Texto: Rodrigo França
O elenco de “Ray” é uma verdadeira celebração da excelência artística, reunindo intérpretes que são, simultaneamente, excepcionais atores e cantores.
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César Mello (@cesarmellooficial) com uma presença marcante, entregando emoção e potência vocal que arrebatam o público. Sidney Santiago Kuanza (@sidney_santiago_kuanza) e Abrahão Costa (@abrahao_costaoficial) trazem profundidade e delicadeza às cenas, enquanto Luiz Otavio (@luizotavio.oficial) equilibra técnica e sensibilidade com precisão. Flávio Bauraqui (@flavio.bauraqui), em uma performance inesquecível, transita com maestria entre a dramaticidade e a leveza, arrancando aplausos e suspiros em cada aparição.
Leticia Soares (@letsoartes), com uma voz que parece abraçar o público, une carisma e domínio cênico. Luci Salutes (@lucisalutes), Lu Vieira (@luvieirali), e Roberta Ribeiro (@robertaribeiroeu) completam o elenco com atuações e interpretações vocais impecáveis, harmonizando o palco com energia e talento.
Já as crianças Caio Santos (@caio.santoss24) e Victor Morais (@victordbmorais) iluminam a trama com atuações sensíveis e autênticas, que cativam e emocionam. É uma equipe que não apenas dá vida aos personagens, mas também eleva a narrativa a um nível sublime.
A direção musical de Claudia Elizeu (@claudiaelizeu) e André Muato (@muatomuato) é um espetáculo à parte. A escolha de manter as canções na língua original é uma decisão corajosa e acertada, que respeita a essência da obra de Ray Charles e permite que o público seja transportado diretamente para o universo do artista. A banda ao vivo, composta por piano, baixo, bateria e sopros, não apenas acompanha, mas é personagem ativa da narrativa, guiando o espectador pelas nuances emocionais da trama. Os arranjos são precisos, entregando tanto a força dos momentos apoteóticos quanto a delicadeza das cenas mais intimistas. É um trabalho que não só respeita o legado de Ray, mas também o reinventa com maestria para o palco.
Carmem Luz (@carmenfilmdance), que assina a direção de movimento, coreografia e preparação corporal, é um dos pilares na construção desse espetáculo. Sua expertise e sensibilidade são evidentes no modo como os atores habitam seus papéis, como se cada um fosse não apenas guiado, mas também desafiado a explorar camadas mais profundas de seus personagens. Carmem não apenas propicia técnica, mas também inspira uma compreensão mais ampla da história e da cultura afro-americana que permeiam o espetáculo. Seu trabalho é um lembrete de que, por trás de grandes produções, há mentes e corações que dedicam suas vidas à arte, e seu impacto vai além do que se vê no palco – Carmem é luz é uma das maiores artistas que este país tem.
Os músicos — Luiz Otavio, Dan Motta, Jonas Ricarte, Johny Capler, Ramon Medina, e Rafael Gomes — são o alicerce sonoro da peça, entregando uma trilha ao vivo que pulsa com intensidade, guiando cada cena com precisão e arte. A simbiose entre músicos e elenco é tão perfeita que ambos se tornam um só organismo no palco, traduzindo a genialidade de Ray Charles em uma experiência sensorial única.
Um espetáculo transformador
“Ray”, escrito e dirigido por Rodrigo Portella e idealizado por Felipe Heráclito Lima, é mais do que uma celebração da obra de Ray Charles: é uma experiência que une música, teatro e história em um espetáculo inesquecível. A dramaturgia, ao explorar a relação entre pai e filho, toca em questões universais, ao mesmo tempo em que resgata um legado essencial para a cultura negra. A deslumbrante encenação propicia a integração perfeita entre elenco, direção musical, movimento e a força de uma equipe dedicada faz de “Ray” um espetáculo que não apenas emociona, mas transforma. Para quem o assiste, é impossível sair do teatro da mesma forma que entrou.
Se o legado de Ray Charles é o de romper barreiras e criar pontes culturais, essa montagem cumpre, no palco, esse mesmo papel. Um convite à reflexão e à celebração de uma vida que mudou a música e a luta por direitos civis. A temporada no Teatro B32 é uma oportunidade imperdível para vivenciar o que há de melhor no teatro brasileiro contemporâneo. O espetáculo voltará em 2025.
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Ressalto que este texto não se propõe a ser uma crítica jornalística ao espetáculo, mas sim um olhar atento e apaixonado de alguém que é espectador, operário e amante da arte. É uma reflexão pessoal sobre as emoções, os detalhes e a grandiosidade que essa obra provoca em quem a vivencia. Uma celebração ao talento e à dedicação de todos os envolvidos, com a sensibilidade de quem também constrói e se inspira no universo artístico.
Ficha Técnica:
Elenco adulto: Cesar Mello, Sidney Santiago Kuanza, Abrahão Costa, Luiz Otavio, Flávio Bauraqui, Leticia Soares, Luci Salutes, Lu Vieira, Roberta Ribeiro. Elenco infantil: Caio Santos e Victor Morais. Músicos: Luiz Otavio, Dan Motta, Jonas Ricarte, Johny Capler; Ramon Medina e Rafael Gomes Idealização e Direção Artística: Felipe Heráclito Lima. Dramaturgia e Direção: Rodrigo Portella. Direção Musical e Arranjos: Claudia Elizeu e André Muato. Cenografia e Direção de arte: Gustavo Greco. Figurinos: Karen Brusttolin. Preparação corporal: Carmen Luz. Visagismo: Fabiane Monteiro. Tecladista e músico ensaiador: Dan Motta. Diretora Assistente: Glaucia da Fonseca. Programação Visual: Beto Martins. Fotos: Ale Catan. Consultoria de Dramaturgia: Luh Mazza. Colaboração de Dramaturgia: Milla Fernandez. Desenho de Luz: Gabriele Souza. Sound design: André Breda. Coordenação geral: Maria Angela Menezes. Direção de produção: Amanda Menezes. Produção executiva: Juliana Domingos. Assistente de produção: Carolina Camelo. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Manutenção de Mídias Sociais: Jéssica Christina. Gestão de Tráfego: Lead Tráfego. Captação de apoios: Gerardo Franco. Operador de som: Bob Reis. Camareira: Rosa. Gestão de projeto e prestação de contas: Felipe Valle e Mariana Sobreira (Fomenta Soluções Culturais). Supervisora de projeto: Juliana Trimer. Analista de projetos incentivados: Thiago Monte. Assistente de projetos: Bayron Alencar. Patrocínios: Chilli Beans e Hospital de Olhos. Apoios: Oncoclínicas, EAI?! e Casa Almeida. Apoio Institucional: Fundação Dorina Nowill para Cegos.
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