Em entrevista para a Marie Claire, a dançarina Lorena Improta contou que está fazendo letramento racial e que teve “que ter uma filha preta para despertar para o racismo”. Lorena é casada com Léo Santana e os dois são pais da pequena Liz, que tem pouco mais de um ano de idade.
Na entrevista, a dançarina relembrou um episódio nas redes sociais em que disse que o cabelo da filha estava “para cima”. “E eu não sabia lidar com os cachos. Em forma de brincadeira, disse que os fios estavam para cima. Isso atingiu algumas mulheres negras, que vieram me dizer, de forma educada, que o que eu tinha dito não havia sido legal. Me desculpei e foi quando optei por estudar e fazer letramento racial”, contou ela.
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Lorena Improta contou que tem tentado aprender pela filha. “Era um assunto sobre o qual não conversávamos em família, então eu não tinha muitas informações sobre como me posicionar, eu sempre preferia ficar quieta. E hoje, estudando, tenho segurança para falar. Tenho tentado aprender pela minha filha”, explicou ela. “Uma das coisas mais importantes que aprendi é sobre empoderamento. Mostrar o quanto ela é especial, o valor da sua beleza. Isso é muito forte dentro da minha casa. Faço isso desde que ela nasceu. Digo ‘você é linda’, com ela de frente para o espelho”, ressaltou.
No final do ano passado, filha do casal foi vítima de ataques racistas nas redes sociais. Lorena compartilhou com seus seguidores alguns prints de comentários que recebia de uma seguidora quando publicava posts mostrando a criança. “Não sei o que tem de linda”, dizia uma das respostas a um storie.
Ela conta que só depois de ter uma filha preta é que despertou para o racismo. “Eu tenho feito alguns conteúdos pontuais nas minhas redes sociais para ajudar quem não têm acesso à informação ou aqueles que ainda não despertaram para esse assunto. Porque eu também não tinha despertado. Eu não julgo. Eu tive que ter uma filha preta para despertar para o racismo”.
A dançarina também contou que mesmo durante o relacionamento com Léo Santana, antes da maternidade, “não tinha essa questão de cor”. “Eu via ele de igual para igual. Sei que isso é complicado, mas para mim, na época, não tinha essa questão da cor, da diferença de classe social de onde viemos. Dentro da nossa casa, não era algo que pegava. Para mim, sempre foi como se não existisse. Mas hoje eu sei que pensar assim é ruim porque eu preciso dessas informações, sobre a vida dele e vice-versa. Hoje, enxergo de outra maneira. Mas despertou, de fato, quando eu engravidei”.
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