Em Santa Catarina, na cidade de Criciúma, uma denúncia de racismo causou revolta e indignação. Tudo começou quando uma representante da marca Carmen Steffens declarou, através de um áudio, que modelos negras não eram decentes, eram mal encaradas, esquisitas e que não possuíam o nível para utilizar as peças da marca. O áudio foi revelado nas redes sociais através da empresária Bia Vargas.
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O áudio da funcionária foi direcionada às mulheres negras que participavam de um concurso comunitário da cidade, chamado de ‘Garotas Diva’s Black da Comunidade’. Após o ocorrido, a loja Carmen Steffens Criciúma emitiu uma nota comunicando o desligamento da colaboradora. “Informamos que a responsável pelo áudio não faz mais parte do grupo Carmen Steffens, que preza por total diversidade étnica em toda sua história de 30 anos no mercado de moda“, declarou a marca.
Depois disso, a própria Bia Vargas utilizou seu perfil nas redes sociais, mais uma vez, para denunciar que a fala da funcionária demitida, segundo ela, também passou pelo aval de outros representantes e superiores dentro da loja em Criciúma. “Este não é um caso isolado e nem é responsabilidade exclusiva da funcionária que aparece nos áudios. Não é uma decisão unilateral. É uma política institucional da empresa”, declarou a empresária.
No último dia 1 de dezembro, as finalistas do ‘Garotas Diva’s Black da Comunidade’ realizaram um ato pacífico de protesto em frente à loja da Carmen Steffens. O grupo também promoveu um desfile, trazendo a conscientização sobre o racismo. “É fundamental que as empresas reconheçam a importância de criar espaços de discussão sobre o racismo nos meios corporativos. Precisamos urgentemente de letramento racial, para que discursos discriminatórios e preconceituosos deixem de ser perpetuados. Essa luta não se trata apenas de uma punição individual, mas sim de um comprometimento coletivo em acabar com esses tipos de pensamentos e comportamentos”, declarou os representantes do concurso em nota.
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