Aos 55 anos Dona Jacira, mãe de Emicida e Fióti, passou a confeccionar então bonecas de pano em parceria com pessoas que moram no Cachoeira, bairro na Serra da Cantareira, na Zona Norte de São Paulo.
Feitas artesanalmente com retalhos descartados por confecções de vestuário, todas as bonecas passam pelas mãos de Dona Jacira. “Assim como nós, todas são únicas. Elas variam no tamanho, na estatura, no perfil e no gênero, pois não retratam somente mulheres cisgênero. Nenhuma se repete. Gosto de pensar que essas diferenças são como as personalidades de cada uma delas”, diz. “Quando eu brinco de boneca, é como se eu estivesse pegando a minha criança pelas mãos para cuidar dela”, completa.
Notícias Relacionadas
Medalhista olímpica, Bia Souza é indicada ao prêmio de melhor judoca do mundo em 2024
Projeto Paradiso e Empoderadas anunciam residência para roteiristas negras na Espanha
“Na minha infância, brincar era quase um pecado, tudo era voltado ao trabalho. A gente praticamente tinha que fugir para brincar”, lembra Dona Jacira. Como parte da campanha de Dia das Mães da Laboratório Fantasma, ela estende o convite de brincadeira e reconexão a outras mulheres que tiveram a sua infância roubada. A boneca já está disponível.
Além disso, a matriarca da LAB e autora do livro “Café”, Dona Jacira aproveita o momento também para estrear o podcast Estórias de Família, disponível em todos os serviços de streaming.
Ao longo de oito episódios, ela explora muitas das suas memórias. Quando pensou no formato do seu podcast, a artista dividiu a sua história de sete em sete anos.
Tal decisão veio inspirada pela teoria dos setênios, que faz parte da linha do pensamento antroposófico e entende a vida, as evoluções e as mudanças do corpo humano, além de emoções e atitudes, em ciclos de sete anos. “Foi então que percebi que a teoria não poderia ser aplicada à uma vivência em que a segregação existe. Imagine que aos 14 anos eu já estava casada e com dois filhos…”, explica. Ao seu modo, Dona Jacira segue de sete em sete anos de maneira cativante e com a certeza de que cada pessoa tem uma forma de existir. Ela conta a sua.
Notícias Recentes
Câmara de Salvador aprova projeto para adaptar capelos de formatura a cabelos afro
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes