Estamos em novembro, o mês da paciência negra. E quanto mais perto chegamos do dia 20, menor ela fica. Assim como a consciência de branco racista que se auto declara aliado da luta negra sem efetivamente fazer algo com e por nós. Ainda que, frequentemente tenha atitudes racistas e não as perceba, pois em sua mente, é impossível que alguém com tanto conhecimento político e cultural como ele, reproduza esse tipo de atitude.
Mas, meu caro amigo antirracista, eu sinto em lhe dizer que você ainda é racista. E isso talvez lhe doa, mas este não é para ser um texto confortável. A última vez que lembrou da população negra? Novembro do ano passado. Antes disso? No caso do George Floyd. É muito fácil se pronunciar sobre casos que tomam uma proporção enorme. Na verdade, é mais do que fácil, é benéfico. Faz com que você pareça inteligente, engajado, bem informado. Mas e quanto aos casos de racismo que acontecem na sua vizinhança, no seu trabalho, na faculdade? Você também se rebela ou finge que não sabe, afinal, pra que comprar uma briga que não é sua e ganhar fama de barraqueiro, não é mesmo?
Notícias Relacionadas
FOTO 3X4: Rudson Martins – Produtor de Elenco
O que a vitória de Donald Trump representa para os afro-americanos
Estamos em novembro, o mês da paciência negra. Mês esse em que além das empresas lembrarem da existência de mais de 54% da população, os outros 46% também lembram. A diferença entre um e outro é apenas o tipo de marketing, que no segundo caso, é o marketing pessoal. Compartilhar uma imagem dizendo ”Em uma sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, é um tanto quanto fácil. Mas se questionarmos essas pessoas sobre como, no dia-a-dia , elas colocam essas ações antirracistas em prática…o som fica um pouco abafado, um murmúrio difícil de ouvir, uma desconversa.
Eu sei que provavelmente você crê que ter compartilhado uma foto preta há um ano e meio atrás com a #Blackoutthursday, é o suficiente. E pensa que se sentir atraído por um ”negão de black power” automaticamente te excluí desse texto. Eu sinto em lhe dizer, mas todo o conteúdo sobre história e cultura negra que você consome vindo de estudiosos brancos também não é o caminho. Esse não é um texto para te ensinar o que fazer ou não. Pesquise e saberá. Leia estudiosos negros, e se for encher de perguntas o seu amigo negro, sugiro que reduza tudo a uma e peça a ele para apontar quais atos racistas você já teve que são do conhecimento dele. Essa é uma violência que nem sempre é tão escancarada para quem faz ou para quem vê de fora. Mas para quem está na pele, cada detalhe conta.
Então, parafraseando um viral recente da internet: E fora dos stories, você é antirracista?
Notícias Recentes
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes
Sueli Carneiro se torna a primeira brasileira reconhecida como cidadã beninense