Finalmente entre nós. A chegada da Fenty Beauty da cantora Rihanna no Brasil, nessa última terça, 18, foi algo muito celebrado pelas mulheres negras brasileiras. E isso não é somente pela cor da própria Rihanna, mas principalmente pela massiva mensagem de diversidade e inclusão que a marca defende aos oferecer 40 tons de base para o público. É muita coisa.
Se nos EUA o lançamento contou com mulheres de todos os tons de pele, dando preferências para as negras e comunidade gay, aqui no Brasil a Sephora já começou anunciando a chegada da marca nas lojas de forma equivocada, usando uma mão branca , magra e padrão segurando um gloss .
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E só entrar no perfil da Fenty no Instagram para constatar que há pessoas brancas sim, mas elas não são a maioria. Em várias entrevistas durante o lançamento da marca, Rihanna explicava que o desejo de ter sua própria linha de maquiagem, surgiu pelas dificuldades que ela mesma tinha em encontrar produtos para ela por conta da cor.
“Foi muito difícil criar um produto que atendesse todos os tipos de tons de pele e ainda ficasse invisível. Eu já usei alguns pós translúcidos que no final me deixavam com marcas brancas no rosto”, explicou Rihanna durante a coletiva de imprensa para o lançamento da marca, que levou dois anos para ser concluída.
As primeiras postagens de influenciadores brasileiras para promover a linha mostraram uma curadoria preguiçosa e desalinhada com o propósito de frescor, diversidade e inovação da marca. Apesar de alguns dos nomes que a gente ama estarem na campanha e terem sigo pagos para promover os produtos, como Thelminha, Tia Má, Ludmilla e Preta Gil, os principais especialistas em maquiagem para negros do país ficaram de fora.
Daniele Da Mata fundadora da primeira escola de maquiagem do Brasil, e que maquia 10 em cada 10 celebridades negras, recebeu um presente da marca, mas sem proposta para fazer publicidade. “Nosso questionamento do dia de hoje é sobre a publicidades pagas. Eu recebi o kit, mas não recebi proposta de publicidade”. Da Mata foi a profissional escolhida para cuidar da maquiagem de John Boyega quando ele esteve no Brasil. Como não lembrar dela?
Tassio Santos do canal Herdeira da Beleza, outra referência em maquiagem para peles negras não foi convidado para nenhuma ação publicitária para promoção da make da Riri no Brasil e, obviamente, ficou indignado:
As criadoras de conteúdo negras usaram suas redes sociais para manifestarem sua frustração, afinal não é todo dia que uma marca com essa relevância global chega no Brasil.
E como se já não bastasse todo esse auê, a diretora de marketing online da Sephora resolveu entrar na discussão em um post da criadora de conteúdo Gabi Oliveira, para informar que a loja está pagando as influenciadoras e chegou até a marcar uma das escolhidas, a apresentadora Magá Moura. O tom não foi nada profissional.
Pensar em Fenty Beauty é sim pensar em uma linha maquiagem para mulheres negras de vários tons e que, por acaso, engloba tonalidades mais claras, para não ser contraditória e claro, faturar.
Difícil imaginar Rihanna aprovando um lançamento tão previsível e monótono.
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