Festival Afrofuturismo: painel explora ancestralidade e o futuro através da coletividade e saberes ancestrais

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Festival Afrofuturismo: painel explora ancestralidade e o futuro através da coletividade e saberes ancestrais
Imagem: Reprodução

Como parte das atividades do Festival Afrofuturismo, o principal evento de Futurismo e Diversidade da América Latina sediado em Salvador nos dias 20 e 21 de novembro, o painel “Ancestralidade e Futuro” foi apresentado na tarde desta segunda-feira (20) na Casa Vale do Dendê, localizada no Pelourinho. Neste painel reuniram-se mentes inovadoras e reflexivas, entre elas Grazi Mendes, executiva tecnológica, professora e ativista, e Ubiraci Pataxó, membro da Aldeia de Coroa Vermelha em Santa Cruz Cabrália-BA, que ofereceram perspectivas instigantes sobre o futuro, destacando a importância da coletividade e dos saberes ancestrais. O painel foi mediado por Paulo Rogério, fundador da Vale do Dendê e idealizador do Festival.

Norteado por provocações de como pensar o futuro, expostas pelo mediador Paulo Rogério, o painel abriu espaço para que os apresentadores falassem de suas vivências e dialogassem entre si os seus saberes e semelhanças. “Falar sobre futuro é falar sobre esperança. Esperança é tecnologia, não só de sobrevivência, mas é também tecnologia de projeção de outras realidades”. É o que nos diz Grazi Mendes, sobre a importância de se pensar na construção do futuro através da coletividade. Para ela, é na coletividade que conseguimos os principais avanços. “As mudanças mais significativas, elas sempre vão acontecer no plural, o que não quer dizer que a gente sequestra as subjetividades e não celebra também as jornadas individuais, mas o nosso foco é sempre em abrir caminhos para mais pessoas, porque a gente vai chegar em lugares em que a gente não tem referência, a gente vai precisar ser as nossas próprias referências”, reforça. 

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O respeito pelo saber ancestral e o poder do diálogo foram destaque nas falas do Ubiraci Pataxó. Para ele, que além de aprendiz de pajé é também cuidador de pessoas e terapeuta indígena, o diálogo, a conversa, o abraço e o encontro, são as maiores tecnologias futuristas, e a atividade oportunizou essas trocas. Rever o que foi feito e que deu certo, e o que foi feito de errado para poder melhorar, é a chave. “Se a gente tivesse plantado mais árvores, talvez a gente não tivesse dando problema. Se a gente não tivesse cortado algumas árvores, talvez a gente não tivesse dando problema. Se a gente tivesse conservado as que estavam ali, a gente teria menos problemas. Então, são vários fatores desse mesmo processo”, esclarece. 

Termos como “aquilombamento” e “aldeamento” foram constantemente utilizados nas falas durante o painel, e ouvidas atentamente pelos participantes. A ideia foi reforçar ainda mais a necessidade do coletivo, sem esquecer dos saberes deixados por quem chegou antes. 

Ao final da atividade os palestrantes fizeram suas considerações, destacaram a importância do espaço para esse tipo de debate e agradeceram a oportunidade do diálogo. “Aqui, para mim, é maravilhoso! Tempos atrás não se pensava em ter um painel como esse, com palestrantes indígenas, pretos, falando para o seu próprio povo”, diz Ubiraci.“Estamos aqui afirmando um futuro revolucionário que a gente acredita!”, conclui Grazi.

O Festival Afrofuturismo segue até amanhã, com outros painéis e talks. Confira a programação completa na página do festival em: https://afrofuturismo.com.br/

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