A liberdade é diferente para cada pessoa. Isso fica explícito no texto de Elísio Lopes Jr da peça “Liberté”, que ficará em cartaz durante duas semanas: de 12 a 15 de maio, no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes, e de 19 a 22 também deste mês no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, com ingressos a preços populares. A montagem conta com Bruno de Sousa e Jussara Mathias no elenco, e direção de Shirlene Paixão e Fernando Philbert.
“Como falar de liberdade se estamos presos? A luta pela libertação real é urgente porque ela está por trás da fome, do pouco acesso a oportunidades. Ela mata um jovem negro a cada 23 minutos no Brasil. E estamos passando por cima desses cadáveres”, reflete o autor Elísio Lopes Jr, também corroteirista do filme “Medida Provisória”, estreia de Lázaro Ramos na direção.
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Selecionado no edital Montagem Teatral da Funarj, o espetáculo apresenta o embate entre Chinga e um funcionário público, munido de seus conceitos, leis e verdades brancas. A protagonista subverte as lógicas sociais e conduz o duelo ao limite, escondendo nisso o seu amor maior, um amor que motiva sua vida. É um encontro entre dois extremos da sociedade trazendo ao debate temas como medo, abuso de poder, luta, aceitação e preconceito.
“Entre tempos, o atemporal nos questiona sobre o que significa a liberdade. Os livres dentro de suas prisões pessoais aprisionam aqueles que lutam pela liberdade que lhes devolve a humanidade. Um diálogo do século passado, presente nos dias atuais, um alerta para que no futuro essa discussão não seja mais necessária. Utopia? Talvez… mas ainda assim, que tenhamos força, resiliência e liberdade para seguirmos utópicos, criando narrativas que nos alertem sobre as armadilhas do passado e projetem possibilidades para um novo futuro“, ressalta Shirlene Paixão, que assina a direção do espetáculo ao lado de Fernando Philbert.
“Liberté” não apresenta uma resposta pronta e fácil, mas instiga o público a investigar temas cruciais para a compreensão da sociedade brasileira e como se chegou a um país tão desigual. A peça estimula a reflexão e o debate de temas fundamentais para o conhecimento de nossas origens e o entendimento de nossos comportamentos.
“A minha escrita tem sido pautada pela necessidade de registrar a minha existência como escritor, com todas as minhas características: nordestino, negro, pai, tudo que eu carrego como memória. ‘Liberté’ tem muito de mim, dos meus incômodos, da necessidade de olhar a história do meu país, mas enxergá-la de verdade, com olhos negros. A escrita preta é uma necessidade”, exalta Elísio.
FICHA TÉCNICA
Texto: Elisio Lopes Jr
Direção: Shirlene Paixão e Fernando Philbert
Elenco: Bruno de Sousa e Jussara Mathias
Cenário: Anderson Dias
Figurino: Tiago Ribeiro
Iluminação: Vilmar Olos
Trilha sonora: Maira Freitas
Design gráfico: Natália Del Nery
Fotografia: Renato Mangolin
Assessoria de imprensa: Alessandra Costa
Assistente de produção: Tatiana Catarina
Direção de produção: Joana D`Aguiar
Idealização: Bruno de Sousa e Jussara Mathias
Realização: Sopro Escritório de Cultura
SERVIÇO
“Liberté”
Local: Teatro Armando Gonzaga – Marechal Hermes
Dias: 12, 13, 14 e 15 de maio de 2022
Horários: quinta, sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
Classificação indicativa: 14 anos.
Duração do espetáculo: 50 minutos
Local: Teatro Glaucio Gill – Copacabana
Dias: 19, 20, 21 e 22 de maio de 2022
Horários: quinta, sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada).
Classificação indicativa: 14 anos.
Duração do espetáculo: 50 minutos
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