Em cerimônia solene realizada na última segunda-feira, 18, na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, Emicida foi homenageado com a maior honraria do legislativo paulista. Ao receber o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, o rapper fez um discurso agradecendo a cultura Hip Hop e destacou a importância de manter nossa humanidade: “A gente precisa criar não só uma cidade, mas um Estado onde as pessoas sintam que elas são gente e parte dessa grandiosidade”, disse.
Durante a sessão solene realizada na segunda-feira, Emicida recebeu o Colar de Honra ao Mérito Legislativo pelo trabalho cultural e social desenvolvido em prol do Estado ao longo de quase 20 anos de carreira. A homenagem foi proposta pela deputada Paula da Bancada Feminista (Psol), que junto às outras quatro deputadas que formam a bancada.
Notícias Relacionadas
A$AP Rocky é homenageado no FNAA Awards e celebra com Rihanna em noite de glamour e sintonia
Kerry Washington realiza sonho dos pais ao ganhar estrela na Calçada da Fama: “Se tornou realidade"
No discurso de agradecimento, o rapper detalhou como a cultura Hip Hop foi importante em sua vida: “A cultura Hip Hop é uma cultura maravilhosa. Eu devo a ela tudo o que eu tenho. Eu devo a ela minha capacidade de sonhar, porque eu sempre fui um jovem muito tímido e descrente da minha capacidade. Mas foi no momento que eu escutei disco de rap que eu senti que eu tinha um lugar no mundo, foi o momento que eu, depois de viver várias das coisas desagradáveis que eu tinha vivido, senti que minha pele era bonita, que meu cabelo era bonito, que eu descendia de um povo importante, que pessoas parecidas comigo tinham construído a grandiosidade desse país, embora apagadas. No momento em que eu percebi isso, eu me senti gigante. Quando eu pego minha caneta, quando eu pego o microfone, quando eu subo no palco é só uma tentativa de agradecer tudo que essa cultura fez comigo”, disse ele.
O rapper pontuou a necessidade de São Paulo priorizar o cuidado com as pessoas: “São Paulo não pode ser sequestrada por essa noção equivocada de progresso. Muito Pelo contrário, nossa capacidade de fazer coisas grandiosas precisa abrir espaço para que nossa humanidade seja sempre maior do que as pontes que a gente tem, do que os viadutos que a gente tem, do que os prédios que a gente tem e do que os bancos que esse estado ostentam. A gente precisa criar não só uma cidade, mas um Estado onde as pessoas sintam que elas são gente e são parte dessa grandiosidade”.
Nascido em São Paulo, Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido como Emicida, é uma das maiores referências do hip-hop nacional e internacional. O rapper começou nas batalhas de MCs paulistas e em 2009, lançou mixtape “Pra quem já Mordeu um Cachorro por Comida, até que eu Cheguei Longe…”.
“Às vezes nosso trabalho é muito solitário e a gente não tem a percepção do quão grande são as coisas que nós estamos fazendo, mas isso muda a vida das pessoas de uma maneira muito poderosa”, lembrou Emicida.
Rashid, amigo de Emicida, lembrou a origem humilde e as dificuldades enfrentadas pelo rapper no início da carreira: “Conheci o Emicida há 20 anos atrás e da forma mais hip-hop possível, na Batalha do Santa Cruz. Eu vi de onde esse cara veio […] e se tornou uma das maiores figuras da nossa cultura”.
Como homenagem à cultura das batalhas de rima, a Batalha da Matrix, de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, esteve presente no evento.
Notícias Recentes
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas
Leci Brandão celebra 80 anos e cinco décadas de samba em programa especial da TV Brasil