A antropóloga Lélia Gonzalez e a escritora Carolina Maria de Jesus foram homenageadas com estátuas no Parque Municipal de Belo Horizonte, no Centro da cidade. As esculturas das duas mineiras inauguradas no dia 30 de junho, foram criadas pelo artista Léo Santana e são de bronze em tamanho real.
As estátuas estão localizadas em frente ao Teatro Francisco Nunes e fazem parte do Circuito Literário de Belo Horizonte, uma iniciativa que promove atividades culturais e literárias na cidade, incluindo palestras, mesas-redondas, lançamentos de livros e exposições.
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A cerimônia de inauguração contou com a presença de familiares de Lélia e Carolina, além de representantes de movimentos negros da capital mineira. Alunos da Escola Municipal Carolina Maria de Jesus, situada na Zona Norte da cidade, realizaram uma apresentação de hip hop durante o evento.
Em entrevista ao jornal Nota, Vera Eunice, filha de Carolina Maria de Jesus, destacou que a mãe tinha orgulho de ser mineira, afirmando que a homenagem era um empoderamento: “A emoção é muito grande. Minha mãe tinha orgulho de ser mineira, e essa homenagem é um empoderamento. Carolina não é só dos negros, ela é do mundo. É do adolescente, do branco, do negro, do indígena, e é minha mãe.”
A ideia de homenagear as personalidades negras nascidas em Minas Gerais partiu da especialista em relações étnico raciais, a também mineira, Etiene Martins, que conseguiu apoio da deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), para financiar o projeto por meio de uma emenda parlamentar.
Lélia Gonzalez, nascida em 1935 e falecida em 1994, foi uma importante intelectual e militante na luta pelos direitos das mulheres negras e pela valorização da cultura afro-brasileira. Ela desempenhou um papel crucial no movimento negro no Brasil, contribuindo para o debate sobre racismo, identidade negra e feminismo afrodescendente.
Carolina Maria de Jesus, nascida em Minas Gerais em 1914 e falecida em 1977, ganhou reconhecimento com seu livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. A obra, que descreve sua vida na favela do Canindé, em São Paulo, teve grande impacto nacional e internacional, sendo traduzida para diversas línguas. Carolina é considerada uma das primeiras escritoras negras a obter visibilidade no Brasil, trazendo à tona questões de desigualdade social e racismo na literatura brasileira.
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