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Afro Fashion Day comemora 10 anos e promete edição histórica em Salvador

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Foto: Lucas Assis

O Afro Fashion Day (AFD) deve celebrar uma edição histórica que marca os dez anos do evento e oficializa o início do Novembro Negro em Salvador. Com o tema “Música – Resgatando raízes e elevando vozes”, o evento acontece no o dia 1º de novembro, na Praça 2 de Julho, no Campo Grande, que será transformada em um espaço dedicado à moda, cultura e música negra, com atividades a partir das 11h e um desfile programado para as 18h.

Com o título de maior evento de moda negra do país, o AFD deste ano apresenta uma estrutura inédita. O palco, com 13 metros de largura, conta com uma passarela de 75 metros de extensão. “Como o tema deste ano está relacionado à música, pensamos em criar uma passarela de desfile que surgisse de dentro da boca de cena de um grande palco. Músicos e modelos compartilharão os mesmos espaços de apresentação, oferecendo um espetáculo dinâmico para o público do AFD”, explica Sandra Mazzoni, da GMF Arquitetos.

O evento promete surpreender com o tema “Música – Resgatando raízes e elevando vozes”, dividido em três blocos: Percussão Ancestral, Festiva e Contemporânea. Cerca de oito mil pessoas são esperadas para acompanhar as atividades, que incluem oficinas de música e moda, feira e exposições. Um destaque especial será o abraço simbólico ao Monumento ao 2 de Julho durante o ato final do desfile, homenageando a luta pela Independência do Brasil.

Do canteiro de obras às passarelas: modelo Peter Silva foi um dos destaques da SPFW

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Peter Silva em desfile para a marca João pimenta | Foto: Reprodução/Instagram

Destaque nos desfiles de oito marcas que exibiram suas coleções durante a São Paulo Fashion Week, que aconteceu entre os dias 16 e 20 de outubro na capital paulista, o modelo paulistano Peter Silva, de 22 anos, foi o terceiro no ranking de presença nas passarelas do evento, onde representou marcas como Ateliê Mão de Mãe, Dendezeiro, João Pimenta, Silvério, LED, Martins, Bold Strap e Normando.

Peter Silva desfilando para a Ateliê Mão de Mãe

Antes de chegar às passarelas, Silva trabalhava como ajudante de pedreiro, instalando bueiros em loteamentos residenciais. A virada em sua vida veio em 2020, quando venceu o concurso The Look of The Year, uma das competições de modelos mais prestigiadas do país, e assinou com a agência JOY Model.

Desde então, sua carreira ganhou impulso. Além de se destacar nos desfiles da SPFW, Peter Silva estrelou campanhas para grandes marcas e editoriais de moda, incluindo a versão internacional da revista Vogue. Seu nome tem atraído cada vez mais a atenção de agências e marcas estrangeiras, que enxergam no modelo uma nova promessa para o mercado fashion.

Diversidade na Infância: o caminho para uma sociedade mais inclusiva e saudável

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Foto: Freepik

Texto: Rachel Maia

O melhor e maior presente que uma criança pode e deve receber é que o seu direito de ser e existir como criança seja respeitado e praticado em todos os espaços. Um estudo sobre os traumas psicológicos na primeira infância e o desenvolvimento de transtornos mentais na vida adulta foi usado como mote para este texto.

Um trecho que vale ressaltar diz que os cuidados primários são essenciais para a estruturação psíquica e a aquisição de habilidades de regulação afetiva, capacidade reflexiva e autonomia. Vale lembrar que crianças se tornaram adultos e que traumas praticados na infância podem causar transtornos mentais, como mostra o artigo, publicado no portal da Atena Editora.

Os dados de crianças com depressão e transtorno de ansiedade têm crescido e o impacto dessa realidade afeta principalmente lares de crianças negras e famílias de baixa renda. Não é a primeira vez que falo aqui sobre saúde mental, mas noto a importância de focarmos na infância, para que em um futuro próximo essa pauta não tenha o peso que tem neste momento.

Quando uma criança se torna vítima de agressão, preconceito, violência física ou psicológica na primeira infância — que vai do zero aos seis anos de idade — por ser diferente do que a sociedade entende como normativo, ela está acometida ao sofrimento solitário e contínuo, uma vez que a sociedade não faz um movimento na base para discutir sobre o assunto e principalmente sobre a diversidade.

