
As cotas em concursos públicos vêm ganhando a adesão em diversas cidades e Estados do país. Em dezembro de 2015, o Governador do Estado do Maranhão, Flavio Dino, sancionou a lei que destina 20% das vagas dos concursos públicos estaduais para negros. Em São Paulo, em lei aprovada em 2013, a prefeitura também reservou a mesma porcentagem de vagas para candidatos à cargos municipais que se declarem negros no momento da inscrição conforme o quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Entendemos que ações afirmativas são muito mais do que cotas e queremos difundir esse conceito aqui em São Paulo. Não é fácil, nem simples”, explica o Secretário de Igualdade Racial de São Paulo, Mauricio Pestana. Além das cotas, a prefeitura está de olho nas empresas que prestam serviços ao município, no que diz respeito à diversidade de seus funcionários.
Em evento realizado no último dia 28 de janeiro, a prefeitura de São Paulo, em parceria com o Instituto Ethos apresentou o “Perfil Social, Racial e de Gênero dos 200 Principais Fornecedores da Prefeitura de São Paulo”. O estudo buscou fazer um perfil dos funcionários e dirigentes das empresas que prestam serviço à prefeitura do São Paulo por meio de um corte de raça, gênero, idade (pessoas acima de 45) e empregados com deficiência física. Os pesquisadores usaram como parâmetro dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), de 2013 que mostram um perfil geral dos funcionários de empresas paulistanas.
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“Essa pesquisa veio para subsidiar políticas públicas de diversidade e inclusão”, explica Gabriela Santos, coordenadora de projetos do Instituto Ethos. Segunda ela os dados revelaram o esperado e as empresas não se preocupam em investir em metas que busquem a igualdade.
Maioria dos prestadores de serviço não praticam ações afirmativas
Das 53 empresas paulistanas analisadas pelo estudo, apenas 8% afirmam ter algum tipo de política visando promover a igualdade entre negros e bancos no quadro de funcionários. O estudo mostra, que nem ao mesmo nos programas de estágio e trainees as empresas as empresas têm estratégias para incluir mais negros, que representam 37% da população de São Paulo.
Os dados da Rais, que mostram a diversidade das empresas paulistanas como um todo, apontam que os homens negros representam apenas 4,02% dos cargos diretoria e mulheres negras, 1,62%. A presença negra só aumenta um pouco entre os funcionários jovens, contratados nos programas de “aprendiz”, onde negros e pardos representam 43 % dos funcionários.
“Apesar de ter aumentado o nível de escolaridade dos negros, sobretudo das mulheres negras, isso não tem se refletido dentro das empresas”, destaca Gabriela do Ethos.
A falta de qualificação dos negros para os cargos é a explicação dada por 59% das empresas, para justificar a ausência desse segmento no quadro de funcionários.
Para obter a pesquisa completa, clique aqui.
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