Educação é um dos quatro eixos nos quais a missão estratégica do Fundo Baobá para Equidade Racial está focada. E não podia ser diferente: o racismo no ambiente escolar é um dos mais severos gargalos à equidade racial do Brasil.
Segundo os dados do IBGE, no ensino fundamental tem quase o mesmo percentual de entre crianças brancas e negras de 6 a 10 anos (96,5% e 95,8%, respectivamente). Na faculdade, a matemática é outra: na média, só 25,2% dos jovens entre 18 e 24 anos cursam ou concluem o ensino superior. Só que o percentual de jovens de cor ou raça branca que frequentam ou concluem o ensino superior (36,1%) é praticamente o dobro do percentual de jovens pretos ou pardos (18,3%) na faixa de 18 a 24 anos.
Notícias Relacionadas
Beyoncé e sua influência cultural e política se tornam tema de novo curso na Universidade de Yale em 2025
Estudantes brancos do 9º ano têm desempenho superior em Português e Matemática em relação aos negros
Por trás desses números tem muita história: tem escola pública fraca, tem dificuldade para chegar – e para pagar – o cursinho preparatório. Tem racismo na escola. Tem tudo para fazer o jovem desistir.
É para transformar essa realidade entre jovens da cidade de São Paulo e região metropolitana que o Fundo Baobá está lançando, em parceria com a Fundação Citibank, criou o programa Já É: Educação para Equidade Racial. O programa inclui não só uma bolsa de estudos em cursinho preparatório para o vestibular, como também atividades voltadas para o enfrentamento dos efeitos psicossociais do racismo e para a ampliação das habilidades socioemocionais e vocacionais, incluindo programa de mentoria. Além da mensalidade do cursinho, as despesas de transporte e alimentação também serão custeadas ao longo do programa, que deve ter duração de 12 meses a partir de março de 2021.
Para se inscrever, você precisa ter entre 17 e 25 anos, já ter concluído ou estar cursando, em 2021, o 3º ano do ensino médio em escolas públicas e morar na cidade de São Paulo ou nas cidades da região metropolitana. Aberto a jovens de ambos os sexos, o Programa Já É prioriza jovens de sexo masculino, jovens transsexuais, jovens mães, jovens que tenham cumprido medidas socioeducativas, e jovens que residem em bairros, territórios ou comunidades periféricas.
Notícias Recentes
Racismo obstétrico: ativista cobra respostas sobre mortes na Maternidade Albert Sabin, em Salvador
Rotas Negras: novo programa do governo federal ganha investimento para promover o afroturismo