O Tribunal de Justiça do Rio tornou réu o segurança de uma loja da rede Zara no Barra Shopping, Zona Oeste do RJ, por crime de racismo. Além de denunciá-lo, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça que o estabelecimento seja suspenso o funcionamento por três meses.
No dia 18 de junho, Henrique Durães Bernardes impediu o jogador de futebol Guilherme Quintino – que já atuou nos times de base do Flamengo e do Botafogo, de sair da loja sem mostrar onde estava as peças de roupa que ele havia desistido de comprar.
Notícias Relacionadas
Netflix anuncia documentário sobre trajetória de Mike Tyson
ONU lança Segunda Década Internacional de Afrodescendentes com foco em justiça e igualdade
Para o Promotor, a medida tomada pelo segurança não tem uma “justificativa plausível”. “Ao se voltar contra pessoa de raça negra, sem qualquer justificativa plausível, dando-lhe tratamento constrangedor e humilhante, e que certamente não se dispensaria a outras pessoas, o denunciado impôs ao consumidor negro restrições de locomoção e exigências desarrazoadas, com potencial de causar-lhe odiosa inferiorização e perversa estigmatização”, escreveu Alexandre Themístocles.
Entre casos de racismo que ocorreram nas lojas da Zara, em 2021, foi apurado pela Polícia Civil do Ceará, que a unidade do Shopping Iguatemi em Fortaleza (CE) havia criado um “código secreto”. Com a frase “Zara Zerou“, os funcionários teriam que acompanhar pessoas negras ou com “roupas simples” dentro da loja. Uma delegada negra já foi barrada no mesmo local, antes do código vir a conhecimento público.
Em nota enviada para a reportagem do UOL, Zara disse que colabora com autoridades que investigam o caso. “A companhia não tolera nenhuma forma de discriminação e reforça que trabalha permanentemente em ações educativas vinculadas ao estrito cumprimento de seu Código de Ética e Conduta e sua Política de Diversidade e Inclusão, que também são aplicáveis aos profissionais terceirizados com os quais trabalha”, afirmou a empresa.
Relembre o caso
Em junho, o jogador Guilherme Quintino relatou a abordagem discriminatória que sofreu ao ser impedido de sair da loja da Zara no Barra Shopping, por um segurança.
Acompanhado da namorada, Juliana Ferreira, o atleta experimentou algumas roupas e decidiu adquirir um casaco e uma calça de moletom, que ele colocou na sacola disponibilizada pela loja para clientes no período de compras. No entanto, com a possibilidade de promoções no dia seguinte, decidiram voltar para finalizar a compra depois.
Porém, o segurança o questionou sobre a sacola na saída da loja. O jogador afirmou que deixou a sacola no setor masculino, mas o segurança exigiu que ele o levasse até o local onde a sacola estava. Guilherme ressaltou que sua namorada, uma mulher branca, não foi questionada em nenhum momento. Ela quem filmou toda a situação para ajudar a denunciar o crime na internet.
Notícias Recentes
FOTO 3X4: HUD BURK - Cantora
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas