos daquele país. O caso mais emblemático foi no Mundial de Ginástica Artística 2023, quando vários estadunidenses questionaram a imprensa ter divulgado Rebeca Andrade como “Black” ou seja, negra para nós.
Mesmo em 2024, com o histórico pódio formado por Rebeca Andrade, Simone Biles e Jordan Chiles, ainda encontramos algum barulho em inglês nas redes. De onde vem esse desencontro da identidade negra? A resposta disso é mais fácil do que se imagina, mas vamos por partes.
Talvez você tenha assistido vários filmes, legendados ou dublados sobre a história das lutas civis negras nos EUA e como os dubladores ou tradutores frequentemente colocam a palavra “negro” no lugar de “Black” você não tenha dado conta de que são dois termos construídos de forma diferente.Já escrevi (aqui)sobre a construção histórica do termo negro no Brasil, nascida nas discussões políticas dos movimentos do nosso país ao longo de décadas. O mesmo aconteceu nos EUA, porém com a palavra “Black”, que foi substituindo as outras “colored” e “negro” após a década de 60.
Um dos ingredientes que sempre esteve presente para algumas comunidades negras estadunidenses era um tipo complexo de nacionalismo que ajudou a definir o termo, isso porque os esforços de muitos era focado exclusivamente na sua comunidade. O presidente da African American Intellectual History Society (AAIHS) e professor de história da Claflin University escreveu:
A identidade “Black” é a identidade social mais política usada para identificar pessoas de ascendência africana nos Estados Unidos. A década de 1960 constitui um momento fundamental que recriou o que significava ser negro nos Estados Unidos, amarrando percepções depreciativas de negritude anteriores à década de 1960 como um adjetivo e o uso de black pós-década de 1960 para denotar povo, orgulho e poder. Ativistas negros nas décadas de 1960 e 70 redefiniram e recriaram o que significava ser black nos Estados Unidos. (Veja aqui)
Acredito que isso vai muito pela questão dos estadunidenses se enxergarem como centro de todo o mundo, então é comum que algumas definições enfatizem a comunidade interna do seu país. É isso gera essa sensação de que são uma etnia própria para a galera mais desinformada da internet.
Os EUA também foram alimentados de ideologias nacionalistas pretas que reforçam esse entendimento. Os negros americanos geralmente percebem duas formas de patriotismo – uma versão convencional impregnada de branquitude e uma marca pessoal que reconhece as lutas raciais.
A visão convencional dos estadinidenses considera os brancos os verdadeiros americanos e exclui as contribuições dos negros. A outra visão, nascida da comunidade negra, é um contraste a isso. Muitos negros nos EUA, veem sua comunidade como uma “nação dentro de uma nação” com experiências e perspectivas distintas em desacordo com a sociedade em geral.
A ideia de ser uma nação própria acaba se refletindo também na relação com comunidades negras imigrantes, de outras nacionalidades. Deste modo é comum vocês encontrarem na imprensa mundial termos diferentes para negros brasileiros, colombianos e etc. Somos ocasionalmente descritos como Afrolatinos, Afro-brasileiros e ainda há estadunidenses que insistem em não usar o termo “black” para uma comunidade global de descendentes de africanos.
Voltando, o que isso tudo nos diz é que a resposta mais direta que eu poderia dar para a pergunta inicial “de onde vem essa bagunça?” é a escravidão colonial. Ela que destruiu a conexão dos povos africanos com muitos de seus descendentes e criou denominações inconsistentes para todos. O Negro, o black ou o afro-latino são invenções humanas, marcadores sociais e não genéticos ou sanguíneos. Por isso os povos negros tentam ressignificar e construir algo para sí com essas ideias pelo mundo e é muito natural que o entendimento histórico dos termos seja modificado pelo tempo e pela consciência social.
Atualmente é comum encontrarmos correntes mais universais da identidade negra nos EUA. A Professora Celeste Watkins-Hayes, professora de estudos afro-americanos na Northwestern University diz: “Black” é frequentemente um padrão melhor que reconhece e celebra a raça, a cultura e as experiências vividas de pessoas em todo o mundo. “O movimento que você vê agora em direção ao preto é realmente reconhecer a natureza global da negritude”.(Leia aqui)
Ainda teremos muitas discussões sobre o assunto, pois infelizmente, na mesma proporção crescem movimentos que tentam ainda centralizar a discussão naquele país e se diferenciar das outras comunidades negras. Eu contei mais sobre essas experiências e como alguns brasileiros enfrentam elas nos EUA no episódio do meu podcast. Dá o play e fica ligado que eu volto com mais informações pra vocês em breve.
LaKeith Stanfield, indicado ao Oscar por ‘Judas e o Messias Negro’, foi anunciado ao elenco do novo filme de suspense ‘Die, MyLove’ (‘Morra, Meu Amor’, em tradução livre).