A escola, por exemplo, é o lugar que deveria ser referência na temática, mas, vejamos: a escola é a extensão da sociedade e com isso é também lá que se reproduzem comportamentos vivenciados nos lares. Crianças repetem padrões que evidenciam o contexto histórico do país, que não está aberto para conviver com outras maneiras de ser e existir —  estamos falando de crianças criadas por mães solo, negras, indígenas, frutos de relacionamentos homoafetivos, neurodivergentes ou com algum tipo de deficiência física.

Quando entendermos que todos têm direitos iguais perante a lei, as práticas nos meios serão condizentes com a pluralidade dos indivíduos que fazem parte dela. Ensinar aos futuros adultos — que por sua vez não nasceram racistas ou preconceituosos — que somos diversos e que isso só nos enriquece, fará com que a sociedade se aceite em sua totalidade. 

O preconceito, seja ele de raça, religião, gênero ou orientação sexual, na infância ainda é um tabu, tanto nas famílias quanto nas escolas. O impacto desse comportamento excludente e a falta de ações que solucionem estas demandas expõem as crianças a um risco da arquitetura cerebral com consequências como o transtorno do sono, irritabilidade, desenvolvimento do medo e piora da imunidade, conforme exemplifica o estudo sobre primeira infância e negritude do Centro de Liderança Pública (CPL) que se refere a crianças negras que são acometidas ao racismo.

Os relatos das famílias e de seus filhos que sofrem discriminação evidenciam que quem educa está potencializando as diferenças de maneira negativa e que esse tipo de comportamento não será mais tolerado. Hoje, há escolas, principalmente as particulares que têm predominância de alunos brancos (por conta da estrutura desigual), redesenhando as narrativas do convívio social, com o ingresso de alunos negros e o posicionamento dos pais, porém os fatos decorrentes nos sinalizam que ainda há muito que fazer. Lembrem-se: toda criança e adolescente é um sujeito de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, e demanda proteção integral e prioritária por parte da família, da sociedade e do Estado. Isso é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal N° 8.069, de 13 de julho de 1990, regulamentada no artigo 227 da Constituição Federal.

SUS descumpre Lei dos 30 dias deixando mais de 87 mil mulheres com diagnóstico de câncer de mama atrasado entre 2020 e 2024

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Foto: Reprodução/Freepik

Milhares de pacientes enfrentam atrasos para obter diagnóstico de câncer de mama no Brasil. Apesar da Lei dos 30 dias, que exige que usuários do SUS realizem exames em até 30 dias após a suspeita de câncer, ao menos 87,4 mil mulheres passaram desse prazo entre 2020 e 2024. De acordo com uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, apenas em 2024, 39% dos procedimentos para diagnóstico não cumpriram o prazo legal, segundo dados do DataSUS.

A lei de 2019 veio complementar outra legislação de 2013, e determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve iniciar o tratamento de pacientes com câncer em até 60 dias. Santa Catarina teve 36% dos exames de biópsia fora do prazo legal em 2024. O Amazonas apresentou o pior índice, com 81% dos exames realizados fora dos 30 dias previstos. O Rio Grande do Sul foi o estado com melhor desempenho, com 9% de exames atrasados.

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina contestou os números, afirmando que apenas 12 dos 2.552 exames realizados em 2024 ultrapassaram o prazo. Já o Ministério da Saúde informou que tem adotado medidas para reduzir as filas de espera e melhorar o acesso a exames e tratamentos, como o Plano Nacional de Redução de Filas e o Programa Mais Acesso a Especialistas.

Para a psicóloga oncológica Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia, a espera por diagnósticos no SUS é uma questão que envolve diversas etapas, desde consultas com especialistas até a realização de exames como mamografia e ultrassonografia. “As pacientes estão perdendo a chance de um tratamento mais eficaz. Quando finalmente chegam à consulta, o que poderia ser o primeiro passo vira o décimo”, lamenta.

BRASILIANO: Filhos do Sol — Dendezeiro Celebra o Sertão em Moda e Resistência

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Foto: Marcelo Soubhia

A nova coleção da marca baiana resgata a essência sertaneja com cores vibrantes, técnicas artesanais e uma estética que exalta a força e a beleza do nordeste brasileiro.

