Com o proposito de valorizar a experiência contemporânea do corpo negro no Brasil e a cultura de matriz africana, o fotógrafo Leandro Cunha, através da exposição fotográfica “ÌTÀN”, remonta as histórias ancestrais dos orixás de candomblé a partir de uma performance entre 33 artistas negros. O evento é aberto ao público todos os dias, de 12h às 18h, no Centro Municipal de Arte Hélio, até dia 11 deste mês. A entrada é gratuita.
A exposição surgiu da vontade de associar a pesquisa em fotografia com a pesquisa do corpo negro, partindo de um entendimento herdado da cultura iorubá, trazendo os ancestrais da natureza, Orixás. A partir disso, o Leandro propõe a um grupo de artistas negros uma busca destas forças ancestrais em seus corpos, principalmente nas relações que eles poderiam criar em coletivo, tendo os Ìtàn (histórias que narram os acontecimentos vividos pelos Orixás através dos séculos e transmitidos oralmente pelos sacerdotes) como pano de fundo para contatar tais forças.
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Funcionando como instrumento crítico, a exposição propõe também o debate sobre o tratamento histórico pejorativo e desigual do negro, da cultura afro diaspórica, a resistência por representações culturais, bem como, os crimes de racismo religioso.
As fotografias que constroem a exposição são digitais e foram feitas por Leandro Cunha em técnica de longa exposição. Ele pontua que os performers foram fotografados nus, de forma que somente a experimentação e a mobilização de energias a partir do corpo, sem elementos adicionais, pudessem ser exploradas.
“Os artistas fotografados são membros do cenário artístico-cultural carioca e profundamente comprometidos com a afirmação da cultura negra na cidade, que em todas as instâncias entendem a prática artística como, sobretudo, uma prática política, potencializando neste projeto a discussão sobre coletividade diversidade e representatividade”, afirma.
O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica fica localizado na Rua Luís de Camões, Praça Tiradentes, 68, Rio de Janeiro.
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