Por Kelly Baptista*
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Para crianças em fase de alfabetização, 76% precisarão de mais atenção das escolas nessa retomada das aulas presenciais, segundo avaliam as famílias. Ainda, em levantamento recém-divulgado pelo Todos pela Educação, com base em dados da Pnad Contínua, do IBGE, mais de 40% das crianças com 6 ou 7 anos de idade não sabiam ler ou escrever em 2021, o que representa mais de 2,4 milhões de crianças no país.
O fato de estarmos atravessando uma pandemia acabou amplificando algumas dificuldades do sistema de ensino e, por isso, precisamos garantir que esses conteúdos sejam recuperados, para que nossos jovens não sejam prejudicados num futuro não tão distante.
Quando aumentamos a lupa da desigualdade, percebemos que o processo de abertura das escolas também atingiu de forma desigual as populações carentes. Em setembro de 2021, 74% dos estudantes brancos contavam com suas escolas reabertas, contra 63% dos estudantes negros, segundo a Agência Brasil. Para reverter este quadro, será necessário alocar mais recursos e tecnologia para escolas periféricas, além de ações de reforço de aprendizagem.
A iniciativa privada e o terceiro setor têm contribuído bastante para a melhoria da educação. Instituições como a Fundação Lemann e a Fundação 1Bi, das quais tenho o prazer de fazer parte, representam uma sementeira no uso de tecnologias no ensino.
Entre algumas ações, posso citar o AprendiZAP, ferramenta gratuita criada pela Fundação 1Bi com conteúdo fundamentado na Base Nacional Comum Curricular e no Novo Ensino Médio, bem como do Ensino Fundamental. A solução pode ser acessada via WhatsApp, que sabemos ser um dos canais de comunicação mais populares no País. Desde o seu lançamento, em abril de 2020, o AprendiZAP já impactou mais de 267 mil alunos e cerca de 37,6 mil professores.
Este é um exemplo de como a tecnologia e a atuação com propósito podem auxiliar nossos jovens e crianças no acesso a conteúdos de qualidade para que possam recuperar o déficit de aprendizagem que a pandemia escancarou. A tecnologia, por si só, não vai mudar essa realidade, mas promover ações e disponibilizar as ferramentas tecnológicas com o objetivo de auxiliar estudantes e professores tem se mostrado um bom caminho para reduzir esse abismo na educação para as gerações futuras.
*Kelly Baptista é coordenadora geral da Fundação 1Bi, membro da Rede de Líderes Fundação Lemann e Conselheira Fiscal do Instituto Djeanne Firmino.
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