Carioca do subúrbio de Madureira, o pianista Jonathan Ferr é tido atualmente como um dos principais nomes do jazz brasileiro. É sob esta chancela que ele recentemente assinou contrato com a Som Livre e lança nesta sexta-feira (22) seu primeiro single, “Saturno“, pelo selo slap. A faixa é carregada de swing, força e camadas que têm o intuito de conduzir a uma viagem cósmica sem volta para o referido planeta e chega ainda com um clipe/filme. O produto audiovisual mescla a linguagem cinematográfica do curta-metragem com as colagens de um videoclipe em um hibridismo cheio de poesia e imagens sobre amor, afeto, ancestralidade e o tempo.
No novo single – que conta também com sua banda, formada por Caio Oica na bateria, Facundo Estefanell no contrabaixo e Alex Sá no saxofone – Ferr assina ainda como compositor, produtor musical e é o responsável pelos arranjos de cordas e regência. Já no filme, Jonathan atua e divide a direção com Phillipe Rios, enquanto a produção executiva fica por conta de Tânia Artur, que também é empresária do artista.
Notícias Relacionadas
Grammy 2025 tem forte presença de artistas negros, com destaque para mulheres
Em dia de eleições nos EUA, Beyoncé lança clipe “Beywatch”, homenageia Pamela Anderson e incentiva voto
Apontado pelo jornal EL País como o “garoto-estandarte do jazz carioca” -, Ferr juntou de tudo para trilhar caminhos musicais que desconstroem a erudição como algo inerente a estilos mais complexos. Usando elementos de outros ritmos – como funk e hip-hop – para fazer um jazz mais urbano e popular, o pianista é um representante brasileiro do afrofuturismo – movimento que mescla tradições africanas com ficção científica e fantasia para rever o passado negro e criar novas narrativas -, explorando as fronteiras do jazz com o broken beat e outros eletrônicos, além de utilizar recursos como o vocoder, instrumento que faz com que os timbres de voz soem robóticos.
O nome da faixa, inclusive, foi inspirado por Sun Ra, considerado o pai do afrofuturismo, que também era pianista de jazz e criador de seus próprios filmes. Ele abandonou seu nome de nascença e adotou o nome e a personalidade de Sun Ra – sendo Ra um deus da mitologia egípcia -, alegando ser o “Anjo da Raça” de Saturno.
Notícias Recentes
Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil
Novembro Negro | Seis podcasts e videocasts apresentados por mulheres negras para acompanhar