Novo mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias revela que os grupos neonazistas se espalharam no Brasil com grande velocidade ao longo dos últimos 3 anos, impulsionados pelos discursos de ódio extremistas contra as minorias. Adriana, que se dedica a pesquisar o neonazismo no Brasil desde 2002, mostra que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, num universo que pode chegar a cerca de 10 mil pessoas. De acordo com pesquisadora, registro representa um crescimento de 270,6% de janeiro de 2019 a maio de 2021.
Adriana explica que os neonazistas possuem semelhanças evidentes entre si: “Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e por isso uma masculinidade tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+, ódio a nordestinos, ódio a imigrantes e negação do holocausto”, revela.
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Segundo as leis brasileiras, pode ser preso de um a três anos quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos nazistas. Durante o último domingo (16), matéria abordando o crescimento das células neonazistas no país, foi exibida no Fantástico, da TV Globo. Dentro da reportagem, a juíza Cláudia Dadico ressalta que a falta de uma legislação clara contra discursos de ódio no Brasil é o principal obstáculo para que esses crimes sejam punidos.
“Os casos que tenho acompanhado da Polícia Federal tem tido realmente um esforço grande no sentido de investigar e punir”, comenta Cláudia. “O que ocorre é que muitas vezes alguns operadores do direito têm uma compreensão da liberdade de expressão que acaba, de certa forma, obstaculizando a punição desses crimes, que claramente não se situam dentro do campo da liberdade de expressão”, finaliza a juíza.
O principal ponto motivador para a explosão do número de células neonazistas no Brasil, segundo apurado pelo Fantástico, vem das redes sociais. De acordo com investigações, jornalistas flagraram mensagens de ódio em redes privadas, além do compartilhamento de vídeos exaltando Adolf Hitler e manifestações se configurando além das redes sociais. Especialistas temem que aumento dos grupos neonazistas possam extrapolar redes sociais e ganhar força com ataques violentos no país.
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