Taxi, entrega de comida, manicure e até motoboy. Os aplicativos de celulares se tornaram parte da vida de muitos brasileiros como uma forma de solicitar produtos e serviços com qualidade e rapidez.
Notícias Relacionadas
Continuamos sendo os únicos representantes dos nossos sonhos: 25 profissionais negros que você precisa conhecer
Brega funk, futebol de várzea e turismo de favela pelos olhos de diretores negros
Kizzy Terra, 23 anos, engenheira da computação e mestranda na FGV, Hallison Paz, 24 anos também engenheiro da computação e mestrando no Instituto de Matemática Pura e Aplicada e Vitor Del Rey estudante, 31 anos, graduando em Ciências Sociais e História, Administração e Direito da Fundação Getúlio Vargas, juntaram seus contatos, conhecimentos e experiência e criaram o Kilombu, aplicativo para celular, voltado a comercialização de produtos e serviços da comunidade negra. O lançamento da plataforma acontece no próximo dia 20 de fevereiro.
“Participei de uma clínica da escola de direito da FGV que tinha como papel fundamental formalizar e prestar consultoria para micro e pequenos empreendedores, pessoas que já atuavam, mas no campo da informalidade e eu percebi que os empreendedores negros da comunidade e sem instrução, buscavam sobreviver atuando com aquilo que eles fazem de melhor”, explica o co-fundador do projeto Vitor Del Rey.
O trabalho de dois anos da clínica fez com que Del Rey percebesse o baixo grau de conhecimento dos empreendedores negros sobre questões básicas relativas à administração de empresas, fundamentais para o crescimento e expansão. “Muitos não tiveram tempo para estudar por trabalhar muito, o que também acontecia com os filhos e senti que era necessário fazer algo especial para essas pessoas”.
Muito mais que um classificado
“O Kilombu é um conceito que não cabe dentro de um aplicativo”, destaca Del Rey. Para solucionar os problemas administrativos desses empreendedores negros que incluía ainda a falta de clientes, o estudante da FGV está em negociação com os diretores da instituição buscando parceiros para capacitar esse público.
O projeto não consiste apenas em facilitar o contato entre clientes e empresários e a capacitação é um dos principais aspectos do projeto.
“Os empresários que vão passar pelo Kilombu, irão frequentar a sala de aula da FGV que será responsável em dar cursos de como melhorar suas vendas. Hoje a maioria usa o Facebook. Usaremos os alunos da Fundação que precisam de horas complementares para capacitar essas pessoas e tudo será de graça para os participantes”, descreve Vitor. Todos os estudantes envolvidos no processo de treinamento dos afro-empreendedores passarão por treinamento para entender as especificidades histórico sociais desse grupo.
Desenvolvimento e investimento
O aplicativo está sendo financiado integralmente por Vitor, Halisson e Kizzy. Os dois últimos têm experiência em desenvolvimento de aplicativos para Android e iOS, mas a versão para aparelhos da Apple estará disponível posteriormente. O download e cadastramento de produtos e serviços serão gratuitos.
“Pretendemos custear as despesas por meio por alguns serviços dentro do aplicativo, como links patrocinados. Estamos estudando a possibilidade de oferecer um sistema de pagamento dentro do aplicativo, possibilitando que os empreendedores cadastrados recebem os pagamentos direto em suas contas bancárias e uma pequena comissão sobre a venda seria nossa”, finaliza Halisson Paz, co-fundador do projeto.
Saiba mais sobre o aplicativo Kilombu:
Website: http://www.kilombu.com/
Facebook: https://www.facebook.com/kilombu/
Notícias Recentes
Economia Inclusiva: O papel das mulheres negras no fortalecimento do mercado brasileiro
'Vim De Lá: Comidas Pretas': Mariana Bispo apresenta especial sobre gastronomia brasileira com origem africana