Texto: Rodrigo França

A coleção “BRASILIANO: Filhos do Sol”, da Dendezeiro, é uma ode ao sertão brasileiro, uma terra de resistência, calor e histórias centenárias que se entrelaçam com a modernidade e a inovação. A passarela da SPFW foi tomada por uma celebração vibrante da moda regional, onde o streetwear encontra a alfaiataria em um diálogo que honra a tradição enquanto desafia o conservadorismo estético. Sob a direção criativa de Hisan Silva e Pedro Batalha, a marca baiana trouxe à tona a força do sertão, ressignificando o espaço árido como um solo fértil de criações inéditas e narrativas de força e superação.

Dendezeiro na SPFW N58. (Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite)

Em termos técnicos, a coleção se destacou pelo uso de tecidos de fibras naturais, uma escolha consciente que vai além da estética, reafirmando o compromisso com a sustentabilidade e com o respeito à matéria-prima local. A utilização de trançados de palha e miçangas, executados por artesãos da região, foi um aceno ao trabalho manual, elemento essencial na construção de uma moda genuinamente brasileira e artesanal – arte. As modelagens apresentaram cortes amplos e estruturas fluidas, remetendo à leveza necessária para enfrentar o calor sertanejo.

Dendezeiro na SPFW N58. (Foto: Marcelo Soubhia/@agfotosite)

Os looks da “BRASILIANO: Filhos do Sol” não se limitaram a reproduzir símbolos óbvios do sertão, mas criaram uma nova iconografia a partir de detalhes que evocam memórias afetivas e cotidianas. As estampas foram inspiradas na fauna e flora do sertão, presentes em peças que variaram de conjuntos de alfaiataria reinterpretados a vestidos, todos marcados por uma paleta terrosa que ia do marrom profundo ao bege suave, passando por tons quentes de vermelho e laranja, símbolos da conexão visceral com a terra. Em paralelo, o preto surgiu como um elemento de contraste, trazendo profundidade e uma dose de sobriedade aos conjuntos.

A poesia da coleção residiu não apenas nas referências literárias a obras como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, mas na narrativa visual que se apresentou na passarela. O desfile foi, em si, uma espécie de cordel moderno, onde cada peça era um verso e cada modelo, um contador de histórias.

Dendezeiro na SPFW N58 (Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite)

O uso de técnicas como o tingimento natural, o bordado manual e o crochê agregaram texturas únicas às peças, trazendo para a moda uma dimensão tátil que convida ao toque e à exploração dos sentidos. As miçangas e palhas trançadas surgiram como ornamentos, mas também como agentes narrativos, carregando consigo histórias de gerações. Essas técnicas destacam a identidade visual da marca, conhecida por inserir elementos de cultura popular brasileira de maneira refinada e contemporânea. Ao misturar a alfaiataria clássica com o streetwear despojado, a Dendezeiro conseguiu traduzir a complexidade do sertão em roupas que são ao mesmo tempo atemporais e contemporâneas, prontas para ocupar espaços urbanos sem perder o vínculo com a origem.

O desfile foi um verdadeiro espetáculo de identidade e potência cultural. As peças apresentadas na SPFW não foram apenas roupas; foram manifestos visuais, gritos de resistência, em um mundo que ainda tenta silenciar as vozes vindas do sertão. Os filhos do sol, como os carcarás mencionados na descrição da coleção, não voam apenas com fome de conquista, mas com a sede de espalhar a verdade do sertão pelo mundo. A moda, aqui, é mais do que estética: é instrumento de voz, de representatividade e de afirmação cultural.

Dendezeiro na SPFW N58. (Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite)

A marca não apenas mostra o sertão, mas nos convida a senti-lo, a vestir suas histórias e a carregar no corpo a força de um povo que, debaixo do sol inclemente, jamais deixa de florescer. Assim, “BRASILIANO: Filhos do Sol” não é apenas uma coleção; é uma canção, uma jornada e, acima de tudo, uma declaração de amor à terra que, mesmo seca, é berço de uma criatividade sem fim.

‘Quando eu crescer’: obra infantil com temática afrocentrada ganha adaptação em curta-metragem

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Crédito: Divulgação

Quando eu crescer“, obra infantil da escritora e ilustradora Lari Salles, ganha uma adaptação em curta-metragem com o mesmo título, que será lançado neste domingo, 27 de outubro, em um evento com entrada gratuita na Casa de Cultura Bola de Meia, em São José dos Campos, interior de São Paulo. O encontro terá a presença da autora e da equipe criadora e participante do projeto. O lançamento digital será no dia 20 de novembro, quando o curta fica disponível em formato on-line e gratuito.

