Com almoço afro, feirinha e muita música Festival AMOBANTU celebra a representatividade afro-brasileira

0
Com almoço afro, feirinha e muita música Festival AMOBANTU celebra a representatividade afro-brasileira

A primeira edição do Festival AMOBANTU – Festival de Música e Cultura Bantu será realizada em São Paulo, nos dias 20, 21 e 22 de junho, com programação gratuita no Centro de Culturas Negras do Jabaquara – Mãe Sylvia de Oxalá, evidenciando a importância ancestral dos bantus. Com shows, oficinas e outra atrações com foco na cultura bantu.

Com artistas, pensadores e coletivos que vão discutir e compartilhar conhecimentos sobre a sua contribuição e influência na formação da nossa identidade nacional, o festival destaca as práticas e ancestralidade na modernidade contemporânea.

Notícias Relacionadas


Um dos focos do festival é a música e ainda as atrações que dialogam com a cultura afro-bantu e afro-futurista, nove grupos se dividem em três shows por dia: Batucada Tamarindo, Jéssica Areias, Negu Edmundo, Coco de Oyá, Laylah Arruda, Senzala Hi Tech, Djanguru Sound System, Buena Onda Reggae Club e Nega Duda.

A programação se desdobra nas artes em geral, no artesanato, na culinária e na dança com exposição Mukangues (máscaras), feira de artesanato afro-brasileira, almoço afro com pratos tradicionais da culinária africana, com referências à cozinha de Angola.

As oficinas serão divididas em temas variados, onde o participante poderá aprender e se sentir em uma legítima viagem cultural pela etnia bantu. Os músicos Toca Ogan (percussionista da Nação Zumbi) e Eder “O” Rocha (ex-integrante do Mestre Ambrósio) apresentam suas pesquisas sobre a musicalidade bantu. Toca aborda suas vivências com o berimbau, instrumento de origem angolana e Eder põe em pauta as origens do maracatu de baque-virado.

O professor e líder religioso Tata Ananguê, autoridade do tema, faz uma reflexão profunda margeada pelo contexto da religiosidade na sociedade, no minicurso “Patrimônio e Candomblé Bantu”, única atividade que precisa de inscrições prévia dos interessados. Já na abertura do evento, o público poderá acompanhar a palestra estendida para um bate papo “Os bantus na formação do Brasil”, ministrada por Tata Ananguê, Jéssica Areias e Luciano Mendes de Jesus.

Os bantus têm um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade nacional, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais como o samba, o maracatu, a congada, o jongo e a capoeira. A contribuição na nossa formação linguística é expressiva, são inúmeras as palavras presentes em nosso vocabulário que influenciaram nossa língua, entre estas angu, caçula, fubá, miçanga e quitute.

Como primeiros negros vindos da África para o Brasil, há mais de 400 anos, trouxeram consigo uma tradição cultural e religiosa muito forte. Assim, sua importância também está na construção da religiosidade do país, responsáveis pelas primeiras práticas de sincretismo afro-religioso e pioneiros nas religiões de matrizes africanas, principalmente a Umbanda e o Candomblé.

O Centro de Culturas Negras do Jabaquara foi escolhido para abrigar o evento por conta do peso histórico da região do Jabaquara para os negros – na região localiza-se um dos primeiros terreiros tombados pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, o Axé Ilê Obá, da saudosa Mãe Sylvia de Oxalá, homenageada pelo espaço com seu nome.

As inscrições antecipadas apenas para o minicurso com Tata Ananguê (dias 21 e 22/06) devem ser feitas pelo link: https://forms.gle/UuKYr2FMRJherFrj8.

