Diversidade na Infância: o caminho para uma sociedade mais inclusiva e saudável

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Diversidade na Infância: o caminho para uma sociedade mais inclusiva e saudável
Foto: Freepik

Texto: Rachel Maia

O melhor e maior presente que uma criança pode e deve receber é que o seu direito de ser e existir como criança seja respeitado e praticado em todos os espaços. Um estudo sobre os traumas psicológicos na primeira infância e o desenvolvimento de transtornos mentais na vida adulta foi usado como mote para este texto.

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Um trecho que vale ressaltar diz que os cuidados primários são essenciais para a estruturação psíquica e a aquisição de habilidades de regulação afetiva, capacidade reflexiva e autonomia. Vale lembrar que crianças se tornaram adultos e que traumas praticados na infância podem causar transtornos mentais, como mostra o artigo, publicado no portal da Atena Editora.

Os dados de crianças com depressão e transtorno de ansiedade têm crescido e o impacto dessa realidade afeta principalmente lares de crianças negras e famílias de baixa renda. Não é a primeira vez que falo aqui sobre saúde mental, mas noto a importância de focarmos na infância, para que em um futuro próximo essa pauta não tenha o peso que tem neste momento.

Quando uma criança se torna vítima de agressão, preconceito, violência física ou psicológica na primeira infância — que vai do zero aos seis anos de idade — por ser diferente do que a sociedade entende como normativo, ela está acometida ao sofrimento solitário e contínuo, uma vez que a sociedade não faz um movimento na base para discutir sobre o assunto e principalmente sobre a diversidade.

A escola, por exemplo, é o lugar que deveria ser referência na temática, mas, vejamos: a escola é a extensão da sociedade e com isso é também lá que se reproduzem comportamentos vivenciados nos lares. Crianças repetem padrões que evidenciam o contexto histórico do país, que não está aberto para conviver com outras maneiras de ser e existir —  estamos falando de crianças criadas por mães solo, negras, indígenas, frutos de relacionamentos homoafetivos, neurodivergentes ou com algum tipo de deficiência física.

Quando entendermos que todos têm direitos iguais perante a lei, as práticas nos meios serão condizentes com a pluralidade dos indivíduos que fazem parte dela. Ensinar aos futuros adultos — que por sua vez não nasceram racistas ou preconceituosos — que somos diversos e que isso só nos enriquece, fará com que a sociedade se aceite em sua totalidade. 

O preconceito, seja ele de raça, religião, gênero ou orientação sexual, na infância ainda é um tabu, tanto nas famílias quanto nas escolas. O impacto desse comportamento excludente e a falta de ações que solucionem estas demandas expõem as crianças a um risco da arquitetura cerebral com consequências como o transtorno do sono, irritabilidade, desenvolvimento do medo e piora da imunidade, conforme exemplifica o estudo sobre primeira infância e negritude do Centro de Liderança Pública (CPL) que se refere a crianças negras que são acometidas ao racismo.

Os relatos das famílias e de seus filhos que sofrem discriminação evidenciam que quem educa está potencializando as diferenças de maneira negativa e que esse tipo de comportamento não será mais tolerado. Hoje, há escolas, principalmente as particulares que têm predominância de alunos brancos (por conta da estrutura desigual), redesenhando as narrativas do convívio social, com o ingresso de alunos negros e o posicionamento dos pais, porém os fatos decorrentes nos sinalizam que ainda há muito que fazer. Lembrem-se: toda criança e adolescente é um sujeito de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, e demanda proteção integral e prioritária por parte da família, da sociedade e do Estado. Isso é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal N° 8.069, de 13 de julho de 1990, regulamentada no artigo 227 da Constituição Federal.

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