Nos países africanos de língua oficial portuguesa (Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) há uma combinação de artistas que têm transportado a sua cultura para palcos internacionais, colocando toda a lusofonia negra debaixo dos holofotes da indústria musical global.
Da kizomba ao afrobeat, passando pelo hip hop, estes artistas atingem milhões de visualizações e plays nas plataformas de streaming de áudio e vídeo e já lotaram casas de espectáculos nos quatro cantos do mundo, antes da pandemia revolucionar a nossa vida social.
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Abaixo, damos-te a conhecer oito artistas, de uma lista sem fim, que deves adicionar à tua playlist.
Nelson Freitas
Cantor, produtor e líder da produtora GhettoZouk, Nelson é dos artistas da atualidade mais relevantes no estilo Kizomba. De origem cabo-verdiana, o artista nasceu e cresceu na Holanda e vive atualmente em Lisboa, Portugal.
O seu sucesso começou no grupo Os Quatro, com hits que perduram na linha do tempo como “Kazanga” e “Última Viagem”.
Já a solo, o artista raramente lança um projeto que não faz sucesso. A prova são os milhares de visualizações de “Plena”, “Dpos de Quarentena” ou “Miúda Linda”.
No seu palmarés, tem diversos prémios, como Rotterdam Music Awards e MTV Music Awards África.
C4 Pedro
Artista angolano, a viver em Lisboa, conhecido como King Ckwa, é o autor de hits de kizomba como ”Tu És a Mulher”. A nível de participações, também tem vários sucessos como “Bo Tem Mel” com Nelson Freitas e “Love Again” com os quenianos Sauti Sol. Apesar de a kizomba ser o seu estilo artístico, C4 também se aventura por sonoridades diferentes como o rap, estilo predominante do seu último álbum “Bipolar”.
O cantor é também vendedor dos prémios Melhor Artista da África Central e Melhor Artista Lusófono pelos AFRIMMA.
Anna Joyce
Uma das vozes mais proeminentes de Angola, lançada pelo produtor e cantor cabo-verdiano Johnny Ramos. Integrou a produtora Bom Som, do famoso cantor angolano Anselmo Ralph, que a catapultou para a fama. Na sua discografia tem hits como “Curtição (resposta)”.
Buruntuma
Um dos maiores nomes da atualidade do afrobeat lusófono, DJ e produtor guineense que carrega na sua música a sua gente e a história de um país pequeno mas culturalmente extremamente rico. Com o nome inspirado de uma pequena vila na região de Gabú, no nordeste da Guiné-Bissau, Buruntuma vive atualmente em Portugal. A música que faz e toca é uma fusão de uma Lisboa multicultural. Os sets que cria são intemporais e vibrantes, onde as raízes africanas estão bem firmes, numa sinfonia que engloba o Afro house, House Ancestral, e sons Afro deep dos subúrbios de Lisboa para os bairros de Angola, França, Espanha, Alemanha, e recentemente do seu país natal, Guiné-Bissau.
Dino d’Santiago
Dino é português mas carrega Cabo Verde no sangue. Fruto da miscegenação da musicalidade portuguesa, cabo-verdiana e angolana, o artista tem transformado o tradicional Funaná (Cabo-Verde) numa sonoridade urbana contemporânea. Em 2019, o artista foi considerando um dos melhores do ano em Portugal, com o seu álbum “Mundu Nôbu” a vencer três estatuetas nos PLAY (Prémios da Música Portuguesa) em 2019: Melhor Artista Solo, de Melhor Álbum e Prémio da Crítica.
Soraia Ramos
A voz de Soraia Ramos é presença assídua nas festas, discotecas e rádios que difundem a música africana em Portugal. Dona de vários hits, tem origens de Cabo-Verde, tendo vivido parte da sua vida em França. Atualmente, em Lisboa, a cantora venceu o prémio de Melhor Artista da África Central, na 6ª edição dos African Muzik Magazine Awards 2020 (AFRIMMA).
Nenny
É uma artista prodígio, de 18 anos, que não se deixa rotular. Meio cantora, meio rapper, Nenny é um dos nomes da nova geração de maior crescimento no ambiente lusófono do outro lado do oceano Atlântico. Também com origens cabo-verdianas, a artista esteve muito recentemente num dos maiores palcos online do mundo, o alemão Colors Show, com duas atuações. Depois de ganhar popularidade com o single “Sushi”, em março de 2020 Nenny editou o seu primeiro EP, Aura, que conta com nove temas.
Mayra Andrade
É uma das vozes mais cativantes da lusofonia com base na Europa. Fruto da terra da eterna Cesária Évora, Mayra funde os ritmos tradicionais de Cabo Verde com as sonoridades dos países por onde já viveu. Entre eles, Cuba, França e agora Portugal. Habituada a esgotar casas de espetáculos renomadas na Europa, o último trabalho de Mayra intitula-se “Manga” respira electro beats e afro beats, num trabalho que evoca o savoir-faire de Romain Bilharz e Akatché, dois notáveis beatmakers do continente africano.
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