O personagem do ator ainda não foi revelado, mas ele irá contracenar com Robert Pattinson e Jennifer Lawrence, revelou o Deadline nesta terça-feira, 13.
Dirigido por Lynne Ramsay, o longa é ambientado em uma remota área rural esquecida pelo mundo. A história segue uma mãe que luta para manter sua sanidade enquanto luta contra a psicose. Ainda não há previsão para começar as filmagens.
Stanfield, uma das estrelas mais ocupadas de Hollywood, protagoniza o filme recém-lançado ‘O Livro de Clarence’, disponível para compra e locação no Prime Video. Além do reboot de ‘Mansão Mal-Assombrada’, disponível na Disney+, lançado no ano passado.
Há tempos tenho percebido o aumento do interesse em religiões de matrizes africanas por parte de meus clientes e, me parece que não só eu tenho me deparado com esse fenômeno, pois ouço durante as supervisões clínicas muitos outros colegas com a mesma percepção, o que produz discussões muito interessantes. As religiões afro-brasileiras tornaram-se populares, principalmente nos últimos anos com o avanço das pautas antirracistas e os terreiros estão cada vez mais inclusivos e diversos. Alguns criticam e reivindicam a negritude desses espaços, embora a realidade atual demonstra outra face e divide opiniões.
Se em algumas décadas atrás pessoas evitavam professar publicamente este tipo de religiosidade, hoje, tenho testemunhado o contrário, pessoas orgulhosas de fazerem parte de seus terreiros e muitas vezes identificadas com os arquétipos dos Orixás, até mesmo ao buscar soluções para questões pessoais sobre o agir, o pensar e se colocar frente a um desafio.
Sabemos que muitos campos da ciência revelam através das mais diferentes pesquisas os efeitos da fé na experiência humana. Algumas pesquisas demonstram uma relação direta entre religiosidade e bem estar psicológico e ainda ressalta que pessoas que se ocupam com a prática da fé geralmente sentem-se mais felizes, satisfeitas, possuem um senso moral mais ético, afeto e conjunto de crenças mais positivado. (Stroppa & Moreira, Almeida, 2008; Lukoff, 2003).
Lembro-me de um evento em que participei como oradora e tive a honra de dividir a mesa com o Professor Sidnei Nogueira, falávamos de Exú. Naquela ocasião eu aprendi que a cultura de terreiro é um espaço potente de ressignificação de nossa negritude e consequentemente um aumento de nossa potência individual, e este último é sim um dos maiores ganhos que o cliente pode obter em termos psicoterapêuticos. Com os Itans e histórias, é possível constatar características humanizadas dos Orixás e nos aproximar muito desta experiência enquanto seres espirituais que somos.
Entretanto, iniciei minha fala ao dizer que parecia estranho minha presença naquela mesa, pois relacionar Exú e Psicologia era um desafio. Embora não pareça ter nenhuma relação, o instrumento mais utilizado na maioria dos campos da psicologia clínica é o diálogo, a conversa, a fala, e falar, discutir e comunicar tem tudo a ver com Exú. Sempre digo que minhas intervenções não são solitárias, sempre estou muito bem acompanhada.
Historicamente, os terreiros foram lugares de acolhimento para um grupo social excluído dos serviços públicos de saúde, um lugar de cura individual e coletiva, um espaço de acolhimento da dor física, mental e espiritual. As Yalorixás e Babalorixás sempre executaram este lugar de escuta, de aconselhamento, de direcionamento com seus instrumentos próprios, suas ritualísticas. Sabemos que as ritualísticas mais importantes são realizadas no Orí, ou seja, na cabeça, na mente, na psiqué, objeto de interesse da psicologia.
Este artigo é sobre como nós profissionais da psicologia em geral podemos aproveitar positivamente a cosmologia dos orixás quando a/o/e cliente a introduz essa experiência em seu processo de terapia. Muitos colegas sentem-se inseguros ao abordar essas questões em seus consultórios, ou por falta de conhecimento, ou por questões éticas da profissão em relação à neutralidade, ou até mesmo por preconceito. O resultante pode ser a quebra de confiança entre cliente e terapeuta visto que a espiritualidade/religiosidade é um dos campos de subjetivação do sujeito, um organizador, a busca de sentido.
De acordo com Vitor (2008), “a psicoterapia, em si mesma, é hermética, não eleva o sofrimento do cliente para um patamar além, além dos protagonistas da terapia (…). Trabalha-se com o que está ali, o aqui e agora, o sofrimento atual do cliente. A religião por outro lado trata do sujeito trabalhando sua inserção no mundo, contextualizando suas atitudes com as divindades, com o livre-arbítrio e com a lei do retorno. São duas formas distintas de tratar, dois sistemas diferentes mas que possuem os mesmos protagonistas, o terapeuta e o cliente”.
