Nova Diretora Executiva do Mover, Natália Paiva destaca: “Não basta que a empresa queira promover diversidade, é preciso intencionalidade”

O Mover, (Movimento pela Equidade Racial), anunciou recentemente a nomeação de Natália Paiva como sua nova Diretora Executiva. A mudança marca um novo capítulo na história da instituição, que teve a executiva Marina Peixoto no cargo por dois anos.

Peixoto agora tem a missão de ajudar a desenhar o Conselho Consultivo do Mover, enquanto Natália, chega para colocar em prática a experiência acumulada de mais de 15 anos de trabalho na gestão estratégica de empresas do setor público, privado e na área social.

Com uma missão crucial de impulsionar a inclusão e a equidade racial nas lideranças corporativas, o Mover tem sido uma força de transformação nos últimos dois anos, com 49 grandes empresas associadas. A transição da liderança, com a chegada de Natália Paiva, representa um momento importante na trajetória do movimento.

Com exclusividade para o Mundo Negro, Paiva falou sobre como suas experiências anteriores influenciam sua abordagem e contou quais planos estratégicos  colocará em prática para promover a equidade racial nas empresas associadas ao Mover.

A diretora executiva foi chefe de Políticas Públicas do Instagram para a América Latina, também atuou como consultora da McKinsey & Company para o setor público e social e como Diretora-Executiva da ONG Transparência Brasil. Empreendedora, ela fundou a Alandar Consultoria, com foco em políticas públicas e tecnologia, além de ser membro do conselho consultivo de segurança da Teleperformance. Ela também possui MBA pela IE Business School.

Com um extenso currículo que inclui cargos de chefia em diferentes setores sociais, Natália Paiva já tem planos traçados para contribuir com mais mudanças no cenário racial existente na liderança das empresas, entre as medidas que a diretora executiva deve tomar, estão: “Apoiar a criação, ampliação ou mensuração de processos e programas internos para aumentar a presença, o pertencimento e a ascensão profissional de pessoas negras”, segundo ela, é necessário padronizar o modo como as informações são mensuradas hoje pelas empresas, o que pode ajudar a analisar com mais exatidão os indicadores de equidade racial no setor corporativo.

Nos planos estratégicos de Paiva, também está a ampliação dos impactos causados pelas ações das empresas associadas ao Mover, beneficiando toda a cadeia: “Vamos impulsionar ferramentas de apoio às associadas, com uma plataforma de talentos negros e outra plataforma de empreendedores negros aptos a fornecerem para grandes empresas. Também vamos ampliar nossos programas de formação de liderança e de bolsas de inglês, tanto para os colaboradores das empresas associadas quanto para o público em geral. Por meio de ações intencionais no setor corporativo, buscamos impactar toda a sociedade para espaços mais equitativos”.

“Nas empresas brasileiras como um todo, pessoas negras ainda são subrepresentadas em cargos de liderança. Menos de 5% dos profissionais negros ocupam posições executivas. Há turnover alto e em muitos casos não recebem as ferramentas necessárias para o desenvolvimento profissional”, lembrou ela.

“O Mover vem para mudar isso. Não basta que a empresa queira promover diversidade, é preciso intencionalidade; não basta apenas criar vagas afirmativas, é preciso promover um espaço inclusivo e que propicie o crescimento profissional. É uma jornada”, finalizou.

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