Com estreia realizada no dia 7 de novembro dentro da programação do Festival Varilux de Cinema Francês, o filme Madame Durocher, dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo, resgata a trajetória da francesa Marie Josephine Mathilde Durocher, primeira mulher registrada como parteira e pioneira na Medicina do Brasil, mas também joga luz sobre a força e resistência de figuras negras da época. Entre os destaques está o ator André Ramiro, que assume o papel de Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles, um dos primeiros médicos negros do Brasil e idealizador da Academia Brasileira de Medicina, da qual foi o primeiro presidente.
André Ramiro, conhecido por sua atuação em Tropa de Elite, incorpora o papel de Dr. Joaquim com a intensidade que a narrativa exige, resgatando a história de um profissional cuja luta contra o racismo marcou a história da medicina brasileira: “Essa resiliência, essa força dele numa época que era um milhão de vezes mais difícil do que a minha em relação ao racismo e ao preconceito, esse homem se formar em medicina na França, sofrendo o preconceito que sofreu”, destacou o ator em um vídeo promocional.
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O elenco ainda traz Isabel Fillardis, no papel de Clara, uma mulher negra escravizada que recusa alforria porque não tinha para onde ir e prefere viver ‘Madame Durocher‘ por ser um lugar considerado seguro para ela. “Ela fez uma escolha. E escolheu por afeto, por empatia. Porque Durocher nunca a viu como escrava e sim como uma amiga, confidente”, lembrou. Fillardis pontuou ainda que apesar dos avanços, “no dia a dia ainda é como se tivéssemos em 1800”.
Baseado em fatos históricos, Madame Durocher acompanha a chegada de Marie ao Brasil em 1816, em busca de independência e realização profissional. Durocher foi a primeira mulher a integrar a Academia Nacional de Medicina e atendeu a diversos públicos, desde a elite da família real portuguesa até mulheres marginalizadas do Rio de Janeiro. Interpretada por Jeanne Boudier e Sandra Corveloni em diferentes fases da vida, Durocher tem seu legado evidenciado pela presença de Marie-Josée Croze como sua mãe, Anne, na primeira parte da trama.
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