Um estudo realizado nos EUA revelou que mulheres negras grávidas têm mais chances de serem submetidas a um teste toxicológico, mas são as mulheres brancas grávidas que têm mais chances dos resultados serem positivos.
O estudo foi publicado na última sexta-feira (14) pela revista “JAMA Health Forum” e revelou que as mulheres negras grávidas são mais submetidas ao teste toxicológico, com ou sem histórico de uso de drogas, enquanto as mulheres brancas grávidas são as que mais têm o resultado positivo, mas são as menos testadas.
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A pesquisa foi feita entre março de 2018 a junho de 2021 no sistema de saúde de Pensilvânia, EUA, e analisou o registro médico de mais de 37 mil pacientes.
O estudo foi dividido entre a probabilidade de uma mulher grávida fazer o teste de uso de drogas e as que foram submetidas ao teste.
Entre as mulheres negras que relataram uso de substâncias no ano anterior à gestação, a probabilidade de serem testadas foi de 76%, enquanto a probabilidade das mulheres brancas foi de 68%.
Mesmo as mulheres negras sendo mais prováveis de serem testadas, foram as mulheres brancas que tiveram mais probabilidade dos resultados serem positivos. O resultado revelou que a probabilidade do teste de uma mulher branca ser positivo é de 66,7%, em comparação, 58% das negras.
Já as que relataram não ter um histórico de uso de drogas, a probabilidade de ser testada foi de 7% para as mães negras, enquanto as mães brancas que relataram não ter um histórico de uso de substâncias foi de 4,7%.
Além da probabilidade, o estudo também revelou o número de mulheres que realmente foram testadas. Cerca de 21% das gestantes negras relataram uso de drogas ou álcool, sendo que a maioria relatou uso de maconha, entre elas, 25% foram submetidas ao teste de urina.
Já entre as gestantes brancas, cerca de 9% relataram uso de drogas ou álcool, a maioria relatou uso de maconha e opióides, e apenas 10% delas foram submetidas ao teste de urina.
Entre as testadas, apenas 40% das gestantes negras tiveram seus resultados positivos, enquanto 51% das gestantes brancas tiveram o resultado positivo.
O resultado do estudo demonstra como o sistema de saúde ainda é preconceituoso e que grande maioria das mulheres negras gestantes podem ser vítimas de um racismo obstétrico.
“Qualquer clínico pode não estar pensando em viés, mas quando você olha para esses tipos de dados, pode ver que não há outra explicação”, disse Marian Jarlenski, professora associada de política e gerenciamento de saúde da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pittsburgh e uma das autoras do artigo.
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