Sua força ancestral foi sem dúvida muito importante no contexto histórico no mundo do samba. Clementina de Jesus abriu portas para outras mulheres e se tornou uma das maiores representantes do samba na comunidade preta.
Resgatar sua historia e mantê-la viva é um ato de respeito a nossa comunidade. Sua africanidade pode ser considerada um elo do Brasil do século 20 com a África ancestral.
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Segundo alguns biógrafos ela nasceu em 1901, mas para outros o ano correto foi 1902. Ela era neta de pessoas escravizadas que viveram em terras das Minas Gerais.
Devido à Lei do Ventre Livre seus pais não foram escravizados. A família se mudou para a cidade de Valença, local do nascimento da Clementina de Jesus.
A menina ficou órfã muito cedo, e logo em seguida partiu com sua mãe para o Rio de Janeiro. Hermínio Bello de Carvalho, em 1964, descobriu esse ícone em um bar carioca.
Os cantos de candomblé não saiam da sua boca, ela vivia entoando. Que historia de luta e resistência, uma mulher preta fazer música com mais de 60 anos de idade em um período caótico da cultura, momento que vários artistas e cantores lutavam contra a censura que assombrava o país naquela época. Não podemos esquecer que ela trabalhou como lavadeira e empregada doméstica e fez do samba um acalanto para a sua vida, cantava por prazer, por alegria assim era Clementina de Jesus.
Que a sua voz e seu poder ancestral possa permanecer em nossos corações por muitos anos e que possamos sempre lembrarmos que ela foi e sempre será um ícone do samba e referência para todes nós.
Viva Clementina de Jesus.
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