“A trajetória do Guia Negro é uma abertura de caminhos. Quando começamos a produzir conteúdo e experiências turísticas sobre história e cultura negra, já existiam outras pessoas fazendo, mas não era algo disseminado. O mercado foi se expandindo junto com a gente”, afirma o jornalista Guilherme Soares Dias, fundador do projeto. Em 2025, o Guia Negro completa oito anos como uma das principais plataformas de afroturismo no país.

Ao longo dessa trajetória, a iniciativa ajudou a popularizar conceitos como afroturismo e a transformar a forma como viajantes negros — e não negros — se relacionam com os destinos que visitam. “Percebemos que hoje há muito mais gente que conhece esse tema, que busca essa conexão com a história e com a cultura negra nas suas viagens. Nosso desejo é que cada vez mais pessoas pretas possam viajar — e que todo mundo conheça melhor essa cultura, essa história.”

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O futuro do projeto também já está traçado: levar as caminhadas negras para todas as 27 capitais brasileiras. “Hoje estamos em 22, mas queremos mostrar que há história negra no país inteiro. Desde Porto Alegre no Sul até Macapá no Norte. Nosso olhar para essas cidades fez com que elas se olhassem também. Mudaram nomes de ruas, de praças, reconheceram heróis e heroínas negros que antes eram invisíveis. Isso desperta o desejo de conhecer — e de se reconhecer.”

Destinos que todo viajante deveria conhecer, segundo o Guia Negro

Para celebrar os oito anos do projeto, Guilherme compartilhou com o Mundo Negro uma lista de lugares que, segundo ele, toda pessoa deveria conhecer ao menos uma vez — especialmente com um olhar atento para a presença e resistência negra:

São Paulo (SP)

“Todo mundo que vem pra cá buscando cultura negra acaba se surpreendendo.” Museu Afro Brasil, Paraleluzia, escolas de samba como a Vai-Vai, rodas de samba, restaurantes africanos e aulas de samba-rock sob o Viaduto do Chá mostram que a maior cidade do Brasil pulsa negritude, apesar de sua história de embranquecimento.

Colômbia

Com destaque para Cartagena das Índias e Cali, o país reúne cultura negra caribenha, salsa, palenqueiras e o grandioso Festival Petronio Álvarez, que acontece em agosto. “Todo brasileiro que for pra lá vai se sentir em casa.”

África do Sul

“Um destino completo”, diz Guilherme. Com voos diretos do Brasil, é alternativa para intercâmbio, turismo cultural, lua de mel e viagens LGBTQIA+. “Tem cultura, moda, parada LGBT, história — e se fala inglês.”

Rio de Janeiro (RJ)

Eleito pelo Guia Negro como melhor destino de afroturismo. Locais como a Pedra do Sal superaram o Cristo Redentor em número de visitantes em 2023. “É o Rio preto, das favelas, de Madureira, dos sambas, dos grafites e da memória negra visível.”

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