Em ‘Totalmente Demais’, Zé Pedro é um homem devotado. Ao casamento com Dorinha (Samantha Schmütz) e ao trabalho na Bastille. A mesma dedicação que oferece à mãe de seus dois filhos, Maria (Juliana Louise) e João (Leonardo Lima Carvalho), ele entrega ao chefe Germano (Humberto Martins).
Apesar de só ter colocado Florival (Aílton Graça) na cadeia até pagar a pensão dos filhos para ficar bem na fita com Fabinho (Daniel Blaco), o filho do patrão, o advogado da empresa de cosméticos tem bom coração. Faz de tudo para agradar à mulher, com quem tem uma relação amorosa e divertida. Fruto da bem-sucedida tabelinha de humoristas formada com Samantha Schmütz, que ele relembra na entrevista abaixo.
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Que recordações a novela traz para você?
As minhas lembranças são do alto astral nos bastidores e nas gravações. A gente tinha um ambiente ao mesmo tempo sério e divertido, formamos uma grande família, elenco, direção, produção. Destaco a parceria com a Samantha Schmütz, sempre divertida, e com o Humberto Martins, com quem contracenei muito. Minha família fazia a maior zona na casa da Carol (Juliana Paes).
Que lugar ‘Totalmente Demais’ ocupa na sua carreira?
Foi a minha primeira e única novela até hoje, com um elenco de primeira e o desafio de apresentar um outro tom de humor me levaram a aceitar o convite. Foi muito legal experimentar um humor mais realista. O “Casseta & Planeta, Urgente!” tem um tom mais exagerado, sobretudo nos personagens. Na novela, tive que baixar a bola, trabalhar numa frequência mais sutil. Foi muito legal a experiência.
Fale do perfil do seu personagem…
Zé Pedro faz contraponto à sua mulher, Dorinha (Samantha), é um advogado sério, mas o público esperava por um momento em que ele se revelaria um picareta, o que não aconteceu. Me diverti com a expectativa dos fãs, causada pela imagem criada pelo Casseta & Planeta. Ali, ao contrário do que se costuma ver, um negro pode ser o advogado de uma grande empresa, caso do meu Zé Pedro. A novela mostra um pouco da vida no subúrbio (núcleo de Curicica), do sufoco dos moradores de rua na Lapa, ao mesmo tempo em que expõe o glamour do mundo da moda e da Barra da Tijuca. A melhor forma de combater o racismo estrutural é mostrando que é possível escalar negros para outros papéis, além dos clássicos bandido-traficante-policial.
Como está sua rotina durante a pandemia?
É uma situação estranha. Ficamos todos presos em casa, as ruas estão desertas, sinto falta do meu esporte, que é a natação de águas abertas. Acordar todo dia na mesma dá a sensação de “Dia da Marmota”, como vive o Bill Murray no filme “Feitiço do Tempo”. Mas não tenho do que reclamar. Tenho o privilégio de morar numa casa ampla e confortável. Minha família está toda bem instalada. Estou preocupado com as mães das favelas, que sabem da importância do confinamento, enquanto não sabem como vai ser o dia de amanhã.
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