As comidas juninas são um deleite para os paladares durante as festividades típicas do mês de junho no Brasil. Essa tradição culinária traz consigo uma rica diversidade cultural, refletindo as influências de diferentes etnias que compõem a história do país. Entre essas influências, destaca-se a contribuição da culinária afro-brasileira, que trouxe sabores e técnicas únicas para a mesa junina.

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Cuscuz. Foto: Reprodução.

Dentre as iguarias afro-brasileiras que se tornaram populares, podemos destacar a pamonha, o mungunzá, a cocada e o cuscuz. A pamonha é um prato feito com milho verde ralado, leite de coco e açúcar, envolto em palha de milho e cozido. Sua origem remonta às tradições indígenas, mas foi incorporada à cultura afro-brasileira, especialmente na região Nordeste do país.

“Tem muita gente que não sabe, mas a pamonha também é uma influência africana na culinária brasileira. Ela é uma variação de um bolinho chamado acaçá. Feita com milho, é misturada ao leite e enrolada na própria palha — podendo ser encontrada na versão doce e salgada”, diz o Chef Pedro Barbosa em conversa com o MUNDO NEGRO.

Pamonha. Foto: Reprodução / Internet.

O mungunzá, também conhecido como canjica, é outro prato típico afro-brasileiro bastante apreciado nas festas juninas. “Essa é uma iguaria afro-brasileira que algumas regiões até reconhecem como item indispensável das festas juninas. Também chamado de canjica, o mungunzá é feito usando grão de milho branco cozido em caldo de leite com açúcar. No Brasil, ganhou outros ingredientes, como canela, cravo da índia e leite de coco”, conta Pedro.

A cocada é uma iguaria que tem relação profunda com com as religiões de matrizes africanas, a exemplo no candomblé, a iguaria possui um significado mais especial. Para os adeptos, a cocada é dada como oferenda para Oxalá, o principal orixá e o doce representa as crianças. “As cocadas preparadas nos tempos de Brasil colônia eram feitas com açúcar escuro, semelhante ao mascavo de hoje, por causa disso, elas eram escuras, ainda não existia a cocada branca, que seria produzida futuramente com o açúcar cristal“, conta a Chef Aline Chermoula.

Mungunzá. Foto: Reprodução / Internet.

O cuscuz, por sua vez, é uma iguaria consumida há muito tempo no noroeste africano. “Feita à base de milho, em geral, o cuscuz é servido com ovo, queijo ou manteiga. Também há a versão doce, feita com leite de coco e açúcar”, conta o Chef. Além desses pratos, outras comidas juninas têm influência afro-brasileira, como o acarajé e o vatapá, típicos da região Nordeste. Essas delícias são heranças diretas da culinária dos povos africanos, que utilizam ingredientes como o dendê, o quiabo e o camarão seco para preparar essas iguarias.

As comidas juninas de origem afro-brasileira são uma manifestação cultural que une tradição, história e sabor em um só prato. Elas nos conectam com as raízes africanas presentes na formação do Brasil e nos convidam a apreciar a diversidade gastronômica do país.

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