Foto: Ricardo Cardoso
Espetáculo “Encontros Tropicais: Frequências do Gueto” celebrou os ritmos musicais originários das periferias que inspiraram a música “Na atividade”, composta pela IZA e talentos dos guetos do Brasil na série de Devassa “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto”
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Quem esteve ontem na Concha Acústica do Teatro Castro Alves pode conferir de perto um dos momentos mais bonitos da retomada dos eventos presenciais no Brasil.
Cerca de 1.600 pessoas lotaram o espaço que foi tomado de muita música e um sentimento de celebração à cultura afro-brasileira por meio dos ritmos criados pelo povo preto.
Com uma estrutura de palco que remete as antenas parabólicas das periferias brasileiras, iluminação e dançarinos, o espetáculo foi pensado do início ao fim para contar a história dos ritmos que nasceram nos guetos do país.
A atriz Nara Gil que deu vida à apresentadora de rádio DJ Afroblack, em alusão à sua famosa personagem DJ Black Boy na novela “Armação Ilimitada” (1985-1988), foi um show à parte. Conduziu com maestria os intervalos dos três blocos temáticos do espetáculo, com releituras de hinos nacionais.
Foto: Ricardo Cardoso
O show começou revisitando o gênero musical que originou vários outros, o samba, ritmo que nasceu marginalizado, já foi proibido e desde sempre retrata a realidade das periferias trazendo em suas letras cheias de suingue e malemolência a mensagem de resistência – que segue fazendo escola no rap e no funk atuais.
Os sambas clássicos de Dona Ivone Lara e Leci Brandão marcaram esse bloco e colocaram todos os presentes pra cantar. Carlinhos, Larissa e Rafa, trouxeram uma nova roupagem para os clássicos com a batucada que balança o gueto desde o início do século.
Larissa Luz, visivelmente emocionada, fez uma das performances mais lindas da noite (confira nossa cobertura nos stories do Instagram).
Foto: Ricardo Cardoso
Num segundo momento, o show abriu espaço para a Black Music dos anos 1970 e 1980, mostrando como o soul, à disco e a tecnologia eletrônica invalidam as pistas de dança no Brasil.
Foto: Ricardo Cardoso
Os bailarinos embarcaram no momento baile, com o protagonismo da dança, refletindo sobre como num momento de grande repressão e autoritarismo a criatividade tropical consegue se reinventar no gueto, e um movimento de orgulho e exaltação da cultura negra ganha forma.
Outro ponto alto da noite foi quando os convidados WD e Jéssica Ellen se uniram aos anfitriões Carlinhos, Larissa e Rafa para revisitar sucessos de Cassiano, Tim Maia e Jorge Ben Jor.
Foi também nesse bloco que Jessica Ellen entregou uma performance cheia de poesia. Já Carlinhos embalou o hit Tem Namorada para celebrar todas as formas de amar.
Para encerrar o último bloco do espetáculo chega aos anos 1990, quando a herança rítmica da música de pista tropicaliza a raiz ancestral para criar novas sonoridades.
Um momento onde tudo que é atual ganha destaque. O funk carioca, pagodão, rap,trap e afrobeats que explode atualmente nas periferias.
O último ato do espetáculo celebrou com toda riqueza de cenografia, iluminação e dançarinos a nova história da música popular brasileira que continua nascendo e resistindo nos guetos. Criolo, WD e Banda Didá e os anfitriões Carlinhos, Larissa e Rafa dividiram os vocais com talentos de periferias brasileiras descobertos por Devassa na série “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto”.
Foi também quando a Didá Banda Feminina, emocionou o público trazendo o que há de mais belo na cultura afro-brasileira.
Foto: Ricardo Cardoso
Um momento de celebração e reencontro do público com os artistas que ficará guardado na memória de quem esteve presente.
Confira a cobertura completa em nosso perfil do Instagram @sitemundonegro.
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