Protagonizado por Aurorinha, a trama reflete as dúvidas e imaginações sobre as opções profissionais e as referências afrocentradas que uma criança pode ter, agora acompanhadas por mais personagens e um desfecho surpreendente.

Lari Salles (Foto: Duda Pereira)

Quando perguntada em sala de aula sobre o que será quando crescer, Aurorinha se depara com colegas muito certos sobre seus sonhos e uma dúvida que só aumenta: O que ela quer ser quando crescer? O receio de não ter respostas encontra uma mãe acolhedora e cheia de referências inspiradoras. É esta a trama que recebeu uns toques a mais de emoção em sua adaptação para uma linguagem que ressalta ainda mais a beleza das ilustrações e os sentimentos que o leitor conheceu no livro original.

“A Aurorinha vem se firmando como uma personagem para além da história que ela está inserida. Ela é como a visão ingênua de uma criança preta, tentando entender as incoerências do mundo de uma forma leve. É uma história não só para crianças, mas também para as crianças que habitam dentro do adulto”, conta Lucas Baumgratz, produtor do filme e do livro. “Lembro de lermos a história para vários adultos, com um público bem afrocentrado, e de terminar a leitura emocionados, cada um compartilhando sua história, afinal, só quem já passou por isso sabe o quanto é difícil a ascensão em carreiras para uma pessoa preta” , completa.

Aurorinha (Crédito: Divulgação)

A autora Lari Salles também fala sobre suas expectativas. “Com esta obra, quero falar também da possibilidade de sonhar e ocupar os espaços que são de nosso direito. Permitir que uma criança negra possa sonhar com o futuro e ser o que ela quiser ser, construir um caminho de afeto e representatividade para que ela tenha esse apoio na construção de uma autoestima saudável.”

Assim como no livro, o filme também convida vozes da região do Vale da Paraíba para participarem do filme. Shiva Carolina, artista educadora, faz a voz da mãe da Aurorinha e Ivani de Melo, também educadora, faz a voz da professora da Aurorinha, e seus filhos dão vozes às crianças da turma de Aurorinha. Os convites especiais também se estendem para as responsáveis pela acessibilidade do curta: Anne Magalhães, tradutora e intérprete da janela de LIBRAS, e para Carol Wintter, criadora da audiodescrição ao lado do editor Alex Fróes e da consultora Michelle Belatto.

Gravação de vozes do curta ‘Quando eu crescer’ (Foto: Divulgação)

As exibições do curta-metragem também ocorrerão em escolas e projetos sociais como forma de complementar um material de educação antirracista e compartilhar grandes nomes atuantes da arte e da cultura no Brasil. Considerando o Vale do Paraíba, são ainda poucas as produções audiovisuais criadas com temática afrocentrada, o que destaca ainda mais a relevância de personagens e histórias como a de Aurorinha. “Quando eu crescer” inicia, assim, novos caminhos para além das páginas. Trilhas que já estão sendo planejadas para levar este projeto por diversas possibilidades, como adaptação em série, novos livros e como Aurorinha diz, até quem sabe o céu. 

O projeto é uma realização através da Lei Paulo Gustavo, que incentiva o audiovisual no Brasil.

Exposição celebra os 50 anos de carreira de Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra do Brasil

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Lita Cerqueira e uma de suas obras (Foto: Vivi Mädchen)

Para celebrar os 50 anos do trabalho da Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, a CAIXA Cultural Salvador inaugurou, nesta semana, uma exposição que reúne as principais obras da artista que retrata a cultura e a vida do povo negro no país. A visitação é gratuita e ocorre até o dia 20 de dezembro.

A mostra “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia”, organizada em sete núcleos curatoriais, destaca temas como ancestralidade e pertencimento, refletindo a perspectiva única de Lita como uma mulher negra e sua profunda conexão com o cotidiano e as histórias que eterniza através de suas lentes. Com um acervo de mais de 50 mil imagens, com obras em preto e branco de uma das mais ecléticas produções fotográficas do fim do século XX e início do XXI.

“Lita não apenas observa o mundo; ela o vive intensamente. Seu trabalho é um reflexo de sua própria história e das histórias daqueles que ela imortaliza através de suas lentes”, destaca Janaína Damaceno, curadora da mostra. Para Lu Araújo, que assina a coordenação geral, as fotos são manifestações de alma. “Ela consegue capturar a essência de cada pessoa, cada momento, com uma sensibilidade única. Lita é uma guardiã da memória do nosso povo”, afirma.

