Nos últimos dias, o caso dos ex-estudantes de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro), no interior de São Paulo, repercutiu nas redes sociais pelo chamado “punhetaço”, durante o torneio universitário Copa Calo, que ocorreu entre abril e maio deste ano. Os vídeos começaram a viralizar só no último final de semana e a Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito nesta segunda (18) para investigar o caso de importunação sexual durante o jogo feminino de vôlei entre as equipes da Unisa e da medicina de São Camilo.
Mas ainda há outro agravante para este crime que os internautas notaram nos vídeos: os universitários fizeram blackface para cometer atos obscenos, uma prática historicamente racista originada nos Estados Unidos.
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“Não bastasse o ato machista e criminoso que estudantes da Unisa fizeram contra jogadoras de vôlei, eles ainda estavam pintados de preto. Esse racismo também precisa ser denunciado, junto com a misoginia. Esperamos que respondam por tamanho absurdo. Simplesmente horrendo!”, publicou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) nas redes sociais, nesta terça-feira (19).
“Agora não me surpreende imagens em baixa resolução que deixem dúvidas se são homens negros porque ninguém cita o fato de que são brancos pintados de preto”, também criticou hoje, a deputada estadual Monica Seixas (PSOL-SP)
Em vídeos que circulam na internet, mostram os estudantes de medicina com shorts abaixados e tocando os genitais ao lado da quadra, onde jogavam as atletas de vôlei feminino, para simular a masturbação. Só após a repercussão do caso, a Unisa decidiu expulsar todos os envolvidos neste caso, na noite de ontem.
Antes dos internautas perceberem que também havia o crime de racismo neste caso, ex-jogadora de vôlei a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, havia se manifestado no Twitter ontem.
“Ser mulher, principalmente negra, no esporte é ter que lidar com violências diárias que tentam a todo custo nos retirar desses espaços. O comportamento dos alunos que invadiram o jogo do time de vôlei feminino da Universidade Santo Amaro é uma violência que não é isolada, e precisa ter responsabilização dos autores. Somos facilmente atacadas em público, em espaços que deveriam ser seguros para nós. Precisamos também criar mecanismos eficazes para segurança e proteção para as mulheres e enfrentar a violência de gênero. Não recuaremos! O esporte feminino continuará avançando!”, escreveu.
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