Neste sábado (25), o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o presidente do Benin, Patrice Talon, reuniram-se na Casa do Benin, no Centro Histórico de Salvador, para debater acordos de cooperação entre a capital baiana e o país africano. Um dos principais pontos discutidos foi a criação de um voo direto entre Salvador e Cotonou, a maior cidade beninense.
A criação do voo direto é vista como uma importante iniciativa para estreitar os laços entre Salvador e o Benin. A proposta é que a nova rota aérea seja subsidiada pelos governos do Brasil e do Benin, tornando os valores das passagens mais acessíveis.
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Patrice Talon, presidente do Benin, corroborou a importância da iniciativa, afirmando que o voo direto aumentará a conexão entre as populações dos dois locais. “Decidimos que, para a criação desse voo direto, financiaríamos as passagens aéreas. Nos dois primeiros anos, vamos financiar estas passagens e fazer com que ninguém pague mais do que R$ 2.500”, destacou o presidente.
Durante o encontro, foi anunciado que uma comitiva do Benin visitará Salvador em julho para continuar as discussões sobre os acordos de cooperação. Em agosto, uma delegação da capital baiana irá ao Benin para aprofundar os debates.
No mesmo dia, Patrice Talon foi homenageado com o título de cidadão soteropolitano e recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares, entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz.
Durante o encontro, o prefeiro Bruno Reis destacou os esforços da cidade para promover o afroturismo, mencionando o programa “Salvador Capital Afro”, que visa projetar a cidade no cenário nacional e internacional. “Nós somos a cidade mais negra fora da África, 83% da nossa população é negra. E temos muito orgulho disso. É assim que nós temos que nos apresentar para todos que vieram nos conhecer e, sem sombra de dúvidas, há aí um grande potencial”, enfatizou o prefeito.
Recentemente, o governo do Benin apresentou um projeto de lei ao seu Parlamento uma proposta que tem como objetivo conceder cidadania a descendentes da diáspora. De acordo com o projeto de lei, qualquer pessoa no mundo que possua ancestrais da região da África Subsaariana, deportados fora do continente africano como parte do comércio de escravizados, pode ser elegível para obter a cidadania beninense. As condições para obtenção da cidadania incluem fornecer prova de afrodescendência através de documentos oficiais, testemunhos autenticados ou testes de DNA.
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