Confira a programação completa:

Quinta-feira- Dia 20/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Palestra “Os bantus na formação do Brasil”, com Tata Ananguê, Jéssica Areias e Luciano Mendes de Jesus (biblioteca)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
12h – Aula Intervenção de Dança Afro com Tainara Cerqueira (área externa)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
14h – 15h – Show Jéssica Areias (auditório)
16h – 17h – Show Batucada Tamarindo (auditório)
18h – 19h30h – Show Negu Edmundo (auditório)

Sexta-feira- Dia 21/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Minicurso (parte 1) “Patrimônio e Candomblé Bantu”, com Tata Ananguê – professor e sacerdote presidente das CNCCACTBB/CRBNDM* (biblioteca)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
14h – 15h – Show Coco de Oyá (auditório)
15h – Oficina de Berimbau com Tata Mutakauatana (Toca Ogan/Nação Zumbi)
16h – 17h – Show Laylah Arruda (auditório)
18h – 19h30h – Show Senzala Hi Tech (auditório)

* Confederação Nacional dos Candomblés de Angola e dos Costumes e Tradições Bantu no Brasil/Casa Raiz do Benge Ngola Djanga ria Matamba.

Sábado- Dia 22/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Minicurso (parte 2) “Patrimônio e Candomblé Bantu”, com Tata Ananguê – professor e sacerdote presidente das CNCCACTBB/CRBNDM (biblioteca)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
12h – 16h – Djanguru Sound System (área externa)
15h – Oficina de Maracatu com Eder o Rocha
16h – 17h – Show Buena Onda Reggae Club (auditório)
18h – 19h30h – Show Nega Duda (auditório)

Atrações:

Jéssica Areias
Nascida em Angola e residente no Brasil, Jéssica Areias cursou música a fim de aprofundar seus conhecimentos na MPB, uma de suas grandes referências. Dona de uma bagagem musical bastante eclética, a cantora reúne um misto de influências, que vão das suas fortes raízes africanas ao fado, do jazz à MPB, samba e bossa nova.

Batucada Tamarindo
A Batucada Tamarindo já conquistou o público, num encontro de ritmos, arranjos e melodias das mais variadas origens. Os sambas do recôncavo baiano, afoxés e sambas de roda pernambucanos são o ponto de partida para essa mescla da sonoridade brasileira aos tambores da África.

Negu Edmundo
Vindo de Natal (RN) e conhecido da cena reggae-dub, Negu Edmundo é um estudioso das tradições africanas de origem Bantu. Sua pluralidade sonora se revela num verdadeiro “caldeirão de ritmos”, onde a fusão dos sons afro-brasileiros e jamaicanos acontecem.

Coco de Oyá
O encontro de mulheres que somam a força da percussão com a energia do sagrado feminino, assim é o Coco de Oyá. Rafaella Nepomuceno (percussionista, alfaia, pandeiro e voz), Kelli Garcia (ganzá, maracas, tamancos e voz) e Sthe Araújo (caixa, atabaque e voz) mantêm viva a cultura do coco de roda, maior influência rítmica de origem nordestina.

Laylah Arruda
Cantora, MC de sound system, professora de canto, geógrafa e um dos ícones da conscientização sobre a discriminação racial e religiosa, Laylah Arruda une a essência da mulher ao resgate da cultura afro. Nessa apresentação, ela traz o som do toca-disco de fundo com remix da batida de reggae, traços do rap e dos ritmos jamaicanos.

Senzala Hi-Tech
O coletivo Senzala Hi-Tech faz uma aproximação entre o afrofuturismo e brasilidades. O grupo faz uma fusão de repertórios e inspirações, abraça hip hop, funk, rap, samba e influências culturais. Suas composições falam sobre desigualdades e preconceitos, retratam a herança cultural e trafegam pelas tecnologias do cotidiano, numa sonoridade que une o orgânico ao sintético.

Djanguru Sound System
Como uma espécie de rádio ambulante, o Djanguru Sound System promove transmissões de reggae, direto do seu acervo de discos de vinil. Inspirados nos soundsystems jamaicanos – pilhas de alto-falantes instalados nas ruas de Kingston, Jamaica, tocando blues e músicas vindas dos Estados Unidos – o coletivo promove um resgate aos maiores nomes da música jamaicana.

