Em novo livro, Rodrigo França revisita experiências vividas em reality show e convida o público a refletir sobre racismo estrutural

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Em novo livro, Rodrigo França revisita experiências vividas em reality show e convida o público a refletir sobre racismo estrutural

Articulador cultural, ator, diretor, dramaturgo, artista plástico, filósofo, cientista social e ativista pelos direitos da população negra, Rodrigo França decidiu, em 2019, aceitar o convite para participar de um reality show de enorme audiência. Com isso, poderia levar um pouco do profundo debate sobre o racismo ao horário nobre da televisão brasileira. Agora, em Confinamentos & afins, livro que escreveu em colaboração com Adalberto Neto e está lançando pela Agir, o autor revisita algumas das experiências que viveu no programa para, a partir daí, refletir sobre silenciamento social, assédio, violência simbólica, intolerância religiosa e muitos outros temas. 

Ao longo da obra, Rodrigo convida os leitores a pensar o conceito de confinamento de forma ampla, para além da ideia de se estar preso em um cômodo ou uma casa. E para o povo negro especialmente, lembra o autor, existem muitas formas de confinamento. “Estamos sempre em busca de uma suposta liberdade, mas ainda há corpos que estão sendo vigiados a todo momento”, explica. “Há corpos perseguidos em lojas, examinados pelas câmeras de segurança, vistos como potenciais criminosos”. Tudo isso é discutido no livro de forma clara e, acima de tudo, com um discurso que convoca à empatia. 

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No prefácio que preparou para a obra, a jornalista e influenciadora digital Maíra Azevedo, a Tia Má, fala da importância de ver uma turma de competidores negros na telinha e exalta as palavras conciliadoras de Rodrigo durante o jogo – apesar das perversidades direcionadas a ele. “Ele era literalmente um professor ali, diante de várias câmeras, tentando ensinar”, diz. “Acredito que a sua missão no programa não foi ganhar um milhão, foi nos mostrar o quanto o amor preto cura, liberta e salva!”

Sempre disposto a engajar o público na luta antirracista, Rodrigo ainda inclui no livro uma lista de palavras, expressões e comentários que devem ser evitados, a todo custo, por sua conotação depreciativa para o povo negro. Além disso, sugere aos leitores uma série de livros e filmes que mostram como o racismo vem moldando a sociedade e as relações humanas ao longo dos séculos. Confinamentos & afins oferece assim ferramentas imprescindíveis para quem quer se informar sobre diversos tipos de racismo — estrutural, institucional, linguístico, religioso — e ajudar a combatê-los.

https://www.instagram.com/tv/CFcgHLlJLXk/

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