Djimon Hounsou fala sobre desvalorização em Hollywood e destaca sua dedicação com africanos da diáspora

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Djimon Hounsou fala sobre desvalorização em Hollywood e destaca sua dedicação com africanos da diáspora
Foto: Yves Salmon/The Guardian

O beninense Djimon Hounsou, ator indicado ao Oscar pelo filme ‘Diamante de Sangue‘, é a nova capa digital da revista OkayAfrica. Em entrevista publicada nesta terça-feira, 17, o artista com mais de 30 anos de carreira revelou que decidiu não se concentrar no que Hollywood não lhe proporcionou, para colocar energia no que pode oferecer ao mundo. 

Com o dinheiro obtido com a carreira de ator, desde 2019, ele tem se dedicado à Fundação Djimon Hounsou, uma organização para combater a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos, e para ajudar os africanos na diáspora a se reconectarem com suas raízes ancestrais, culturais e espirituais. “O resultado do comércio transatlântico de escravos é uma perda de conhecimento […] Se não sabes de onde vens, não sabes onde estás”, disse.

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Entre uma das ações da sua organização, a Fundação lançou o Africa Reconnect, uma série anual de eventos musicais e esportivos. A peça central é a Run Richmond, uma corrida/caminhada de 16,19 quilômetros, projetada para destacar locais históricos em Richmond, onde se acredita que o primeiro navio negreiro atracou em 1619. A edição deste ano será realizada em 21 de setembro, e nos próximos anos ocorrerá em Liverpool no Reino Unido e em Ouidah, no país natal de Hounsou.

O ator contou durante a entrevista que conseguiu atingir uma de suas primeiras ambições: retratar personagens de integridade em vez daqueles que perpetuam estereótipos, particularmente de africanos. “Às vezes ouço comentários de estúdios como, ‘Oh, Djimon Hounsou é nobre demais para interpretar esse papel’. É bom ouvir que os estúdios estão pensando isso”. No dia 14 de novembro, ele chega aos cinemas no elenco do longa ‘Gladiador 2’.

Embora ele tenha atuado em quase 60 filmes, incluindo uma série de títulos da Marvel e da DC, muitos fãs continuam questionando a falta de papéis protagonistas para Hounsou. Em 2023, o ator disse ao Guardian que se sentiu “enganado” por Hollywood e que não se sentia recompensado de forma justa por seu trabalho. “Não mudou muita coisa desde então, então ainda me sinto assim. Continuo com a mesma citação que eu disse”, disse nesta nova entrevista.

Hounsou sente que ainda falta algo na carreira, mas agradece as oportunidades que teve até o momento. “Consegui sustentar uma carreira, e acho que isso é algo a ser destacado e reconhecido”, disse.

“Eu apenas mantenho isso vago em termos do tratamento [in]justo da indústria porque, no final das contas, não posso culpar os estúdios. Os estúdios têm me apoiado bastante e me abraçado muito”, apontou. “Sinto um grande orgulho de ter vivido em três continentes diferentes e de ter sobrevivido na indústria cinematográfica. É como nadar em águas infestadas de tubarões — você pode conseguir, ou não”, afirmou.

Djimon foi indicado duas vezes como Melhor Ator Coadjuvante no Oscar por sua atuação em “Terra de Sonhos” (2004) e “Diamante de Sangue” (2007)

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