A escola de teatro e música do Reino Unido, Guildhall School of Music and Drama, pediu desculpas formais a Michaela Coel e Paapa Essiedu, destacando o ‘racismo terrível’ que os dois atores viveram enquanto estudavam dentro da instituição.

Recentemente, Essiedu falou sobre como um professor usou insultos raciais durante um exercício de improvisação. O professor, que não teve o nome revelado, interpretou um agente penitenciário em busca de drogas entre os presos, retratado pelos alunos. “De repente, ele gritou: ‘Ei você, negro, o que você tem atrás de você?’”, disse Essiedu ao The Guardian. “Aquele foi um verdadeiro momento de ‘paradas no tempo’. Era como, certamente isso não pode estar acontecendo. Ficamos tão chocados que ficamos na improvisação, então pensamos: ‘Não, não temos nada atrás de nós’. Ficamos chocados com o que aconteceu e chocados por ter saído da boca de um professor.”

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Michaela Coel e Paapa Essiedu durante o Emmy 2021. Foto: Getty Images.

Essiedu contou ao The Guardian que ele e Coel eram os únicos alunos negros da classe de teatro e que passaram por diversas situações de racismo. “Isso mostra claramente uma falta de respeito e compreensão de qual é a experiência de alguém que está nessa posição, nessa pele, nessa instituição”, disse o ator em comunicado.

Nesta sexta-feira (10), a Guildhall School emitiu uma declaração, dizendo: “A Guildhall School pede desculpas sem reservas pelo racismo experimentado por Paapa Essiedu, Michaela Coel e outros ex-alunos enquanto estudavam na escola. As experiências que Essiedu compartilha foram terríveis e inaceitáveis. Desde então, empreendemos um programa de ação sustentado para abordar e desmantelar o racismo sistêmico de longa data dentro do programa de atuação, incluindo a encomenda de um relatório externo sobre o racismo histórico e um processo abrangente e contínuo de treinamento e reflexão da equipe”.

Guildhall School of Music & Drama em Londres. Foto: Reprodução.

A escola também prometeu ter um “novo desenvolvimento significativo” de seu currículo de atuação, incluindo uma reestruturação da equipe departamental com uma nova ênfase em inclusão, representação e bem-estar.

Coel já havia falado sobre uma experiência racialmente carregada de preconceito dentro da Guildhall School. “Fui chamada de negra duas vezes na escola de teatro”, disse a estrela de ‘I May Destroy You’. “A primeira foi de uma professora durante uma improvisação de ‘caminhada no espaço’ que não tinha nada a ver com raça. ‘Oi negra, o que você tem para mim?’ Nós, estudantes, continuamos andando no espaço, os dois meninos negros e eu nos entreolhando sempre que passávamos”, disse Coel. “‘Com quem ela está falando?’, sussurrávamos. ‘Rapaz, não eu.’ ‘Nah, isso foi para você.’ Passando a responsabilidade como uma batata quente, abafando nossas risadas. Eu me pergunto o que os outros alunos pensaram de nossa cumplicidade.”

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