Compra de bonecos ‘antirracistas’ por R$ 17,2 mi pela Prefeitura de S. Paulo é alvo de críticas e investigação: “bonecos assustadores”

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Compra de bonecos ‘antirracistas’ por R$ 17,2 mi pela Prefeitura de S. Paulo é alvo de críticas e investigação: “bonecos assustadores”
Foto: Reprodução/X

Uma recente aquisição de 128 mil bonecos artesanais pela gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), no valor de R$ 17,2 milhões, está sendo alvo de investigação pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A compra, realizada sem licitação, tem gerado controvérsias devido ao destino dos produtos e às críticas de integrantes do movimento negro, que os classificaram como “bonecos assustadores”.

Segundo a denúncia, os bonecos foram adquiridos para as escolas infantis do município de São Paulo, com o propósito de integrar um projeto educacional direcionado a crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, visando incentivar a inclusão e a diversidade ao inserir bonecas negras e com traços latinos no cotidiano das crianças.

No entanto, ativistas afirmam que os bonecos não contribuem para a formação da autoestima das crianças negras e latinas, alegando que não se veem representadas devido à aparência dos bonecos, que remete, segundo eles, ao período da escravidão. “Professores reclamaram que os bonecos não contribuem para a formação da autoestima das crianças negras e latinas. Elas não se veem representadas por não retratarem o fenótipo da pessoa negra”, afirmou Claudete Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin) em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo.

Questionamentos sobre o alto preço pago pelos bonecos e a exclusividade do fornecedor têm sido levantados. A empresa responsável pela fabricação dos bonecos, Ateliê Quero Quero, defendeu-se afirmando que possui experiência em projetos contra o racismo e que o custo dos bonecos está dentro do esperado para esse tipo de produto. Alegou também que os itens buscam enaltecer a população negra e latina, embora críticos contestem essa abordagem.

O Sedin manifestou-se contra a compra dos kits de bonecos, alegando que estes não atendem aos objetivos de inclusão e diversidade propostos pelo projeto educacional. Em resposta, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que os brinquedos não pretendem retratar pessoas reais e que se compromete com práticas antirracistas.

A gestão municipal, por sua vez, defendeu a contratação da empresa e o valor pago pelos bonecos, alegando que este é compatível com os praticados pela fornecedora no mercado nacional. No entanto, o Ministério Público e o Tribunal de Contas estão investigando o caso para esclarecer possíveis irregularidades na contratação e no preço dos produtos.

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