Procissão de Santo Amaro 1999 é uma das imagens da fotógrafa que integram a exposição (Foto: Lita Cerqueira)

Em “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 anos de fotografia”, a artista compartilha com o público não apenas imagens, mas uma narrativa visual que resgata a ancestralidade e celebra a cultura negra. A exposição é um convite para reconhecer e valorizar a beleza e a força de um povo que, através das lentes de Lita, ganha visibilidade e respeito, além de pertencimento e resistência.

Eixos da Exposição:

O primeiro eixo da exposição é “Andar com fé”, que retrata o sagrado afro-brasileiro. No segundo, “Para o mundo ficar Odara”, o destaque é a beleza negra. Em “Zum zum zum”, as fotos são das rodas de copeira, enquanto em “Vou fazer minha folia”, o tema é o carnaval. 

No quinto eixo, “Filhas de Oxum”, Lia captura a espiritualidade e ancestralidade das festas populares. Já em “Doces Bárbaros” e “Atraca que o Naná vem chegando”, estão os momentos intimistas em que a fotógrafa acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa.

Milton Nascimento (Foto: Lita Cerqueira)

OUTRAS EXIBIÇÕES

Atualmente, a artista participa da exposição “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, em Inhotim, parte integrante da mostra dedicada a Abdias Nascimento. Também está nas mostras “Lélia em Nós”, no Sesc Vila Mariana em São Paulo, “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira” no CCBB de Belo Horizonte e na exposição itinerante “O que vem de dentro”, de Diógenes Moura.

Serviço:

[Artes Visuais] O Povo Negro é o Meu Povo – mLita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia

Local: CAIXA Cultural Salvador

Endereço: Rua Carlos Gomes 57, Centro – Salvador/BA

Visitação: até o dia 20 de dezembro de 2024 

Horário: Terça a domingo, das 9h às 17h30

Entrada gratuita

Classificação indicativa: livre para todos os públicos

Acesso para pessoas com deficiência 

Fantasias de Halloween: 9 artistas negros que já surpreenderam com homenagens a famosos

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Créditos: Divulgação

A cada Halloween, famosos chamam a atenção nas redes sociais com fantasias inspiradoras e com muita criatividade. Mas ao longo dos anos, muitos artistas negros surpreenderam os fãs ao homenagear outros famosos, com recriação de looks em clipes musicais, personagens de filmes, capas de álbum ou de atletas em momentos históricos.

Para celebrar essa época do ano e inspirar a comunidade negra com as fantasias deste ano, o Mundo Negro relembrou alguns desses momentos marcantes proporcionado pelos artistas negros. Veja abaixo: 

Beyoncé como Florence Joyner e Jay-Z como Tommie Smith

Foto: Reprodução/Instagram

Kerry Washington como Lionel Richie

Foto: Reprodução/Instagram

Alcione como Whoopi Goldberg no filme ‘Mudança de Hábito’

Foto: Jordan Vilas

Lil Nas X como Nicki Minaj

Foto: Reprodução/Instagram

LeBron James como Prince

Foto: Reprodução/Instagram/kevinlove

Pathy DeJesus como Beyoncé no filme ‘Dreamgirls’

Foto: Andre Ligeiro

Filhos de Kanye West: Psalm, North, Chicago e Saint como Aaliyah, Sade, Snoop Dogg e Eazy-E

Foto: Reprodução/Instagram

Ciara e Russell Wilson como Janet Jackson e Busta Rhymes

Foto: Reprodução/Instagram

Thelma Assis como Halle Bailey no filme ‘A Pequena Sereia’

Foto: Denis Cordeiro/Átila Britto

Homens negros e indígenas foram feitos para casar? O olhar da branquitude sobre isso

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Foto: Natália Rampinelli/ Agnews

Essa semana uma amiga me enviou uma postagem que relatava o racismo sofrido pelo cantor Xamã, um homem indígena, acerca de uma foto que ele havia tirado com a namorada, a atriz Sophie Charlotte. Na postagem, numa rede social, as pessoas comentavam sobre a “inferioridade” da beleza dele em relação a ela, considerada mulher branca. Frases como “ele parece um mendigo”; “ela é bonita, já ele tem cara de pedreiro”; “esse cara de índio não te merece”; entre outras tão ou mais absurdas. A ideia da miséria associada à pessoa indígena, assim como a ausência de higiene e a inferioridade se apresentam com força nesses comentários de uma imagem na rede social. O mesmo ocorre em relação ao homem negro em diversas situações.

