A Advocacia Preta Carioca reunirá mais de 260 advogados pretos no dia 13 de julho, em seminário que discutirá, entre outros temas, Direitos Humanos e Violência Racial no Estado.
Em entrevista ao MUNDO NEGRO, a advogada Angela Borges Kimbangu, fundadora da APC, falou sobre a importância de realizar este evento. “É o primeiro seminário de advogados pretos falando de matérias do direito e pessoas da advocacia que não são pessoas famosas, mas que são competentes e não falando de intolerância religiosa e racismo como que é o usual. As pessoas veem a gente como preto e os advogados acham que falamos só de racismo e intolerância religiosa”.
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Para a advogada, o evento reforça uma representatividade significativa para a comunidade negra e jurídica. “Não é um evento de uma comissão da OAB, é uma construção do nosso coletivo de fora para dentro. Ou seja, os advogados não acreditam na OAB. Nós viemos fazendo um trabalho de mostrar a importância de empretecermos a Ordem dos Advogados do Brasil”.
A organização já tem visto o impacto da organização de luta dos advogados. “Essa violência causada pelo racismo está dentro também da instituição. A gente precisa estar, não só como eles querem que nós estejamos, numa comissão de combate ao racismo e intolerância religiosa, mas em todas as comissões. E nós conseguimos isso a partir da Advocacia Preta Carioca”.
“O primeiro seminário é o rompimento de uma bolha. É um marco histórico dentro da história da advocacia no Rio de Janeiro. É aberto ao público em geral e eu considero um momento importante, sobretudo entre os pretos”, finaliza a advogada.
A APC esteve presente no protesto contra os assassinatos de pessoas pretas no Rio de Janeiro, como o congolês Moïse, Durval, nas chacinas do Jacarezinho e Vila Cruzeiro. Realizou atividades de formação de consciência com Lázaro Ramos, apresentando pré-candidaturas de pessoas pretas em oposição a violência no Estado.
Veja a programação:
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