Ademais, sabemos que tudo que surge no setting é material de análise, se é queixa ou demanda o nosso compromisso é dar caminho a tudo que emerge no discurso e auxiliar o cliente em sua busca de sentido, em suas construções e ressignificações. Mas para tanto, é preciso instrumentalizar-se de conhecimentos mínimos para assim atender bem o cliente que pretende trazer à tona sua experiência em religiões de matrizes africanas.
A psicologia ao inaugurar-se como ciência, por muito tempo exigiu uma neutralidade ao questionar tudo aquilo que não era de caráter científico, contudo diante de seus avanços ficou inviável não reconhecer a existência de realidades que transcendem a lógica e que a experiência humana é muito abrangente. E foi aos meados da década de 70 que a chamada 4º Força da Psicologia se estabelece e desenvolve instrumentos que viabilizam a transcendência e a conexão com o sagrado através de meditações, hipnose, técnicas de relaxamento e afins.
Nesse sentido, ao se tratar de clientes que estão inseridos na cultura de terreiro algumas práticas podem ser muito bem vindas tais como banhos energéticos, banhos de assento, defumações, meditações e muitos outros. Essas práticas devem ser acolhidas e reconhecidas enquanto tecnologias ancestrais.
Outra forma de acolher esse tipo de cliente é um conhecimento mínimo sobre os arquétipos dos Oríxas que nos ajuda muito no manejo clínico. Oxum por exemplo, ao lavar primeiro suas jóias, ensina a importância do autocuidado e de priorizar-se pois somos as pessoas mais importante de nossa vida. Esse ensinamento serve especialmente a mulheres que abdicam de tudo em detrimento dos cuidados de todos e esquecem-se de si, frequente na vivência da mulher negra.
Oyá ao se indignar e virar búfalo nos informa a necessidade de reagir diante injustiças, para clientes com dificuldade em se posicionar diante outros, em dar limites, responder à altura quando necessário. Oyá nos ensina também a importância da liberdade financeira, liberdade emocional e completude, para além de ser referência no empreendedorismo para os que temem desafios profissionais.
Oxóssi quando sai para caçar e acerta seu alvo numa flechada só, nos incentiva a ir a busca de nossos objetivos e essa é exclusivamente nossa responsabilidade, de lutar por nossos ideais, de nos tornar autossuficientes e dividir os louros com quem merece estar ao nosso lado. Aqui alguns exemplos mas existem muitos outros que o terapeuta pode incluir em suas intervenções sem correr os risco de entrar em conflitos com sua ética profissional.
Buscamos referências na Grécia antiga, na Filosofia, na Literatura européia e esquecemos da riqueza cultural que possuímos no Brasil e o quanto pode ser pedagógica. As religiões de matrizes africanas é uma realidade na sociedade brasileira e a psicologia tem o dever ético de se aproximar dessa narrativa para assim poder oferecer um atendimento mais qualificado aos clientes desse grupo social.
Foto: Mario Ruiz/The LIFE Images Collection via Getty Images.
A icônica cantora cubana Celia Cruz, conhecida como a Rainha da Salsa, se tornou a primeira afrolatina a ser representada em uma moeda dos Estados Unidos. Celia foi selecionada como parte do Programa American Women Quarters. A Casa da Moeda dos EUA escolheu cinco personalidades para a edição de 2024, com o objetivo de celebrar as realizações e contribuições das mulheres americanas.
A Rainha da Salsa vai aparecer na moeda de 25 cents. “Celia recebeu tantos elogios durante sua vida que period difícil esperar uma honra maior do que aquelas que ela já havia acumulado durante sua lendária carreira. Mas ter sido homenageada pela Casa da Moeda dos EUA dessa forma é algo que a teria surpreendido muito, já que ela era uma mulher simples e humilde”, declarou Omer Pardillo-Cid, representante artístico de Cruz e o executor de seu espólio. “O adjetivo ‘única’ tem sido muito usado, mas realmente não consigo encontrar outro que seja mais correto para descrever Celia Cruz. Única e eterna.”
Nascida em Havana, Cuba, em 1925, Celia construiu uma carreira de mais de cinco décadas, encantando públicos com seu carisma, energia inigualável e voz inconfundível. Ela começou sua trajetória no grupo La Sonora Matancera, conquistando rapidamente reconhecimento internacional. Exilada de Cuba após a Revolução, Celia continuou a difundir a música cubana no exterior, tornando-se um símbolo da cultura latina em todo o mundo. Suas performances eletrizantes e sua famosa frase “¡Azúcar!” se tornaram sua marca registrada, celebrando as raízes africanas e caribenhas de sua música.