Aqui, nesta coluna, que escrevo há um pouco mais de um mês, tenho falado sobre a construção das masculinidades negras e as violências a que os homens negros são submetidos incansavelmente. Se você me acompanha por aqui, vai se lembrar do termo “eunuco social” que Henrique Restier, o antropólogo, retrata no livro Masculinidades negras contemporâneas, ao falar sobre o fato de que o homem negro não podia relacionar-se com a mulher negra para não haver maior reprodução de indivíduos negros na sociedade brasileira e não podia relacionar-se com a mulher branca para não “sujar a barriga” dela. Logo, o homem negro era o grande problema social. ele não deveria existir, socialmente. Assim, também, o homem indígena.

O genocídio do homem indígena, considerado a partir da leitura da branquitude como o “indivíduo selvagem” e o genocídio do homem negro, conhecido como o “ser violento”, tentam justificar o desejo de apagamento de tudo aquilo que se difere do ser branco, ao longo da história. E vejam, se o homem indígena, como trazido no início desse texto, não serve para se relacionar e, até mesmo, casar, assim como o homem negro, esse papel social cabe, somente, ao homem branco. Ele é aquele que pode constituir e cuidar de uma família. Cabe ao homem negro, a partir da lente da branquitude, a irresponsabilidade, a promiscuidade e a miséria. Aspectos esses que jamais lhe possibilitarão ser visto na sociedade como aquele que pode construir uma família e ser respeitado. 

A branquitude criou e fortaleceu a ideia de que o homem negro não foi feito para o casamento e/ou para as relações duradouras. Ao longo da história, o homem negro nunca circulou no imaginário das pessoas que desejavam se casar, principalmente nas relações heterossexuais. 

Há muitos questionamentos se avançamos bastante. A postagem citada no início do texto nos mostra que o racismo segue firme e forte aplicando as violências contra os homens indígenas e, também, contra os homens negros. 

Como superar essas práticas racistas? Primeiramente, essa sociedade vai precisar admitir-se racista. Depois vai precisar começar o processo de humanização do homem negro e do homem indígena. É possível que eu não esteja aqui para ver e escrever sobre essa mudança! Todavia, sigo trabalhando para que os que virão depois de mim a vejam! 

Texto: Luciano Ramos – Especialista em Masculinidades Negras e Diretor do Instituto MAPEAR

Julgamento de acusados do assassinato de Marielle acontece dia 30 de outubro

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Foto: Midia Ninja/Reprodução
Foto: Midia Ninja/Reprodução

No próximo dia 30 de outubro, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policiais militares acusados do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, enfrentarão júri popular no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. O julgamento, previsto para as 9h, marca um momento crucial em um caso que permanece em evidência desde 2018.

Segundo as investigações, Lessa teria efetuado os disparos contra Marielle e Anderson, enquanto Queiroz dirigia o veículo usado no ataque. O crime, ocorrido em março de 2018, chocou o país e chamou a atenção de organizações internacionais, que questionam a motivação política por trás do assassinato e buscam transparência no desfecho do processo. Ambos os réus respondem por homicídio duplamente qualificado e por tentativa de homicídio contra a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que sobreviveu ao ataque.

Para garantir segurança no julgamento e evitar tumultos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o julgamento sem a presença de público externo, limitando o acesso àqueles diretamente envolvidos no processo. Com o julgamento se aproximando, o Ministério Público e as defesas se preparam para a apresentação das provas, enquanto organizações de direitos humanos planejam acompanhar de perto os desdobramentos do caso.

Lessa e Queiroz, que já cumprem outras penas por envolvimento com atividades criminosas, foram transferidos para a penitenciária de Tremembé, em São Paulo, como medida de segurança. Movimentos sociais e familiares de Marielle Franco têm se manifestado regularmente, pedindo justiça e transparência nas investigações, que ainda buscam identificar os mandantes do crime. O caso Marielle Franco tornou-se um símbolo de luta contra a violência política e tem mobilizado a sociedade brasileira em campanhas de combate à violência e defesa dos direitos humanos.

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