Buena Onda Reggae Club
Conexão entre a cidade de São Paulo e a região do Grande ABC, a banda instrumental realiza uma fusão musical, misturando e combinando os ritmos jamaicanos – ska, reggae, rocksteady e dub – com outras tendências – salsa, jazz e afrobeat, além da música brasileira e caribenha. A banda é formada por Kiko Bonato nos teclados, Eduardo Marmo no baixo, Marcos Mossi na guitarra, Felipe Guedes na bateria, Cauê Vieira no saxofone e na flauta, Rodrigo Coelho no trompete, e Victor Fão no trombone.

Nega Duda

Nega Duda
Dulcineia Cardoso, a Nega Duda, é referência do samba de roda baiano em São Paulo. Na cidade, Nega criou o Samba de Roda Nega Duda, onde desenvolve o Ekan de Axé. O samba de roda traz referências do culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite.

Oficinas, palestra e curso:

Oficina de Berimbau com Toca Ogan
O percussionista Toca Ogan, integrante da banda Nação Zumbi, compartilha seus conhecimentos sobre a música afro-brasileira, em especial sobre o berimbau, instrumento de corda de origem angolana, levado ao Brasil pelos escravos bantus e muito disseminado pela prática da capoeira. Toca explora as raízes musicais de origem bantu e sua influência nos ritmos brasileiros.

Oficina de Maracatu com Eder “O” Rocha
O pernambucano Eder “O” Rocha irá desenvolver o aprendizado dos ritmos de maracatus nordestinos. O Maracatu de Baque Virado e o Maracatu de Baque Solto são os destaques na oficina. As toadas e suas formas, orquestração, arranjo e composição. O músico também apresenta parte de sua pesquisa acerca dos instrumentos de percussão na cultura musical brasileira: tipos, qualidades, contextos onde estão inseridos, diferentes técnicas, características acústicas e modos de tocá-los.

Aula de Dança Afro com Tainara Cerqueira
A Dança Afro contemporânea brasileira é baseada nos movimentos de heranças de matrizes Africana juntamente com a contemporaneidade brasileira em uma união de cultura, tradição, atualidade, ritmo, muita energia e alegria. Tainara conduzirá uma aula intervenção, ocupando o espaço com a essência da dança afro-brasileira diaspórica de Salvador. A professora de dança afro-brasileira da Bahia é diretora e coreógrafa da Cia de Dança AfroOyá, além de bailarina e coreógrafa do atual trabalho Trovão, da cantora Larissa Luz.

Minicurso “Patrimônio e Candomblé Bantu” com Tata Ananguê
O minicurso pretende refletir sobre a importância da difusão e preservação dos valores patrimoniais e identitários do Candomblé Bantu, a partir da pesquisa realizada no território de Nova Iguaçu/RJ.

O ministrante Tata Ananguê (Jeusamir Alves da silva) é professor e especialista em história e cultura afro-brasileira, ensino de história e ciências da religião pela UCAN e graduado em história pela UNOPAR. Além de presidente da Casa Raiz do Benge Ngola Djanga ria Matamba (CRBNDM) e Confederação Nacional dos Candomblés de Angola e dos costumes e Tradições Bantu no Brasil (CNCACTBB).

Palestra “Os bantus na formação do Brasil” com Tata Ananguê, Jéssica Areias e Luciano Mendes de Jesus.
Tata, Jéssica e Luciano, três convidados que trazem suas diferentes relações com a cultura bantu, fazem uma explanação e a mediação do bate papo com o público sobre o importante legado para a cultura brasileira nos âmbitos social, cultural e religioso. O papel preponderante do negro bantu na formação do Brasil e na construção da nossa língua, desde a sua introdução pela escravidão até aos dias atuais.

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

No posts to display